Connect with us

Cultura

Abolição da escravatura no Brasil? Assinaram o papel mas não rasgaram a estrutura

Iasmim Moreira

Publicado

on

abolição

O 13 de maio de 1888 é, oficialmente, o dia da abolição da escravatura no Brasil. Contudo, para quem olha essa data com os olhos da luta antirracista, o que se vê não é um marco de liberdade, mas um símbolo de abandono. A assinatura da Lei Áurea não significou o fim da opressão: apenas trocou os grilhões de ferro pelos grilhões da desigualdade estrutural.

A “abolição” foi feita sem oferecer terra, moradia, trabalho ou educação à população negra “recém-liberta”. Um povo que construiu o país com seu suor foi deixado à própria sorte, empurrado para as margens da sociedade. E enquanto isso, os senhores de escravos foram indenizados pelo “prejuízo”. Não houve justiça. Não houve reparação.

A narrativa de que a princesa Isabel concedeu a liberdade como um ato de benevolência apaga os verdadeiros protagonistas da luta: os quilombolas, os abolicionistas negros, os insurgentes. A abolição foi arrancada com sangue e resistência, não presenteada.

Por isso, o 13 de maio precisa ser relido. Não como festa, mas como denúncia. É um lembrete de que a liberdade formal não basta quando não há políticas de inclusão, reconhecimento e reparação histórica. A escravidão foi legalmente extinta, mas o racismo foi naturalizado como herança.

Neste contexto, reafirmamos a importância de existirem espaços como o Portal Soteropreta: lugares de memória, resistência e afirmação da cultura negra. Precisamos de veículos que visibilizem, valorizem e disseminem tudo o que é feito pelas pessoas pretas — sua arte, sua política, sua história e sua produção intelectual. O enfrentamento do racismo passa também pela construção de narrativas feitas por nós e para nós.

 

Cultura

Samba de Roda de Tubarão chega à 7ª edição com memória e marisco

Iasmim Moreira

Publicado

on

Tubarão

A comunidade de Tubarão, no Subúrbio Ferroviário de Salvador, recebe no próximo 6 de julho (domingo), das 9h às 19h, o VII Encontro de Samba de Roda de Tubarão, que acontece na Quadra da Escola Municipal Fernando Presídio, com acesso gratuito.

Realizado pela Associação Cultural Quilombo Aldeia Tubarão (QUIAL Tubarão), o evento é o único em Salvador dedicado exclusivamente aos grupos de samba de roda tradicionais e não comerciais, reunindo mestres, mestras e artistas populares de diferentes territórios da Bahia.

Mais do que um festival, o encontro é um ato de resistência cultural. Com o tema “O Marisco e os Ciclos da Roda”, esta edição propõe reflexões sobre os ciclos da vida a partir do marisco — elemento ancestral do território de Tubarão. Presente na memória dos povos originários da região, o marisco representa nutrição, coletividade, ancestralidade e movimento. Assim como o samba de roda, ele guarda histórias, transforma e conecta tempos e corpos.

Além das rodas de samba, o evento contará com apresentações artísticas e a Feira das Matriarcas, espaço de valorização da economia e da produção cultural das mulheres do território. O público poderá encontrar comidas típicas, bebidas, artesanato, moda e arte, tudo feito por mulheres que sustentam e movimentam a cultura local.

O Encontro de Samba de Roda de Tubarão é, desde 2017, um espaço de preservação das tradições afro-indígenas e de afirmação das culturas populares que resistem nas margens, mas seguem centrais para a identidade brasileira.

SERVIÇO

Evento: VII Encontro de Samba de Roda de Tubarão – O Marisco e os Ciclos da Roda
Data: 06 de julho de 2025 (domingo)
Horário: Das 9h às 19h
Local: Quadra da Escola Municipal Fernando Presídio – Tubarão
Gratuito e aberto ao público

@quialtubarao | @sambaderodadetubarao

Continuar lendo

Cultura

Quadrilhas Juninas da Liberdade fazem homenagem ao Mestre Chicão

Iasmim Moreira

Publicado

on

Liberdade

No dia 29 de junho, das 10h às 16h, a quadra do Largo do Sieiro, no bairro da Liberdade, será palco do Festival de Quadrilhas Juninas da Liberdade – Uma Homenagem ao Mestre Chicão. Com entrada gratuita, o evento reúne apresentações de quadrilhas tradicionais, estilizadas e mirins, além de grupos da terceira idade e formações inclusivas.

A iniciativa é do Fórum Permanente de Quadrilhas Juninas. O objetivo é valorizar as tradições nordestinas, fortalecer os laços comunitários e incentivar o surgimento de novas quadrilhas na capital baiana.

Liberdade

O festival também presta tributo a Francisco Pedro Ribeiro Rocha, o Mestre Chicão, figura marcante da cultura junina na Liberdade e idealizador da quadrilha da terceira idade Sapeca Yaiá.

Entre as quadrilhas confirmadas estão a Mirim Forró do Luar, Germe da Era, Capelinha do Forró, Asa Branca, Forró do ABC e a retornante Forró Mandacarú, celebrando 25 anos. Não se trata de uma competição, mas os destaques receberão brindes simbólicos escolhidos por votação popular nas redes.

Festival de Quadrilhas Juninas da Liberdade – Homenagem ao Mestre Chicão
Data: 29 de junho de 2025 (sábado)
Horário: das 10h às 16h
Local: Quadra do Largo do Sieiro – Liberdade, Salvador/BA
Entrada: Gratuita
Mais informações e votação popular: @forumquadrilhasjuninas

Continuar lendo

Cultura

Festival Melanina Acentuada celebra “Ancestralidade Futurística”

Iasmim Moreira

Publicado

on

Melanina Acentuada

Entre os dias 9 e 14 de julho, Salvador será palco da 7ª edição do Melanina Acentuada Festival, evento que reafirma a potência da dramaturgia negra brasileira ao reunir espetáculos, performances, oficinas e encontros voltados à valorização de narrativas afrocentradas. A abertura será comandada pela cantora e compositora baiana Sued Nunes, que se apresenta no dia 9 de julho, às 20h, no Pátio Viração da Casa Rosa, no Rio Vermelho.

Com o tema “Ancestralidade Futurística”, o festival propõe uma dramaturgia que rompe com a linearidade ocidental e valoriza o tempo espiralar como tecnologia narrativa.

“É uma forma de construir futuro sem abrir mão das nossas raízes. Nossos passados estão em movimento, nos impulsionando a ir sempre adiante”, destaca o idealizador do festival, o ator, diretor e dramaturgo Aldri Anunciação.

Nesta edição, o Melanina se espalha por espaços como o Teatro do Goethe-Institut, Teatro Jorge Amado, Cineteatro 2 de Julho e o Teatro Cambará da Casa Rosa, promovendo o intercâmbio entre artistas, públicos e territórios culturais da cidade.

Entre os destaques da programação está o retorno de “MACACOS”, de Clayton Nascimento, vencedor do Prêmio Shell de Melhor Ator (2023); e a estreia em Salvador de “Parto Pavilhão”, do dramaturgo paulista Jhonny Salaberg, indicado ao Shell de Teatro 2024 em duas categorias. O circuito ainda traz a montagem “Ana e Tadeu”, de Mônica Santana, e a estreia da performance de dança “Pretamorphosis”, da artista da Chapada Diamantina Toni Silva.

A ensaísta e professora Leda Maria Martins, referência nos estudos de performance e tempo espiralar, conduz o primeiro “Ateliê de Ideias” no dia 10, às 16h, na Biblioteca do Goethe-Institut. Outros nomes da programação incluem os atores Antônio e Rocco Pitanga em “Embarque Imediato”, Jamile Cazumbá com o recital performático “Um Ritual”, Eugênio Lima com reflexões sobre o Teatro Hip Hop, além de oficinas e consultorias voltadas para jovens escritores negros.

Além dos espetáculos, o festival promove entrevistas públicas, compartilhamento de poéticas, consultorias dramatúrgicas, ateliês de criação corporal, fortalecendo as trocas entre artistas e público e aprofundando o olhar sobre as estéticas negras contemporâneas.

Idealizado em 2012 por Aldri Anunciação, o Melanina Acentuada já apresentou mais de 40 espetáculos e se firma como um dos principais festivais dedicados à valorização da arte e da intelectualidade negra no país.

Os ingressos para os espetáculos custam R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia), e podem ser adquiridos via Sympla. A programação completa e atualizações estão disponíveis no Instagram: @melaninaacentuada.

Melanina Acentuada Festival – Ano 7
Quando: De 09 a 14 de julho de 2025
Onde: Diversos espaços culturais de Salvador (Federação, Pituba, Rio Vermelho e Vitória)
Ingressos para os espetáculos: R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia)
Mais informações: @melaninaacentuada

Obs: Todas as demais atividades (ateliês, entrevistas públicas, performances e consultorias) são gratuitas.

Continuar lendo

EM ALTA