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Literatura

Ekedy Sinhá produz livro sobre roupas de axé em residência artística no Instituto Sacatar!

Jamile Menezes

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Ekedy Sinhá (Foto: Roger Cipó)
“Meu desejo ao concorrer o edital era de respirar e criar num espaço em que água e natureza me ajudassem na escrita”, explica Gersonice Azevedo Brandão, referenciada na Bahia como Ekedy Sinhá. A sacerdotisa foi selecionada com o projeto “Asó Orixá: No corpo também se lê”, na Residência Artística para Escritores, uma realização Fundação Cultural do Estado da Bahia, através de sua coordenação de literatura, em parceria com o Instituto Sacatar.

No candomblé, ekedy é um cargo feminino relacionado ao cuidado da comunidade religiosa. É a partir desta experiência que o livro objetiva reunir reflexões sobre a religião e como ela sustenta os adeptos. A ideia está sendo maturada há algum tempo, desde que a ekedy Sinhá se tornou presidente do Espaço Cultural do Terreiro da Casa Branca, ao suceder sua mãe.

“É algo que já faço há mais de 10 anos, ensinando a confecção de roupas da tradição”, explica a sacerdotisa. O espaço que ela preside oferece semestralmente cursos para cerca de 200 pessoas, em sua maioria mulheres, que produzem as confecções dos modelos comumente utilizados na religião.

Bordados, rechilieu e bainha aberta são alguns pontos que tecem a história ancestral e serão expostos pela ekedy. Ela parte de três princípios: as roupas de hierarquia, o branco como cor fundamental e o morim como tecido suporte das roupas de axé. Além disso, a ekedy descreve os modelos e quais contextos são usados pela comunidade, seja numa festa ou num ritual interno.

sTudo é leitura

A metodologia adotada pela mãe da tradição é anotar, observar, costurar, cortar, desenhar, escrever, cantar e falar, tudo isso no que ela chama de livro livre. “Escreverei tanto os meus pensamentos sobre as práticas, quanto minhas sensações e sentimentos”, descreve. “Nele posso colar panos, rendas, bordados. Tudo é leitura. O corpo é um grande livro”, acrescenta Sinhá.

A ekedy revela também que sempre teve interesse em produzir algo em parceria com as pessoas que moram na ilha. “Vim para Itaparica era algo que eu já almejava, firmar os laços com tradição local de culto à ancestralidade. Estou muito feliz e agradecida aos meus orixás que a oportunidade aconteceu nesta residência artística”, conta.

No dia 10 de janeiro, às 16h, no Espaço Cultural de Itaparica acontece um desfile de moda ancestral com as peças elaborada pela ekede Sinhá em parceria com mulheres da localidade e de salvador. Após o desfile, acontece um bate-papo para tratar do processo criativo.

A história da Ekedy Sinhá já foi contada no livro “Equede – A Mãe de Todos”, publicado pela editora Barabô, em parceria com a Funceb. Em produção de seu segundo livro, ela relata a emoção que sente. “Sinto-me grata pela oportunidade e a confiança no trabalho que faço, pois ele resguarda o saber ancestral que não é só meu, mas do meu povo”, salienta a Ekedy Sinhá.

Foto: Dadá Jaques

Literatura

Carol Barreto lança livro ‘Modativismo’ no Espaço Cultural Barroquinha

Amanda Moreno

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Carol Barreto lança livro ‘Modativismo’ no Espaço Cultural Barroquinha
Foto: Ana Reis

Carol Barreto lança livro ‘Modativismo’ no Espaço Cultural Barroquinha. Nesta quarta-feira, 10 de abril, acaba a espera de quem estava contando os dias para o lançamento presencial do livro Modativismo: quando a moda encontra a luta, da designer, professora e pesquisadora baiana Carol Barreto. O evento terá como cenário o Espaço Cultural da Barroquinha, onde a autora recebe a curadora Ana Paula Xongani para um bate-papo, com mediação de Adriele Regine, co-fundadora do projeto Lendo Mulheres Negras.

O encontro está marcado para as 18h30, com entrada franca. As pessoas interessadas em adquirir seu exemplar podem efetuar a compra no local e já garantir o autógrafo da autora. Depois de Salvador, Carol Barreto segue agenda de lançamentos também em Recife, São Paulo e Santo Amaro – sua cidade natal – entre os dias 17 de abril e 23 de maio.

O lançamento celebra a estreia de Carol Barreto como escritora, um mês após a chegada do livro às plataformas digitais, onde já figura entre os mais vendidos no segmento de design de moda. Editada pela Paralela, do grupo Companhia das Letras, a obra se debruça sobre a trajetória do movimento homônimo, criado pela autora há 10 anos a partir do propósito de refletir sobre os aspectos sociais que orbitam em torno da moda.

Ao longo de quatro capítulos, o livro questiona práticas de mercado que situam a moda como catalisadora de desigualdades e traça um paralelo com o Modativismo, que atua no enfrentamento aos preconceitos de raça e gênero por meio da criação artística. Antes mesmo da criação do movimento, o diálogo com esses propósitos já marcava o trabalho de Carol Barreto, que tem 20 anos de atuação profissional, incluindo experiências como artista visual, designer de moda autoral – já tendo circulado por mais de 10 cidades do mundo – e professora doutora do departamento de Estudos de Gênero e Feminismo da Universidade Federal da Bahia.

SERVIÇO

Carol Barreto lança livro ‘Modativismo’ no Espaço Cultural Barroquinha

Quando: 10 de abril (quarta-feira), às 18h30

Onde: Espaço Cultural da Barroquinha (Rua do Couro, s/n – Barroquinha)

Quanto: R$ 49,90

Vendas: O livro estará disponível para aquisição no local

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Literatura

Scholastique Mukasonga, de Ruanda, estará na Bienal do Livro Bahia

Amanda Moreno

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Scholastique Mukasonga, de Ruanda, estará na Bienal do Livro Bahia.
Scholastique Mukasonga, de Ruanda, estará na Bienal do Livro Bahia (Foto: Juliana Lubini)

Scholastique Mukasonga, de Ruanda, estará na Bienal do Livro Bahia. A escritora ruandesa Scholastique Mukasonga, sobrevivente dos massacres ocorridos em seu país na década de 1990, irá apresentar o painel “Entre afetos e lutas”, no próximo dia 27 de abril, no Centro de Convenções Salvador, como parte da programação cultural da Bienal do Livro Bahia.

Hoje radicada na França, Scholastique tem chamado a atenção do mundo ao recontar acontecimentos extremamente difíceis da história colonial de Ruanda e dos conflitos étnicos que vitimaram parte da população, o que inclui uma grande parcela de sua família. A participação da autora na Bienal conta com o apoio da Embaixada da França no Brasil e, para dialogar com ela no painel, foi escolhida a jornalista e apresentadora baiana Denny Fingergut.

Nascida em 1956, Scholastique Mukasonga foi deportada com a sua família e muitos outros membros da etnia tutsis para uma região inóspita de Ruanda, onde era difícil manter as condições mínimas de sobrevivência e as opressões políticas eram corriqueiras e violentas.

A aprovação para uma dessas vagas em um prestigioso liceu católico foi o que permitiu a mudança de Scholastique para a cidade de Quigali, capital do país, oportunidade que ela não desperdiçou.

Mukasonga seguiu seus estudos na área de Assistência Social, pois pretendia voltar à região em que viveu para trabalhar com as pessoas de lá e ajudá-las. Em 1973, porém, ano de intensos conflitos no país, exilou-se no Burundi, país vizinho, onde deu continuidade à formação universitária e estabeleceu uma nova vida.

Em 1992, dois anos antes do genocídio que vitimou 37 pessoas de sua família, a autora chegou à França, onde vive atualmente. Ao combinar oralidade, memória e invenção, a ela tem recebido diversos prêmios e, principalmente, tem contribuído para que se possa pensar a própria ideia de humanidade.

A Bienal do Livro Bahia é uma realização da GL events Exhibitions – divisão da multinacional francesa GL events – e acontece entre os dias 26 de abril e 1º de maio, no Centro de Convenções Salvador.

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Literatura

Amanda Julieta lança o livro ‘Tem poeta na casa?’ na Casa do Benin

Amanda Moreno

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Amanda Julieta lança o livro 'Tem poeta na casa?' na Casa do Benin
Amanda Julieta lança o livro 'Tem poeta na casa?' na Casa do Benin (Foto: Divulgação)

Amanda Julieta lança o livro ‘Tem poeta na casa?’ na Casa do Benin. O livro Tem poeta na casa? Mulheres negras, poetry slam e insurgências, da escritora e pesquisadora Amanda Julieta, é um convite para refletir sobre a poesia slam e seus entrecruzamentos com a Literatura Marginal/Periférica no Brasil.

Em um estudo que examina as intersecções entre arte, política, raça e gênero, a autora observa como as artistas da palavra vêm subvertendo a lógica do fazer poético tradicional, promovendo rasuras estéticas e epistemológicas com seus corpos, sotaques e performances poéticas.

O livro mostra como a força da palavra tem sido usada como uma ferramenta de resistência pelas mulheres negras ao longo da história.

Em 4 capítulos, a autora apresenta a poesia slam, mapeia suas origens até chegar no contexto brasileiro e analisa as expressões de negritude dessa poética, desde as especificidades estéticas que as compõem às performances grafadas nas batalhas de slam.

O livro é um testemunho das vozes que desafiam a norma, que resistem, que celebram e reescrevem e subvertem a narrativa hegemônica. Amanda Julieta nos convida a celebrar essas vozes, a se inspirar em suas histórias de luta, e a reconhecer a contribuição vital que as mulheres negras têm feito à cultura e à história, rasurando os resquícios do discurso colonial e forjando novos caminhos de expressão, sabedoria, beleza, estética e ética.

Amanda Julieta lança o livro 'Tem poeta na casa?' na Casa do Benin

Amanda Julieta lança o livro ‘Tem poeta na casa?’ na Casa do Benin

Sobre a autora_Amanda Julieta (1991, São Paulo) é escritora, jornalista e pesquisadora literária que há muito tempo constrói sua trajetória acadêmica, artística e de vida na cidade de Salvador. É mestra e doutoranda em Literatura e Cultura pela Universidade Federal da Bahia, onde desenvolve pesquisa sobre a poesia e a performance de mulheres negras na literatura marginal/periférica. Também é autora do livro Dandara (2021), publicado pelo selo editorial ParaLeLo13S.

Lançamento: 06/04/2024 (sábado), às 16h, na Casa do Benin – Rua Pe. Agostinho Gomes, 17, Pelourinho, Salvador. – Lançamento do livro, sessão de autógrafos com a autora & batalha de poesia apresentada pelas Slam Masters Ludmila Singa e NegaFyah.

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