Entre os dias 29 e 30 de novembro, o Quilombo Pitanga dos Palmares, em Simões Filho, receberá a 8ª edição do Festival de Cultura e Arte Quilombola, reunindo manifestações culturais, saberes tradicionais e ações de fortalecimento das comunidades quilombolas da Bahia. O evento, idealizado por Mãe Bernadete Pacífico, liderança brutalmente assassinada em 2023, tem acesso gratuito e é aberto ao público.

Participam da edição deste ano moradores dos quilombos Pitanga dos Palmares (Simões Filho), Dandá (Simões Filho), Rio dos Macacos (Simões Filho), Matinha dos Pretos (Feira de Santana), Cordoaria (Camaçari) e Alto do Tororó (Salvador). O encontro reafirma a importância da memória e da preservação cultural desses territórios.

“A cultura negra no Brasil criou estratégias próprias de resistência para a população que não tem outras armas a não ser sua crença na vida. O festival é a salvaguarda desses saberes ancestrais — como a gastronomia, a dança, o samba de roda, a agricultura familiar e o artesanato. Buscamos também movimentar a economia local e aproximar outros públicos da produção cultural que acontece em nossas comunidades”, destaca Wellington Pacífico, liderança do Quilombo Pitanga dos Palmares.

A programação reúne apresentações de música, dança popular e tradicional, exposições de artes visuais, além de oficinas de gastronomia e de artesanato em barro, piaçava e palha da costa. No domingo (30/11), uma feira irá reunir produtos da agricultura familiar, artesanato e gastronomia, reunindo 25 agricultores, mestres e mestras artesãs. O público poderá acompanhar de perto processos como a produção da beiju na Unidade Móvel Casa de Farinha.

O turismo comunitário também será incentivado. No sábado e no domingo, às 14h, haverá visitas guiadas com roteiro pela barragem e pela Fazenda Aras Vento Leste. As vagas são limitadas e os grupos serão formados no horário agendado.

Um dos momentos mais esperados será a Caminhada da Diversidade Cultural, que acontece no domingo (30), às 9h, reunindo cerca de mil pessoas em um ato pacífico por paz, respeito, tolerância religiosa e celebração das diversidades. A caminhada contará com representantes de instituições políticas, culturais, organizações da sociedade civil, povos de terreiro, comunidades católicas e evangélicas e grupos LGBTQIA+, além de música de grupos locais.

Com o mote “Mãe Bernadete, o legado continua”, o festival segue homenageando a líder comunitária e religiosa. O evento também sediará a segunda edição do Prêmio Mãe Bernadete Pacífico – Reconhecimento e Ancestralidade, que valoriza personalidades negras que fortalecem a cultura e a memória ancestral no Brasil. A premiação será no domingo (30), às 11h30, com presenças já confirmadas de Livia Santana, Neusa Cadore e Negra Jhô.

A realização é do Quilombo Pitanga dos Palmares, do Instituto Mãe Bernadete e da Fundação Cultural do Estado da Bahia (SecultBa), com apoio da Sepromi, SDR, SJDH, SETRE e Embasa.

O festival integra o Novembro das Artes Negras, iniciativa da Fundação Cultural do Estado da Bahia (FUNCEB), e conta com recursos da Política Nacional Aldir Blanc Bahia (PNAB Bahia), direcionada pelo Ministério da Cultura.

SERVIÇO:

8º Festival de Cultura e Arte Quilombola
29 e 30 de novembro de 2025
Local: Quilombo Pitanga dos Palmares – Caipora, Simões Filho – Bahia
Programação completa: @festivalculturaquilombola (Instagram)

Encerram neste domingo (30) as inscrições para o concurso Deusa do Ébano 2026 do Ilê Aiyê. A seleção definirá as 15 finalistas no dia 9 de dezembro, na Senzala do Barro Preto, no Curuzu. A etapa marca o início da preparação para a 45ª Noite da Beleza Negra, que será realizada em 17 de janeiro de 2026.

Podem participar mulheres negras de 18 a 35 anos, nascidas entre 1990 e 2007. As inscrições devem ser feitas pelo formulário disponível online. O concurso segue reafirmando o orgulho, a identidade e a força estética do Mais Belo dos Belos, que há mais de cinco décadas marca a cultura afro-baiana.

A atual Deusa do Ébano é Lorena Bispo, dançarina, comunicadora e escritora, eleita em 2025 após ter sido princesa em 2024.

A escolha da Deusa do Ébano 2026 é realizada pela Associação Cultural Bloco Carnavalesco Ilê Aiyê e pelo Governo Federal, com produção da Caderno 2 Produções, apoio financeiro do Fundo de Cultura da Bahia e parceria da ITS Brasil. O evento integra o Plano Anual do Ilê Aiyê, via Lei Federal de Incentivo à Cultura.

SERVIÇO:

Inscrições – Deusa do Ébano 2026 (Ilê Aiyê)
Prazo: até 30 de novembro
Formulário: https://forms.gle/FmAsqLhJbMSL4oTg8

O Banjo Novo promove, nesta sexta-feira (28), às 19h, um encontro gratuito no Largo do Pelourinho, encerrando a programação do Mês da Consciência Negra. A ação reforça o projeto como um dos principais movimentos de convivência, celebração e afirmação afrocultural de Salvador. A entrada é franca, sujeita à lotação.

Realizar esta edição no Pelourinho — território histórico e simbólico para a população negra — intensifica o significado do evento. Para os idealizadores, o local amplia a força do encontro e transforma a celebração em um gesto de memória, identidade e resistência.

“É um movimento feito por nós e para nós, impulsionado pela força comunitária e pela beleza da coletividade”, afirma Samora Lopes.

“Trazer o Banjo Novo para o Pelourinho, justamente no Mês da Consciência Negra, é como fechar um ciclo com respeito e responsabilidade.”

Para Igor Reis, o Banjo se consolidou como um espaço de reconhecimento e pertencimento: “O público se acolhe, se fortalece e se reúne pela musicalidade e pela vivência coletiva que só Salvador proporciona. Esta edição carrega um significado especial”.

SERVIÇO:

Banjo Novo – Edição de encerramento do Mês da Consciência Negra
Largo do Pelourinho, Centro Histórico de Salvador
Sexta-feira (28), a partir das 19h
Entrada: Gratuita (sujeita à lotação)