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Teatro

Everton Machado interpreta herói de Búzios Lucas Dantas

Jamile Menezes

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Everton Machado

A Cia de Teatro Gente está de volta aos palcos! E dessa vez promovendo um reencontro com a história. No espetáculo “1798- Lucas Dantas — Um Herói de Búzios”, primeiro monólogo do ator Everton Machado, será resgatada a memória de Lucas Dantas, jovem mártir da luta pela liberdade e igualdade racial no Brasil.

Trata-se de um monólogo épico-performativo com estrutura ritual, ancorado na memória coletiva afro-brasileira e na releitura simbólica de um acontecimento real — a Revolta dos Búzios (ou Conjuração Baiana).

A peça estreia em novembro, no Espaço Cultural Alagados, em Salvador, a partir de 12 de novembro, a preços simbólicos (R$5/2,50). Antes da temporada oficial, o público poderá conferir uma pré-estreia para convidados no dia 8 de novembro, às 17h, no Teatro Gregório de Mattos, data que recentemente foi instituída como Dia Municipal em Memória aos Mártires da Revolta dos Búzios — homenagem aos heróis negros que sonharam um Brasil livre e igualitário.

Com a obra o ator Everton Machado celebra 30 anos de carreira, em diálogo com os 25 anos da Cia de Teatro Gente, uma companhia premiada e referência na construção de um repertório de relevância social e estética para o teatro brasileiro.

Everton Machado

A dramaturgia é fruto do Mestrado em Artes Cênicas de Everton, unindo rigor acadêmico, pesquisa histórica e criação artística. A partir da colaboração com o diretor Nathan Marreiro, o texto ganha nova forma e chega ao palco em versão solo, com profundidade poética e potência política.

Historicamente fiel aos fatos principais da revolta, o texto teatralmente transfigura a história em mito. A narrativa alterna realismo histórico e poesia ritual, situando-se entre o teatro épico-político e o teatro negro de ancestralidade.

“Em síntese, “1798 – LUCAS DANTAS – UM HERÓI DE BÚZIOS” é um rito de reencarnação da memória afro-baiana: um teatro que convoca o passado para purificar o presente, onde o corpo do ator é simultaneamente altar, tambor e arquivo. Em Salvador — cidade de maioria negra, mas que nunca elegeu um prefeito negro — contar a história de Lucas Dantas é um ato político e pedagógico. A montagem valoriza a memória ancestral, promove reflexão crítica sobre o racismo estrutural e fortalece a identidade da juventude negra.  estreia em novembro amplia o alcance simbólico desse projeto, transformando o palco em espaço de celebração da arte, da história e da resistência.”, diz Everton Machado.

Everton Machado

O ATOR

Everton Machado é ator, professor e produtor teatral, com carreira marcada pela versatilidade e pelo ativismo antirracista. Doutorando em Educação e mestre em Artes Cênicas pela UFBA, ele construiu uma trajetória que une arte, academia e militância por representatividade no cenário cultural brasileiro.

Na televisão, integrou o elenco da novela Gabriela (TV Globo, 2012) e, em 2025, estreia sua primeira série na TVE, “Pensão Ludovico”, dirigida por Ceci Alves. No mesmo ano, dá voz a diversos personagens na áudio novela “No Espaço Entre Nós” (Audible/Amazon), dirigida por Bianca Comparato. No cinema, atuou em Carnaval (Netflix) e em produções como Capitães da Areia, Longe do Paraíso e Café, Pepi e Limão, pelo qual recebeu indicação a Melhor Ator Coadjuvante no LABRFF — Los Angeles Brazilian Film Festival.

Nos palcos, foi premiado como Melhor Ator Coadjuvante (Prêmio Braskem 2006, “Barrela”) e indicado como Melhor Ator (Prêmio Braskem 2019, “Balada de um Palhaço”). Com mais de 300 mil seguidores nas redes sociais, Everton utiliza sua voz e imagem para promover uma arte crítica, educativa e afirmativa.

Em 2026, celebra 30 anos de carreira, reafirmando sua missão de fazer da arte um instrumento de transformação social e de valorização das vozes negras no Brasil.

Serviço

Local: Espaço Cultural Alagados – Salvador/BA | Horário: 19h

 Datas:

• 12, 13 e 14 de novembro

• 19, 20 e 21 de novembro

• 26, 27 e 28 de novembro

Quanto: R$ 5/2,50

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Teatro

Espetáculo “Santana” tem apresentação única no Módulo

Jamile Menezes

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Espetáculo Santana

O espetáculo “Santana”, obra que exalta a potência das mulheres pretas e a força da cultura popular soteropolitana, está de volta em apresentação única. Após uma estreia em julho e compor a mostra A Cena Tá Preta, em setembro, a montagem retorna dia 8 de novembro, no Teatro Módulo, dentro da programação da Mostra Elas (En) Cena.

Com dramaturgia de Joseane Nascimento, direção de Daniel Arcades e direção de arte de Thiago Romero, “Santana” narra a história de três gerações de mulheres — Cremilda, Marta e Nália, vividas por Arlete Dias, Evana Jeyssan e Naira da Hora — unidas por laços de afeto, fé e pertencimento, tendo o Samba Junino como fio condutor de suas trajetórias.

Espetáculo “Santana” | Foto Samara Said

Espetáculo “Santana” | Foto Samara Said

Moradoras do Engenho Velho de Brotas, mãe e duas filhas se sustentam servindo quentinhas até que uma delas decide ser artista do samba junino e causa uma revolta na família dessas mulheres, desvendando relações com o passado, com a ancestralidade e o próprio samba.

Símbolo de resistência, ancestralidade e celebração, o Samba Junino ganha novos contornos no palco do teatro, através das memórias e conflitos dessas personagens. O espetáculo mergulha em temas como ancestralidade, sincretismo religioso, força comunitária e a preservação da identidade cultural de Salvador.

Após a apresentação, o público participará de bate-papo mediado pela atriz Cássia Valle, sobre a presença e o protagonismo das mulheres na produção artístico-cultural baiana e brasileira.

Elas (En) Cena 

Realizada pela Bole Bole Produções, sob direção de Vadinha Moura e Amanda Moura, a Mostra Elas (En) Cena tem como missão amplificar vozes femininas na cena teatral, destacando obras que refletem múltiplas perspectivas de criação, resistência e afeto. A mostra “Elas (En) Cena”, que tem patrocínio da Companhia de Gás da Bahia – Bahiagás e do Governo do Estado da Bahia.

Serviço
Espetáculo Santana – Mostra Elas (En) Cena
Data: 8 de novembro (sábado)
Horário: 19h
Local: Teatro Módulo – Salvador
Após o espetáculo: bate-papo com mediação de Cássia Valle
Ingressos: Sympla (https://bileto.sympla.com.br/event/112238/d/344548/s/2334499)
Classificação indicativa: livre

Foto destaque: Fernanda Maia
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Teatro

Meus Cabelos Baobá retorna a Salvador no Teatro Jorge Amado

Jamile Menezes

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Meus Cabelos Baobá

Salvador recebe mais uma temporada do espetáculo “Meus Cabelos Baobá” no Teatro Jorge Amado. De 8 a 18 de janeiro, as apresentações acontecem nas quintas e sextas, às 20h; sábados, às 19h; e domingos, às 18h.

O espetáculo reúne as atrizes Luana Xavier, Márcia Limma e Meniky Marla, e é inspirado no caráter cíclico das mitologias africanas, costurada por textos da escritora Conceição Evaristo. A obra convida o público a um mergulho na ancestralidade feminina, especialmente na força das Ayabás, divindades que representam as energias do feminino na cosmologia iorubá.

Meus Cabelos Baobá

Em cena, o espetáculo aborda o enfrentamento ao racismo estrutural e revela como as mulheres negras, mesmo diante da opressão, extraem  a força para se reinventar e (re)criar o mundo.

Com direção musical de Diego Neri, figurinos de Luciano Santana, cenografia de Pedro Caldas, direção de movimento de Dudé Conceição, preparação corporal de Fabíola Nansurê e iluminação de Felipe Lima, Meus Cabelos Baobá reafirma-se como uma ode à memória, à ancestralidade e à resistência das mulheres negras.

Serviço
Espetáculo: Meus Cabelos Baobá
Local: Teatro Jorge Amado – Salvador
Período: 08 a 18 de janeiro de 2026
Horários e valores:
Quinta (20h) – R$ 40,00 / R$ 20,00 (meia)
Sexta (20h) – R$ 50,00 / R$ 25,00 (meia)
Sábado (19h) – R$ 60,00 / R$ 30,00 (meia)
Domingo (18h) – R$ 60,00 / R$ 30,00 (meia)
Ingressos: SYMPLA e bilheteria do teatro

Crédito das Fotos | Diney Araújo

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Teatro

FIAC Bahia reunirá espetáculos que abordam a negritude

Jamile Menezes

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FIAC

De 28 de outubro a 02 de novembro Salvador sediará o FIAC Bahia – Festival Internacional de Artes Cênicas da Bahia, que em sua 16ª edição trará criadores e pensadores pretos propondo modos de narrar, performar e ritualizar a vida a partir de suas criações artísticas.

Dramaturgos, atores, dançarinos, artistas do corpo e demais interlocutores vindos de Fortaleza, Salvador, Feira de Santana, Camarões, Burkina Faso e Burundi estarão em terras soteropolitanas, colocando em cena subjetividades e investigação de linguagens variadas.

Na abertura, o Seminário Internacional de Curadoria e Mediação, reunirá o ator e diretor Freddy Sabimbona (Burundi), a encenadora Onisajé (BA) e o pesquisador Guilherme Diniz (MG) para discutir as conexões entre o fazer teatral negro no Brasil e na África. Após o debate, será lançado o livro “Teatro Experimental do Negro”, de Diniz, que revisita a história e o legado do TEN, um dos movimentos mais revolucionários do teatro brasileiro moderno.

Entre os espetáculos que dialogam diretamente com questões da negritude, estão:

A Ópera do Aldeão (Camarões) – O performer camaronês Zora Snake propõe subverter definições e percepções sobre a arte e sua história, reinventando o conceito de ópera ao deslocá-lo das elites europeias para o coração das aldeias africanas. Inspirado em danças ancestrais como a kounga, a nka’a e a sondap, o artista transforma o palco em um espaço ritual de memória e resistência, ao questionar como pensamos a liberdade artística hoje e como as artes circulam entre continentes.

“Os sem” – Foto Divulgação FIAC

Os sem…” / “Les sans… (Burkina Faso/Burundi) – Inspirada em Os Condenados da Terra, de Frantz Fanon, “Les Sans…” (“Os sem…”) revisita as feridas e esperanças das lutas pós-coloniais africanas, acompanhando o reencontro de dois antigos camaradas: Franck, ainda movido pelo ideal revolucionário, e Tibo, agora integrado ao sistema que antes combatiam. Entre eles, ergue-se um confronto de ideias, memórias e destinos. No embate entre utopia e desilusão, a peça faz ecoar uma pergunta urgente: o que resta da independência quando a liberdade ainda é promessa?

Gente de Lá (Fortaleza – CE) – A partir da figura de um “corpo-roleta-russa”, o espetáculo de Wellington Gadelha reflete as violências que atravessam cotidianamente a vida urbana nas periferias do país. Entre dança contemporânea, artes visuais e performance, a obra constrói um gesto em que corpo e objeto se confrontam — arma e discurso, risco e poética. O espetáculo instaura um território de confronto e de memória, onde o gesto coreográfico carrega a urgência do instante e a fragilidade do corpo exposto.

Dembwa – Foto Alice Rodrigues

Dembwa (Salvador – BA) – Dembwa é uma travessia dançada por Marcos Ferreira e Ruan Wills, onde corpo e memória se entrelaçam para reativar saberes ancestrais. A obra entende a ginga como tecnologia: um gesto que desvia, cria e resiste, transformando o movimento em ferramenta de sobrevivência e invenção. Entre o samba de caboclo que convoca o chão e o funk que exalta potência e identidade, de forma multidirecional o espetáculo revisita raízes ancestrais que pulsam em memória.

Akoko Lati Wa Ni – Tempo de Ser (Feira de Santana – BA) – Assinado pela dramaturga Onisajé, em um território onde tempo e existência se entrelaçam, três jovens negros – Dofona, Dofonitinho e Famo – preparam sua peça de formatura enquanto buscam respostas para uma pergunta urgente: como envelhecer em um país que lhes nega o direito de viver? Na travessia, recorrem à sabedoria de uma yalorixá, que invoca Iroko, o orixá do tempo, para abrir caminhos. Entre confrontos com uma professora que simboliza um teatro colonizador e encontros com mitos ancestrais, música, dança, rito e poesia se fundem para criar um espetáculo sobre tempo, vida e resistência negra.

Ana e Tadeu – Foto Caio Lírio

Ana e Tadeu – (Salvador – BA) – Após quinze anos juntos e um filho, Ana e Tadeu veem suas vidas atravessadas pela violência urbana. Com o casamento em ruínas, ele retorna para buscar seus pertences, mas um tiroteio cerca a casa e os confina. Entre o som dos disparos e o silêncio dos ressentimentos, afloram memórias, perdas e desejos – ecos da experiência negro-brasileira e de um luto permanente que insiste em existir.

Esses espetáculos se juntam a muitos outros na programação completa do FIAC Bahia 2025, que reúne 15 espetáculos e um Seminário Internacional de Curadoria e Mediação com quatro oficinas, três encontros e dois lançamentos de livros. A 16a. edição do FIAC Bahia tem apoio financeiro do Governo do Estado, através do Fundo de Cultura, Secretaria da Fazenda e Secretaria de Cultura da Bahia.

FIAC Bahia 2025

Quando: De 28 de outubro a 2 de novembro de 2025

Onde: Teatros, museus e espaços culturais de Salvador (BA)

O que: 15 espetáculos, 4 oficinas, 1 Seminário e 2 lançamentos de livros

️ Quanto: Ingressos: R$ 30 (inteira) / R$ 15 (meia) — vendas pela Sympla | Atividades formativas gratuitas mediante inscrição no site

Programação completa: www.fiacbahia.com.br

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