Artes
ÌYÁ’S – Festival de Arte de Mulheres Negras tem programação gratuita
Entre os dias 18 e 26 de julho, Salvador recebe a 5ª edição do ÌYÁ’S – Festival de Arte de Mulheres Negras. Com 20 atrações artísticas e 14 atividades formativas, o evento ocupa cinco espaços da capital baiana, como o Teatro Gregório de Mattos, o Espaço Cultural da Barroquinha e escolas públicas, reunindo espetáculos, shows, oficinas, mesas temáticas e ações educativas que exaltam a produção artística e intelectual de mulheres negras.
Com o tema “O alçar voo do ventre de quem sabe que veio dos caminhos matricêntricos”, o festival reafirma sua proposta como território de resistência, imaginação e liberdade. Os ingressos para espetáculos custam R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia), à venda pelo Sympla. Já as oficinas, bate-papos e outras atividades culturais são gratuitas.
Criado por artistas baianas e realizado em julho — mês em que se celebram o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha e o Dia da Mulher Africana —, o ÌYÁ’S amplia em 2024 o seu alcance, dialogando diretamente com a educação básica. Serão oferecidas 10 oficinas gratuitas em escolas públicas de bairros como Itapuã, Cajazeiras, Nazaré, Ribeira e Cabula, conduzidas pelas artistas dos espetáculos da programação. A proposta é promover uma mediação cultural que incentive a comunidade escolar a frequentar os espetáculos, levando arte e conhecimento para dentro e fora dos palcos.
“Celebramos a criatividade e a força produtiva desses ventres que reverberam e se unem na construção desse festival. A programação é múltipla, diversa, assim como é o fazer de toda artista negra”, destaca Juliana Monique, atriz e produtora executiva do ÌYÁ’S.
A edição reúne 10 espetáculos de artes cênicas, sendo sete de Salvador e três de outras localidades: Rio de Janeiro, São Paulo e Maranhão. O interior da Bahia também está presente, especialmente nas atrações musicais. As apresentações abordam temas como ancestralidade, feminismo negro, identidade, espiritualidade, memória, violência de gênero e afeto.
Além disso, mesas temáticas com atrizes-criadoras e pesquisadoras negras aprofundam debates sobre insurgência feminina negra, arte de guerrilha e poéticas de mulheres negras.
🎭 Destaques da Programação Artística
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Monocontos – Elas fantasiam o tempo (Coletivo Meio Tempo): histórias de figuras como Rainha Nzinga e Tereza de Benguela
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Mulheres do Lar – Mortes Anunciadas (Lucimélia Romão): poética sobre violência doméstica e feminicídio
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Carta à Mãe (Milena Pitombo): segredos e afetos entre mãe e filha
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O Leque de Oxum (Cia Robson Correia): coreografia sobre a força da orixá Oxum
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Orúkọ (Hilda Maretta – RJ): memória negra e ancestralidade
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Mukunã – Do fio à raiz (Vika Mennezes): cabelo crespo como símbolo político
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Golpes no Ventre (Jane Santa Cruz): heranças de dor e força de uma linhagem feminina
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ABAYOMI (Rebeca Carneiro – MA): dança e espiritualidade entre negritude e indígena
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Amarelo Ouro Mi Maió (Cia da Mata): dança poética sobre ser mulher negra
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Eu, Atlântica (Aline Oliveira): memória e legado da historiadora Beatriz Nascimento
Encerramento com feira e shows
No dia 26 de julho, o evento se despede com uma grande celebração no Pátio do Terreiro de Jesus (Iyá Nassô), com feira criativa, lançamento de livros e shows gratuitos com Priscila Sales e Renata Lima, além de apresentações como Coral Vozes de Mainha e Dança Mulher.
SERVIÇO
Evento: ÌYÁ’S – Festival de Arte de Mulheres Negras – 5ª edição
Quando: De 18 a 26 de julho
Onde: Teatro Gregório de Mattos, Espaço Cultural da Barroquinha, Espaço Xisto Bahia, Café-Teatro Nilda Spencer e escolas públicas estaduais de Salvador
Quanto:
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Espetáculos e shows: R$ 20 (inteira) / R$ 10 (meia) – à venda no Sympla
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Oficinas, mesas temáticas e demais atividades: Gratuito
Instagram: @festivaliyas
Artes
Exposição “Memória” estreia no MUNCAB
A exposição “Memória: relatos de uma outra História” chega a Salvador nesta terça-feira (4), às 18h30, no Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira (MUNCAB). A mostra faz parte da Temporada França-Brasil 2025 e permanece em cartaz até 1º de março de 2026, reunindo artistas negras do Senegal, França, Brasil e outros territórios afro-diaspóricos.
Depois de circular por Bordeaux, Abidjã, Iaundé e Antananarivo, a exposição desembarca na capital baiana com o propósito de celebrar a arte negra contemporânea e o fazer feminino como força criativa e política.
“A memória é um canto que atravessa o tempo e chega ao agora”, afirma a co-curadora Jamile Coelho.
“Abordamos uma memória coletiva tecida pelo fazer feminino, um convite à escuta e à partilha a partir de perspectivas contra-hegemônicas.”
Com curadoria de Nadine Hounkpatin (Benin/França) e Jamile Coelho (Brasil), “Memória” ocupa o segundo andar do MUNCAB com obras em pintura, escultura, têxteis, fotografia, vídeo e performance, propondo um mergulho nas camadas da lembrança e da ancestralidade.
Entre as artistas participantes estão Amélia Sampaio, Barbara Asei Dantoni, Beya Gille Gacha, Enam Gbewonyo, Fabiana Ex-Souza, Luana Vitra, Madalena dos Santos Reinbolt, Maria Lídia Magliani, Selly Raby Kane e Tuli Mekondjo, entre outras.
A mostra se divide em três capítulos — “Do íntimo ao universal”, “A memória como ferramenta política” e “Confabulações e outras imaginações” —, transitando entre o pessoal e o coletivo, o passado e o futuro, o real e o afrofuturista.
Para Cíntia Maria, diretora do MUNCAB, a chegada de “Memória” simboliza uma virada histórica:
“Estamos trilhando o caminho rumo ao título de polo da arte negra contemporânea. É uma conquista do Brasil, da Bahia e das nossas raízes africanas.”
SERVIÇO:
Exposição internacional “Memória: relatos de uma outra História”
04 de novembro de 2025 a 1º de março de 2026
Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira (MUNCAB) – Rua das Vassouras, 25, Centro Histórico, Salvador (BA)
Entrada gratuita
Parte da Temporada França-Brasil 2025
Artes
Olufèmi Hinson Yovo expõe “Ecos através do Atlântico”
A artista beninense Olufèmi Hinson Yovo inaugura a exposição Ecos através do Atlântico, no Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC BAHIA/ Galeria 4 – Casarão), no dia 8 de novembro, às 17h. A mostra fica em cartaz até 23 de novembro.
A exposição propõe uma reflexão sobre a colonização europeia e suas marcas nas arquiteturas da África Ocidental e da América, especialmente em Salvador.
“Enquanto na África as colisões entre estéticas coloniais, modernas e tradicionais resultaram na reconfiguração da arquitetura local, no Atlântico o choque colonial criou vocabulários híbridos visíveis em templos, catedrais e mesquitas”, explica Olufèmi.
A instalação Cadavre Esquis (Cadáver esquisito) convida o público a construir coletivamente um arquivo de memórias e a traçar uma cartografia afetiva conectando Dakar, Ouidah e Bahia. Segundo a artista, “a arquitetura é um arquivo vivo e símbolo que reconstrói, através do oceano, o que um dia foi dividido”.
A mostra integra o projeto Atlantic Threads, que promove trocas artísticas e culturais entre contextos marcados por legados coloniais, conectando Salvador a países africanos e europeus. O projeto conta com acompanhamento curatorial de Cindy Sissokho e Olivier Marboeuf, e apoio do MAC BAHIA, Instituto Francês do Benin e Instituto Guimarães Rosa, com patrocínio da PETROBRAS.
Olufèmi Hinson Yovo atua como arquiteta, designer, pesquisadora e curadora em Cotonou, Benin, e é fundadora do Sah Studio, estúdio multidisciplinar dedicado à descolonização da arquitetura. Já participou das Bienais de Veneza e Dak’Art e recebeu o Prêmio Prince Claus Building Beyond 2023.
O projeto é realizado pelo Pivô Salvador, plataforma de arte contemporânea que promove intercâmbio, pesquisa e residências artísticas. A instituição conta com sedes no Boulevard Suíço e em breve inaugura o Pivô Coaty, na Ladeira da Misericórdia.
SERVIÇO:
Exposição: “Ecos através do Atlântico: construindo a partir das perdas” – Olufèmi Hinson Yovo
MAC BAHIA / Galeria 4 – Casarão, Rua da Graça, 284 (Graça), Salvador/BA
Abertura: 8 de novembro, às 17h
Visitação: 8 a 23 de novembro, de terça a domingo, das 10h às 20h
Entrada gratuita
Artes
Festival Beirú das Artes Negras ocupa bairro do Cabula com ações gratuitas
Realizado pelo Instituto de Formação em Arte – IFÁ, o Festival Beirú das Artes Negras (FESTBAN) chega a sua sexta edição ocupando o bairro do Cabula, em Salvador, de 03 a 27 de novembro. Através do núcleo artístico PAÓ, o festival promove, ao longo do mês da Consciência Negra, uma programação gratuita com formação, diálogo comunitário e produção artística periférica.
O FESTBAN acontece em espaços públicos do Cabula e contempla 11 linguagens artísticas: Dança, Teatro, Música, Percussão, Capoeira, Artes Visuais, Poesia, Circo, Performance, Moda e Audiovisual. A programação será realizada por 21 artistas e grupos selecionados pelo projeto.

Quilomba Zu – Performance
Formação artística
No Festival Beirú das Artes Negras também vai ter realiza oficinas artísticas em 22 escolas públicas estaduais da região. Cada escola receberá uma oficina de 2 horas, nos turnos matutino e vespertino, ampliando o acesso à formação artística entre crianças, adolescentes e jovens do território.
A programação terá intervenções artísticas em praças e largos do Cabula e Giras Temáticas, que promovem debates e rodas de conversa no Teatro da UNEB, culminando com a Mostra Palco, com apresentações abertas ao público.

Adam Akuma – Dança
O festival tem como objetivo estimular jovens negros e negras a despertarem para utilização da arte como um potente instrumento de educação social, além de manter viva a história de resistência do líder negro Beiru.
“Esse festival potencializa, difunde e fomenta as artes afrodiaspóricas presentes na periferia, além de homenagear o negro Beiru, vindo das terras de Oió, na Nigéria, que foi escravizado em Salvador, mais especificamente na fazenda dos Garcia D’Ávila, conhecida como “Campo Seco”, hoje o bairro Beiru/Tancredo Neves. É também de uma forma de manter vivo o legado de resistência das nossas ancestralidades”, diz Robson Correia, idealizador e diretor artístico do festival.
O FESTBAN reforça o compromisso do IFÁ com a formação artística como ferramenta de transformação social, valorização da memória e fortalecimento da identidade negra nas comunidades.
SERVIÇO:
FESTBAN VI – Festival Beirú das Artes Negras
Onde: Cabula – Salvador, BA
Quando: 03 a 27 de novembro
Programação gratuita
PROGRAMAÇÃO:
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Oficinas Artísticas (11 linguagens)
03 a 14/11 — em 22 escolas estaduais da região, pela manhã e tarde. -
Mostra Rua – Intervenções Urbanas
18 a 22/11 — Praças e largos do Cabula. -
Giras Temáticas – Palestras e rodas de conversa
25/11 — Teatro da UNEB | 9h às 12h e 14h às 17h. -
Mostra Palco – Apresentações Artísticas
26/11 — Teatro da UNEB | a partir das 15h.
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