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Cultura

Capoeiristas recebem certificação para atuar em escolas públicas

Iasmim Moreira

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Capoeiristas

Em uma noite histórica para a cultura afro-brasileira e a educação pública da Bahia, 200 capoeiristas receberam, na última sexta-feira (16), a certificação do programa Qualifica Capoeira, na Biblioteca Central do Estado, nos Barris.  A formação é pioneira no Brasil e habilita mestres, contramestres e educadores da capoeira a atuarem em escolas da rede estadual, promovendo uma abordagem pedagógica que valoriza a ancestralidade, a resistência e a construção de uma educação antirracista.

Realizado pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre), o programa é fruto de uma parceria com o coletivo Capoeira em Movimento Bahia (CMB) e a Organização da Sociedade Civil Comvida. A ação integra o Qualifica Bahia, com investimento de R$ 264 mil, e ofereceu 120 horas de formação gratuita em nove municípios baianos, incluindo Salvador, Feira de Santana, Ilhéus e Vitória da Conquista.

Com conteúdos voltados à prática pedagógica da capoeira, como psicologia da educação, fundamentos filosóficos, história da capoeira e metodologias de ensino, a qualificação buscou fortalecer o papel da capoeira como ferramenta de transformação social. Além do aprendizado, os participantes receberam apoio com transporte, lanche, camisas e material didático, promovendo o acesso igualitário à formação.

Para o coordenador do CMB, Jacaré DiAlabama, a certificação representa uma conquista histórica:

“O curso, criado por capoeiristas para capoeiristas, é uma conquista inédita no mundo. Ele responde a demandas antigas do nosso segmento e é parte essencial da luta para integrar a capoeira às escolas públicas da Bahia. Precisamos estar em sala de aula respeitando os marcos legais da educação, mas também oferecendo uma formação que valorize a identidade e a ancestralidade das nossas juventudes.”

A formação também contribui para a efetivação da Lei Moa do Katendê (Lei nº 14.341/2021), que garante o ensino da história e cultura afro-brasileira nas escolas.

Festival celebra a ancestralidade

Durante a cerimônia de certificação, foi lançado oficialmente o 3º Festival de Capoeira Ancestralidade e Resistência, que acontecerá de 21 a 24 de agosto, também na Biblioteca Central da Bahia. Com o lema “O Futuro é Ancestral”, o festival promete transformar Salvador na capital da capoeira, reunindo mestres, pesquisadores, artistas, jovens e crianças em torno da arte que é patrimônio imaterial do Brasil e do mundo.

Entre as atrações, o evento contará com a Cidade da Capoeira – espaço cenográfico com moeda própria (batizada de Mestre Bimba), feira cultural, desfile afro, rodas históricas, oficinas, apresentações musicais e vivências sensoriais. Homenagens a mestres e mestras griôs também integram a programação.

O festival reafirma o papel da capoeira como instrumento de resistência e denúncia das desigualdades históricas enfrentadas por seus praticantes, como bem destacaram os organizadores:

“A capoeira é mais do que luta, é um modo de existir, de resistir e de ensinar. Celebrar sua ancestralidade é também lutar por dignidade e reconhecimento.”

A entrada para o festival será gratuita, e mais informações estão disponíveis no perfil oficial do coletivo no Instagram: @capoeiraemmovimentobahia.


Informações: @capoeiraemmovimentobahia

Cultura

Samba de Roda de Tubarão chega à 7ª edição com memória e marisco

Iasmim Moreira

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Tubarão

A comunidade de Tubarão, no Subúrbio Ferroviário de Salvador, recebe no próximo 6 de julho (domingo), das 9h às 19h, o VII Encontro de Samba de Roda de Tubarão, que acontece na Quadra da Escola Municipal Fernando Presídio, com acesso gratuito.

Realizado pela Associação Cultural Quilombo Aldeia Tubarão (QUIAL Tubarão), o evento é o único em Salvador dedicado exclusivamente aos grupos de samba de roda tradicionais e não comerciais, reunindo mestres, mestras e artistas populares de diferentes territórios da Bahia.

Mais do que um festival, o encontro é um ato de resistência cultural. Com o tema “O Marisco e os Ciclos da Roda”, esta edição propõe reflexões sobre os ciclos da vida a partir do marisco — elemento ancestral do território de Tubarão. Presente na memória dos povos originários da região, o marisco representa nutrição, coletividade, ancestralidade e movimento. Assim como o samba de roda, ele guarda histórias, transforma e conecta tempos e corpos.

Além das rodas de samba, o evento contará com apresentações artísticas e a Feira das Matriarcas, espaço de valorização da economia e da produção cultural das mulheres do território. O público poderá encontrar comidas típicas, bebidas, artesanato, moda e arte, tudo feito por mulheres que sustentam e movimentam a cultura local.

O Encontro de Samba de Roda de Tubarão é, desde 2017, um espaço de preservação das tradições afro-indígenas e de afirmação das culturas populares que resistem nas margens, mas seguem centrais para a identidade brasileira.

SERVIÇO

Evento: VII Encontro de Samba de Roda de Tubarão – O Marisco e os Ciclos da Roda
Data: 06 de julho de 2025 (domingo)
Horário: Das 9h às 19h
Local: Quadra da Escola Municipal Fernando Presídio – Tubarão
Gratuito e aberto ao público

@quialtubarao | @sambaderodadetubarao

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Cultura

Quadrilhas Juninas da Liberdade fazem homenagem ao Mestre Chicão

Iasmim Moreira

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Liberdade

No dia 29 de junho, das 10h às 16h, a quadra do Largo do Sieiro, no bairro da Liberdade, será palco do Festival de Quadrilhas Juninas da Liberdade – Uma Homenagem ao Mestre Chicão. Com entrada gratuita, o evento reúne apresentações de quadrilhas tradicionais, estilizadas e mirins, além de grupos da terceira idade e formações inclusivas.

A iniciativa é do Fórum Permanente de Quadrilhas Juninas. O objetivo é valorizar as tradições nordestinas, fortalecer os laços comunitários e incentivar o surgimento de novas quadrilhas na capital baiana.

Liberdade

O festival também presta tributo a Francisco Pedro Ribeiro Rocha, o Mestre Chicão, figura marcante da cultura junina na Liberdade e idealizador da quadrilha da terceira idade Sapeca Yaiá.

Entre as quadrilhas confirmadas estão a Mirim Forró do Luar, Germe da Era, Capelinha do Forró, Asa Branca, Forró do ABC e a retornante Forró Mandacarú, celebrando 25 anos. Não se trata de uma competição, mas os destaques receberão brindes simbólicos escolhidos por votação popular nas redes.

Festival de Quadrilhas Juninas da Liberdade – Homenagem ao Mestre Chicão
Data: 29 de junho de 2025 (sábado)
Horário: das 10h às 16h
Local: Quadra do Largo do Sieiro – Liberdade, Salvador/BA
Entrada: Gratuita
Mais informações e votação popular: @forumquadrilhasjuninas

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Cultura

Festival Melanina Acentuada celebra “Ancestralidade Futurística”

Iasmim Moreira

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Melanina Acentuada

Entre os dias 9 e 14 de julho, Salvador será palco da 7ª edição do Melanina Acentuada Festival, evento que reafirma a potência da dramaturgia negra brasileira ao reunir espetáculos, performances, oficinas e encontros voltados à valorização de narrativas afrocentradas. A abertura será comandada pela cantora e compositora baiana Sued Nunes, que se apresenta no dia 9 de julho, às 20h, no Pátio Viração da Casa Rosa, no Rio Vermelho.

Com o tema “Ancestralidade Futurística”, o festival propõe uma dramaturgia que rompe com a linearidade ocidental e valoriza o tempo espiralar como tecnologia narrativa.

“É uma forma de construir futuro sem abrir mão das nossas raízes. Nossos passados estão em movimento, nos impulsionando a ir sempre adiante”, destaca o idealizador do festival, o ator, diretor e dramaturgo Aldri Anunciação.

Nesta edição, o Melanina se espalha por espaços como o Teatro do Goethe-Institut, Teatro Jorge Amado, Cineteatro 2 de Julho e o Teatro Cambará da Casa Rosa, promovendo o intercâmbio entre artistas, públicos e territórios culturais da cidade.

Entre os destaques da programação está o retorno de “MACACOS”, de Clayton Nascimento, vencedor do Prêmio Shell de Melhor Ator (2023); e a estreia em Salvador de “Parto Pavilhão”, do dramaturgo paulista Jhonny Salaberg, indicado ao Shell de Teatro 2024 em duas categorias. O circuito ainda traz a montagem “Ana e Tadeu”, de Mônica Santana, e a estreia da performance de dança “Pretamorphosis”, da artista da Chapada Diamantina Toni Silva.

A ensaísta e professora Leda Maria Martins, referência nos estudos de performance e tempo espiralar, conduz o primeiro “Ateliê de Ideias” no dia 10, às 16h, na Biblioteca do Goethe-Institut. Outros nomes da programação incluem os atores Antônio e Rocco Pitanga em “Embarque Imediato”, Jamile Cazumbá com o recital performático “Um Ritual”, Eugênio Lima com reflexões sobre o Teatro Hip Hop, além de oficinas e consultorias voltadas para jovens escritores negros.

Além dos espetáculos, o festival promove entrevistas públicas, compartilhamento de poéticas, consultorias dramatúrgicas, ateliês de criação corporal, fortalecendo as trocas entre artistas e público e aprofundando o olhar sobre as estéticas negras contemporâneas.

Idealizado em 2012 por Aldri Anunciação, o Melanina Acentuada já apresentou mais de 40 espetáculos e se firma como um dos principais festivais dedicados à valorização da arte e da intelectualidade negra no país.

Os ingressos para os espetáculos custam R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia), e podem ser adquiridos via Sympla. A programação completa e atualizações estão disponíveis no Instagram: @melaninaacentuada.

Melanina Acentuada Festival – Ano 7
Quando: De 09 a 14 de julho de 2025
Onde: Diversos espaços culturais de Salvador (Federação, Pituba, Rio Vermelho e Vitória)
Ingressos para os espetáculos: R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia)
Mais informações: @melaninaacentuada

Obs: Todas as demais atividades (ateliês, entrevistas públicas, performances e consultorias) são gratuitas.

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