Cultura
Fios de Cura promove ações sensoriais, artísticas e de fortalecimento comunitário
Criado pela atriz e produtora cultural Andréia Anjos, o Fios de Cura é um projeto que une arte, ancestralidade e práticas de cuidado para promover bem-estar emocional e fortalecimento comunitário em territórios periféricos de Salvador. Com ações gratuitas e voltadas especialmente a mulheres negras, estudantes da rede pública e comunidades locais, a iniciativa utiliza a performance, a escuta e o contato com a natureza como caminhos para ativar memórias, afetos e pertencimentos.
A proposta é composta por cinco eixos principais: circulação da performance Cura, trilha ecológica, oficina de teatro, roda de histórias e encontros com povos de terreiro. Cada uma dessas ações visa criar espaços seguros e sensíveis para o compartilhamento de vivências e saberes populares, com foco no cuidado coletivo e na valorização das tecnologias ancestrais de cura.
A performance “Fios de Cura” — obra autoral de Andréia Anjos — parte de experiências pessoais e de vivências que atravessam o corpo da mulher negra. A cena incorpora símbolos, fragmentos de memória, silêncios e gestos como forma de provocar sensações, escutas e reconexões.
“A performance veio como um espaço de atravessamento onde pude transformar ausência em presença, silêncio em voz, dor em caminho”, afirma a artista.
Além da performance, o projeto propõe caminhadas sensoriais em áreas de preservação ambiental da cidade, como o Jardim Botânico de Salvador. Guiadas por profissionais especializados, essas trilhas despertam os sentidos e estimulam uma escuta ativa do corpo e do ambiente, servindo como preparação para o encontro com a arte e a reflexão.
Com ações previstas até agosto, o Fios de Cura segue mobilizando comunidades com oficinas, rodas de conversa e apresentações. No dia 2 de agosto, a programação chega à Associação Comunitária de Canabrava com nova exibição da performance e uma oficina de teatro voltada para jovens a partir de 12 anos. Já no dia 16, será realizada a Roda de Compartilhamento de Histórias e Saberes, destinada a mulheres com 40 anos ou mais, moradoras de Pau da Lima. A atividade tem como foco a escuta de histórias de vida e a valorização das ancestralidades femininas.
Programação de agosto
02 de agosto – Associação Comunitária de Canabrava
-
Performance “Fios de Cura” + bate-papo (público a partir de 16 anos)
-
Oficina de Teatro Cura (para estudantes da rede pública e moradores a partir de 12 anos)
16 de agosto – Associação Comunitária de Canabrava
-
Roda de Compartilhamento de Histórias e Saberes (para mulheres com 40 anos ou mais, moradoras do território de Pau da Lima)
Sobre a artista
Andréia Anjos é atriz, locutora e produtora cultural com mais de uma década de trajetória. Em sua atuação, investiga as relações entre corpo, memória, afetividade e negritude, desenvolvendo projetos que dialogam com diferentes linguagens artísticas e práticas de escuta ancestral.
Acompanhe o projeto no Instagram: @cura.performance
Cultura
Malcom Ferdinand discute ecologia decolonial no Festival Nosso Futuro
O pesquisador Malcom Ferdinand, referência internacional nos debates sobre ecologia decolonial, participou nesta quinta-feira (6) do Festival Nosso Futuro Brasil–França: Diálogos com a África, em Salvador. O evento, realizado na DOCA 1, reuniu público interessado em repensar a relação entre crise ambiental, colonialismo e justiça social.
Natural da Martinica e vinculado ao Centre National de la Recherche Scientifique (CNRS), Ferdinand propôs uma ruptura com o ambientalismo tradicional. Para ele, é impossível compreender as transformações climáticas sem considerar a herança colonial e as desigualdades raciais que estruturam o mundo contemporâneo.
Em conversa mediada por Djamila Delannon, co-curadora do projeto Regard Créole do festival WOW, o autor de Uma Ecologia Decolonial: Pensar a Partir do Mundo Caribenho (Ubu) refletiu sobre a necessidade de questionar a linguagem científica dominante.
“Cada palavra tem uma história. ‘Ecologia’ foi criada por um biólogo alemão que defendia ideias eugenistas. Herdamos uma ciência branca, masculina e colonial”, afirmou.
Ferdinand também apresentou o conceito de “habitar colonial”, que associa o ato de ocupar a terra à destruição do que é vivo. “Não existe um lugar no mundo a salvo da poluição. É preciso inventar relações de amor com a terra, em oposição à lógica mortífera da exploração”, disse.
O debate fez parte do Fórum Nosso Futuro Brasil–França, que integra o festival e reúne pensadores e artistas de diferentes países para discutir temas urgentes do presente.
SERVIÇO:
Festival Nosso Futuro – Brasil–França: Diálogos com a África
5 a 8 de novembro de 2025
Diversos espaços em Salvador
Programação completa: www.francabrasil2025.com
Cultura
“Menino Mandela” e oficina teatral são atrações na CAIXA Cultural
O público baiano poderá conferir, neste fim de semana, o premiado musical “Menino Mandela”, em cartaz sábado (8) e domingo (9), às 15h e 17h, na CAIXA Cultural Salvador. A montagem conta de forma lúdica a infância de Nelson Mandela, com músicas originais, danças africanas e bonecos.
Ainda no sábado, às 9h30, o diretor e idealizador da peça, Arlindo Lopes, conduz a oficina gratuita “Artista na Criação e Produção”, voltada a artistas, estudantes e profissionais da cultura.
Com cinco prêmios do Centro Brasileiro de Teatro para a Infância e Juventude (CBTIJ), “Menino Mandela” mostra o menino Rolihlahla, nome de nascimento de Mandela, e as experiências que moldaram sua visão de mundo.
“Mandela sempre foi uma das pessoas mais inspiradoras que passaram por essa existência. O teatro infantil forma adultos mais conscientes da diversidade”, afirma Arlindo Lopes.
O musical tem texto de Ricardo Gomes e Mariana Jaspe, direção musical de Wladimir Pinheiro e elenco formado por Peter, Aline Valentim, Ella Fernandes, Vanessa Pascale e o próprio Wladimir.
A oficina de Arlindo Lopes propõe uma reflexão sobre o papel do artista na criação e na produção, apresentando ferramentas para desenvolver projetos culturais viáveis e conectados com o público.
SERVIÇO:
Musical infantojuvenil “Menino Mandela”
CAIXA Cultural Salvador – Rua Carlos Gomes, 57, Centro (estacionamento gratuito)
8 e 9 de novembro (sábado e domingo)
15h e 17h
R$ 30 (inteira) / R$ 15 (meia) – Sympla
Sessão acessível (sábado, 15h): Libras e audiodescrição
Classificação livre
Informações: (71) 3421-4200 | @caixaculturalsalvador
Oficina “Artista na Criação e Produção” – Arlindo Lopes
Teatro da CAIXA Cultural Salvador
8 de novembro (sábado)
9h30 às 12h30
Inscrições gratuitas: caixacultural.gov.br
Classificação: a partir de 16 anos
Cultura
Festival Nosso Futuro celebra trocas entre Brasil, França e África
Salvador recebe até 8 de novembro o Festival Nosso Futuro Brasil–França: Diálogos com a África, que reúne mais de 300 jovens, artistas e gestores dos três continentes. A abertura oficial aconteceu nesta quarta-feira (5), no Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM-BA), com a presença do presidente francês Emmanuel Macron, do governador Jerônimo Rodrigues e da ministra Margareth Menezes.
“A nova casa do mundo africano está sendo criada peça por peça, degrau por degrau, para mudar as coisas nesse triângulo para melhor”, afirmou Macron.
A noite contou com shows de Carlinhos Brown e Orkestra Rumpilezz, além das participações de Lazzo Matumbi, Senny Câmara e Larissa Luz.
Pela manhã, o Encontro Técnico de Prefeitos e Autoridades reuniu gestores da França, África e Brasil no Arquivo Público Municipal.
“Nossa meta é ir além do intercâmbio de ideias, com planos claros e ações concretas de cooperação”, disse Nathália Peixoto, da Prefeitura de Salvador.
A programação segue com debates, palestras e atividades que destacam conexões culturais entre Salvador, Paris e cidades africanas.
SERVIÇO
Festival Nosso Futuro – Brasil-França: Diálogos com a África
5 a 8 de novembro de 2025
Salvador, Bahia
Mais informações: www.francabrasil2025.com
-
Opinião9 anos atrás“O incansável e sempre ativo pau grande e afetividade do homem negro” – Por Kauê Vieira
-
Literatura9 anos atrásDavi Nunes e Bucala: uma literatura negra infantil feita para sentir e refletir
-
Literatura8 anos atrásA lírica amorosa da poetisa Lívia Natália em “Dia bonito pra chover”! – Por Davi Nunes
-
Formação6 anos atrásConheça cinco pensadores africanos contemporâneos que valem a pena
-
Audiovisual2 anos atrásFilme “Egúngún: a sabedoria ancestral da família Agboola” estreia no Cine Glauber Rocha
-
Cultura2 anos atrásOrquestra Agbelas estreia em Salvador na festa de Iemanjá
-
Música2 anos atrásEx-The Voice, soteropolitana Raissa Araújo lança clipe da música “Aquele Momento”
-
Carnaval3 anos atrásBloco Olodum libera venda do primeiro lote de abadás com kit promocional


