Literatura
Escritora lança livro infantil “PRETINHA DE ÉBANO” na Flica
Imagine contar para a sua filha ou filho antes de dormir, histórias que tenham a ver com a sua realidade, que não se passem em um reino tão, tão distante? Lendas com as quais as crianças se identifiquem e se sintam representadas. Assim é o livro “Pretinha de Ébano”, de autoria de Kalypsa Brito, que será lançado na Festa Literária de Cachoeira – Flica, esta sexta (14), às 18h.
Kalypsa Brito é educadora, escritora, militante dos movimentos sociais com ênfase em reforma agrária, gênero e relações étnico-raciais, e mãe de Dara uma garotinha de 5 anos que a estimula nestas incursões pelo universo da literatura infantil.
Segundo a autora, o livro ‘Pretinha de Ébano’ surgiu da necessidade de dar voz às narrativas do povo negro, como são tratadas suas crenças, sua organização familiar, seus ofícios. O que ouve uma criança negra sobre seus trajes, sua pele, seus cabelos? Quais saberes a educação formal elege como prioritários para sua formação? São algumas das indagações da autora.
“Pretinha de Ébano” é a forma carinhosa com a qual a mãe da personagem Luíza Mahim a apelidou. Pretinha assume o lugar da narrativa na história e nos revela seu olhar acerca do seu lugar como criança negra do bairro da Liberdade na cidade de Salvador”,diz.
Bio
Mestre em Educação pela Udel Mar- Chile (2014), Kalypsa possui graduação em Pedagogia com Habilitação em Educação Infantil e Magistério para Séries Iniciais pela Universidade do Estado da Bahia – UNEB (2004). Atuou como mobilizadora social e educadora popular da Rede Nacional de Educação Popular/Talher-Fome Zero/ Talher-UNEB e posteriormente na Rede de educação Cidadã como Educadora Popular pelo Instituto Paulo Freire (2005-2006). Em 2012 publicou seu primeiro livro infantil tendo como cenário a Chapada Diamantina : A Fada Dia & o Duende Mante. Em 2016 publica o segundo livro denominado Pretinha de Ebano.
Texto: Dira Verdiano
Literatura
Editora Malê marca presença na nova edição da Bienal do Livro da Bahia
Editora Malê marca presença na nova edição da Bienal do Livro da Bahia. Prestes a completar uma década de atuação no mercado de livros brasileiro, a Editora Malê aposta na intimidade e intercâmbio históricos entre a Bahia e o Rio de Janeiro, o que se traduz no próprio nome da editora, inspirado no mais emblemático levante de escravizados ocorrido no Brasil, a Revolta dos Malês. O episódio apavorou a elite baiana da época e espalhou o temor pelo país, à sombra da insurreição ocorrida anos antes no Haiti. O Estado com a maior população negra do país está desde sempre no DNA da editora, uma das principais do Brasil com foco em narrativas negras.
A partir dessa proximidade cultural, a Malê vem acompanhando de perto a cena literária da Bahia, reforçando a presença das autorias baianas em seu catálogo. E é na cidade marcada pela revolta que inspirou seu nome que a editora retorna com a chegada da nova edição da Bienal do Livro da Bahia. No evento, que ocorre entre 26 de abril a 01 de maio de 2024, no Centro de Convenções de Salvador, a Malê terá um estande com 40m2, bem próximo à entrada do Centro de Convenções, ao lado do estande do Governo da Bahia, com uma oferta diversificada de encontros com autores e autoras
Desta vez, a Malê selecionou 110 títulos de seu catálogo, e terá autores marcando presença em três diferentes espaços: dentro da programação oficial da Bienal, no estande da Estante Virtual, além das sessões de autógrafos realizadas em seu espaço próprio.
Diversidade também nos eventos: autores da Malê estarão presentes na programação oficial, no estande da editora e na Estante Virtual
Entre os autores presentes nas três programações, estão Aldri Anunciação e Marcos Cajé, ambos no dia 26 de abril, data de abertura da Bienal. O primeiro, agraciado com o Prêmio Jabuti, é ator, escritor, dramaturgo, roteirista, cineasta e apresentador de TV, e no ano passado lançou pela Malê o livro Pretamorphosis: a biografia não autorizada de um ex-branco.
Aldri participará de um debate no Café Literário, às 18h. Na sequência, dará autógrafos no estande da Estante Virtual, às 19h. Mestre em História da África, da Diáspora e dos Povos Indígenas pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia e autor do livro juvenil Akin: o rei de Igbo, Marcos Cajé falará sobre histórias afrofantásticas no Espaço Infantil da Bienal, às 11h. No dia 30/04, no mesmo horário, o escritor volta ao evento para uma sessão de autógrafos na Estante Virtual.
Com assídua presença feminina em seu catálogo, a Malê leva para o estande da Estante Virtual seis autoras baianas de destaque: a poeta Jovina Souza; a multiartista e integrante do Cortejo Afro, Claudya Costa; a atriz Cássia Vale e a escritora Luciana Palmeira, que juntas lançaram o infantil Calu e Aziza; a deputada estadual Olívia Santana, reconhecida militante dos movimentos negros pela luta antirracista, autora de Mulher preta na política; e Nádia Cardoso, importante ativista pela igualdade racial e de gênero em Salvador, autora de Ancestralidade Griot. Para completar o time, o poeta baiano Wesley Correia, que publicou a coletânea de poemas Laboratório de incertezas, adotado no vestibular da Universidade Estadual da Bahia.
Confira a programação:
Literatura
Carol Barreto lança livro ‘Modativismo’ no Espaço Cultural Barroquinha
Carol Barreto lança livro ‘Modativismo’ no Espaço Cultural Barroquinha. Nesta quarta-feira, 10 de abril, acaba a espera de quem estava contando os dias para o lançamento presencial do livro Modativismo: quando a moda encontra a luta, da designer, professora e pesquisadora baiana Carol Barreto. O evento terá como cenário o Espaço Cultural da Barroquinha, onde a autora recebe a curadora Ana Paula Xongani para um bate-papo, com mediação de Adriele Regine, co-fundadora do projeto Lendo Mulheres Negras.
O encontro está marcado para as 18h30, com entrada franca. As pessoas interessadas em adquirir seu exemplar podem efetuar a compra no local e já garantir o autógrafo da autora. Depois de Salvador, Carol Barreto segue agenda de lançamentos também em Recife, São Paulo e Santo Amaro – sua cidade natal – entre os dias 17 de abril e 23 de maio.
O lançamento celebra a estreia de Carol Barreto como escritora, um mês após a chegada do livro às plataformas digitais, onde já figura entre os mais vendidos no segmento de design de moda. Editada pela Paralela, do grupo Companhia das Letras, a obra se debruça sobre a trajetória do movimento homônimo, criado pela autora há 10 anos a partir do propósito de refletir sobre os aspectos sociais que orbitam em torno da moda.
Ao longo de quatro capítulos, o livro questiona práticas de mercado que situam a moda como catalisadora de desigualdades e traça um paralelo com o Modativismo, que atua no enfrentamento aos preconceitos de raça e gênero por meio da criação artística. Antes mesmo da criação do movimento, o diálogo com esses propósitos já marcava o trabalho de Carol Barreto, que tem 20 anos de atuação profissional, incluindo experiências como artista visual, designer de moda autoral – já tendo circulado por mais de 10 cidades do mundo – e professora doutora do departamento de Estudos de Gênero e Feminismo da Universidade Federal da Bahia.
SERVIÇO
Carol Barreto lança livro ‘Modativismo’ no Espaço Cultural Barroquinha
Quando: 10 de abril (quarta-feira), às 18h30
Onde: Espaço Cultural da Barroquinha (Rua do Couro, s/n – Barroquinha)
Quanto: R$ 49,90
Vendas: O livro estará disponível para aquisição no local
Literatura
Scholastique Mukasonga, de Ruanda, estará na Bienal do Livro Bahia
Scholastique Mukasonga, de Ruanda, estará na Bienal do Livro Bahia. A escritora ruandesa Scholastique Mukasonga, sobrevivente dos massacres ocorridos em seu país na década de 1990, irá apresentar o painel “Entre afetos e lutas”, no próximo dia 27 de abril, no Centro de Convenções Salvador, como parte da programação cultural da Bienal do Livro Bahia.
Hoje radicada na França, Scholastique tem chamado a atenção do mundo ao recontar acontecimentos extremamente difíceis da história colonial de Ruanda e dos conflitos étnicos que vitimaram parte da população, o que inclui uma grande parcela de sua família. A participação da autora na Bienal conta com o apoio da Embaixada da França no Brasil e, para dialogar com ela no painel, foi escolhida a jornalista e apresentadora baiana Denny Fingergut.
Nascida em 1956, Scholastique Mukasonga foi deportada com a sua família e muitos outros membros da etnia tutsis para uma região inóspita de Ruanda, onde era difícil manter as condições mínimas de sobrevivência e as opressões políticas eram corriqueiras e violentas.
A aprovação para uma dessas vagas em um prestigioso liceu católico foi o que permitiu a mudança de Scholastique para a cidade de Quigali, capital do país, oportunidade que ela não desperdiçou.
Mukasonga seguiu seus estudos na área de Assistência Social, pois pretendia voltar à região em que viveu para trabalhar com as pessoas de lá e ajudá-las. Em 1973, porém, ano de intensos conflitos no país, exilou-se no Burundi, país vizinho, onde deu continuidade à formação universitária e estabeleceu uma nova vida.
Em 1992, dois anos antes do genocídio que vitimou 37 pessoas de sua família, a autora chegou à França, onde vive atualmente. Ao combinar oralidade, memória e invenção, a ela tem recebido diversos prêmios e, principalmente, tem contribuído para que se possa pensar a própria ideia de humanidade.
A Bienal do Livro Bahia é uma realização da GL events Exhibitions – divisão da multinacional francesa GL events – e acontece entre os dias 26 de abril e 1º de maio, no Centro de Convenções Salvador.