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Cultura

Salvador recebe o Festival Nosso Futuro Brasil-França: Diálogos com África

Jamile Menezes

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Festival Nosso Futuro

De 5 a 8 de novembro, Salvador se torna o centro de um diálogo histórico entre África, França e Brasil. A cidade recebe o Festival Nosso Futuro Brasil-França: Diálogos com África, integrando a Temporada França-Brasil 2025, com debates, shows, exposições e experiências gastronômicas.

Mais de 300 jovens, artistas, pensadores e gestores públicos dos três continentes estarão reunidos na capital baiana para discutir justiça territorial, inclusão social, igualdade de gênero e sustentabilidade.

O Fórum Nosso Futuro Brasil-França, Diálogos com a África – Nossos Lugares em Partilha será o ponto alto da programação, com foco no tema “Cidades Inclusivas”.

Nos dias 6, 7 e 8, das 8h30 às 18h30, na DOCA 1, o encontro reunirá pensadores contemporâneos como o filósofo camaronês Achille Mbembe, a pesquisadora brasileira Denise Ferreira da Silva, a ex-ministra da Justiça francesa Christiane Taubira, a ativista Erika Hilton e o intelectual Malcom Ferdinand.

Fora do eixo institucional, a programação se espalha por diversos espaços da cidade com uma série de atividades artísticas, educativas e gastronômicas:

Gastronomia afro-diaspórica: Nos dias 4, 6, 7 e 8 de novembro, nos restaurantes Bóia, Zanzibar, Preta e Origem, acontece o evento As Grandes Mesas – Encontro Gastronômico França-Brasil-África. Chefs franceses e renomados chefs baianos unem saberes e temperos em residências e jantares colaborativos que exaltam as heranças africanas na culinária.

Arte e cinema: Durante o Festival, a cidade abrigará nove exposições simultâneas em espaços como o Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM), Museu de Arte da Bahia (MAB), Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC), Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira (Muncab), Museu Afro-Brasileiro (Mafro), além da Aliança Francesa. A programação de artes visuais, videoarte e fotografia reflete a pluralidade das identidades afro-diaspóricas e posiciona Salvador como capital das artes africanas contemporâneas.

Complementando a programação, a Mostra Cinemas do Futuro – Ciclo de Filmes da Cinemateca África, com curadoria da professora Morgana Gama (UFBA), exibirá 24 filmes na Sala de Cinema Walter da Silveira e no Cinema da UFBA, entre os dias 6 e 9 de novembro. A abertura trará o premiado longa Njangan, do diretor senegalês Maham Johnson Traoré.

Shows abertos ao público: A programação musical do Festival Nosso Futuro inclui apresentações gratuitas em diversos pontos de Salvador. No dia 5, o Largo do Pelourinho recebe a noite Música e Democracia – Diálogo Afro-Brasileiro, realizada em parceria com o Governo da Bahia.

Com curadoria de Bruno Boulay e Flávio de Abreu, o evento tem como foco o papel da música nas democracias e recebe a artista senegalesa Senny Camara. Já no dia 7, a Praça Maria Felipa será palco da Noite Trace, promovida em parceria com a Trace Brasil e a Prefeitura de Salvador. Entre as atrações confirmadas estão a francesa Ronisia e o nigeriano Seun Kuti.

O festival será encerrado no dia 8, às 18h30, na DOCA 1, com a apresentação dos eixos de cooperação trilateral e a assinatura de um documento oficial que será levado à COP30. A programação de encerramento também contará com a performance da Mini-Ball Exhibition.

Juventude e mídia: O projeto Mídia COP também integra o Festival Nosso Futuro, reunindo 20 estudantes brasileiros, franceses e africanos em uma cobertura colaborativa.

O Festival Nosso Futuro Brasil-França: Diálogos com África foi organizado pelo Institut français e pela Embaixada da França no Brasil no âmbito da Temporada França-Brasil 2025, em parceria com o Governo Federal brasileiro (Ministério da Cultura), Universidade Federal da Bahia, Governo da Bahia, Prefeitura de Salvador, Accor, Aliança Francesa, CUFA Brasil e CUFA França, a Fundação de Inovação pela Democracia, o Conselho Geral de Seine Saint-Denis, a Cidade e a Metrópole de Montpellier, a Cidade de Paris e a Cidade de Saint-Ouen.

Sobre a Temporada França-Brasil 2025

Iniciada pelos presidentes de ambos os países, a Temporada celebra 200 anos de relações diplomáticas com mais de 300 eventos por todo o Brasil, com foco nos três temas: democracia e globalização justa e inclusiva; diversidade e diálogo com a África; clima e transição ecológica.

SERVIÇO
Festival Nosso Futuro – Brasil-França: Diálogos com a África
Datas: 5 a 8 de novembro de 2025
Local: Diversos espaços em Salvador, Bahia
Programação completa e informações: www.francabrasil2025.com

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Cultura

Carla Akotirene recebe Comenda Maria Quitéria em Salvador

Jamile Menezes

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Carla Akotirene recebe Comenda Maria Quitéria em Salvador

A pesquisadora de antirracismo e feminismos negros, Carla Akotirene, receberá, da Câmara Municipal de Salvador, a Comenda Maria Quitéria. A Comenda foi proposta pelo vereador Sílvio Humberto (PSB), fundador do Instituto Steve Biko, instituição em que Akotirene se formou na militância enquanto mulher preta.

A honraria será concedida no dia 24 de setembro, em evento aberto ao público, no Plenário Cosme de Farias.

“Foi na Biko que Carla Akotirene moldou sua formação, e agora, será reconhecida por sua trajetória de excelência acadêmica e militância. É uma das mais brilhantes intelectuais da atualidade. Logo, essa homenagem é um reconhecimento justo a uma figura pública com suas qualificações”, justificou.

Carla Akotirene é doutora em Estudos Feministas pela UFBA e autora de obras fundamentais como “O que é interseccionalidade?” e “É fragrante fojado dôtor vossa excelência”. Ela também está à frente da Opará Saberes, curso que prepara candidaturas negras para a pós-graduação, mestrados, doutorados.

Seu trabalho é reconhecido nacionalmente no estudo de gênero, feminismo negro, racismo estrutural e da interseccionalidade, impactando e transformando a sociedade.

A Comenda Maria Quitéria é entregue pela Câmara Municipal de Salvador  a mulheres que se destacam em atividades em benefício da cidade ou do estado da Bahia.

SERVIÇO

O quê: Concessão da Comenda Maria Quitéria para Carla Akotirene

Quando: 24 de setembro, às 18h

Onde: Câmara Municipal de Salvador (Plenário Cosme de Farias)

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Cultura

Instituto Cultural Bantu realiza 1º Seminário Ginga de Resiliência

Jamile Menezes

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Até 13 de setembro, o Instituto Cultural Bantu (ICBANTU) realiza o 1º Seminário Ginga de Resiliência, reunindo mestres, mestras, educadores sociais e capoeiristas de três estados e cinco cidades brasileiras. A proposta é fortalecer a Capoeira Angola como tecnologia social e cosmovisão africana, em diálogo com a educação, a cultura e as estratégias de enfrentamento da violência.

O evento integra o Projeto Katinguelê Bantu, aprovado no Edital Pronasci II (Ministério da Justiça – Senacon) e tem duração de 12 meses. Acontece em Salvador, Lauro de Freitas, Ilhéus, São Paulo (Zona Leste) e Rio de Janeiro (Morro da Babilônia), alcançando 1.200 crianças e adolescentes diretamente e 3.400 pessoas indiretamente.

O seminário é coordenado por Edielson Miranda, Mestre Roxinho, fundador e CEO do Instituto Cultural Bantu. Nascido na Ilha de Itaparica, Mestre Roxinho transformou experiências de fome, exclusão social e vivência nas ruas em um projeto de vida pela emancipação social por meio da Capoeira Angola.

Com mais de 30 anos de atuação, já levou a prática para comunidades em extrema pobreza no Brasil, para jovens refugiados na Europa e na Austrália e para crianças vítimas do tráfico humano nas Filipinas. Sua trajetória é reconhecida nacional e internacionalmente, com prêmios como o Prêmio LED (2023), Prêmio Melhores ONGs (2024) e Menção Honrosa da Câmara Estadual de Cultura da Bahia (2025).

Fundado em 2006, o Instituto Cultural Bantu completará 20 anos em 2026, consolidado como referência em impacto social a partir da cultura afro-brasileira. Suas ações abrangem educação, segurança alimentar, regeneração socioambiental e fortalecimento da identidade cultural.

Programação

  • 11 e 12 de setembro – Salvador (BA): Abertura no novo núcleo do ICBANTU, no bairro de Fazenda Grande do Retiro, território simbólico na trajetória de luta de Mestre Roxinho.

  • 13 de setembro – Vera Cruz (BA): Atividades formativas na sede do Instituto, encerrando com grande celebração cultural, caruru e samba de roda.

O seminário contará com a presença de nomes expressivos da capoeira e da cultura afro-brasileira, como: Prof. Dr. Pedro Moraes Trindade (Mestre Moraes), Mestre Poloca, Mestre Célio, Mestre Marrom, Mestre Pingo, Mestre Augusto Januário e Tatá Marinho, do Terreiro Matamba Tombenci.

“O atraso de dois anos na liberação dos recursos foi um grande desafio, mas este seminário marca a retomada do Projeto Katinguelê e uma conquista histórica para a capoeira. Pela primeira vez, conseguimos reunir e remunerar mestres e mestras em larga escala, alcançando milhares de pessoas em apenas 12 meses”, afirma Mestre Roxinho.

SERVIÇO

Evento: 1º Seminário Ginga de Resiliência

Datas: 11 a 13 de setembro de 2025

Locais: Salvador (Fazenda Grande do Retiro) e Vera Cruz (Sede do ICBANTU)

Realização: Instituto Cultural Bantu

Coordenação: Mestre Roxinho

Entrada: gratuita

Fotos: Divulgação

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Cultura

Audiosérie “Operações Negras” põe a Matemática contra o racismo

Jamile Menezes

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Operações Negras

Disponível nas principais plataformas de áudio, a audiosérie Operações Negras convida o público a ouvir as histórias que costumam ser silenciadas. Escrita e dirigida por Marcelo Ricardo, roteirista e diretor baiano, a série mergulha no sistema prisional brasileiro para discutir segurança pública, reconhecimento facial e a violência do racismo institucional.

A Audiosérie Operações Negras é apoiada pelo Instituto Serrapilheira, que é uma iniciativa voltada para divulgação científica no brasil, e fruto do Camp de Podcast 2024 voltado para realizadores negras e negros.

Em cinco episódios, Maat é um educador autodidata apaixonado pelo conhecimento. Ele é acusado de um crime que não cometeu após ser vítima no sistema de reconhecimento facial. Preso sem audiência de custódia, é levado a uma penitenciária onde precisará usar o único recurso que domina com excelência: a lógica matemática.

Maat (Vagner Jesus)

“Maat é um jovem que foi confundido, quando outras juventudes, aos 22 anos, estariam vivendo confusões amorosas ou escolhendo o que vestir para uma festa. Quantos desses são jovens negros que podem ser presos sem audiência de custódia e que avolumam a capacidade das penitenciárias brasileiras?”, questiona o criador da audiossérie.

Ritornelo (Tiago Silva)

Enquanto luta para provar sua inocência, Maat transforma os cálculos que antes ensinava a pessoas em situação de rua em ferramentas para sobreviver no ambiente carcerário.

Além de usar a matemática para enfrentar a hostilidade do cárcere, Maat ajuda outros presos a descobrirem habilidades esquecidas, como o sonho de Ritornelo, um companheiro de cela que deseja ser MC de funk.

Marcelo Ricardo

A Audiosérie “Operações Negras” também destaca a matemática como herança africana, ancestral e estratégica. Maat usa equações como se fossem portais. Ainda que privados de liberdade, ele e o amigo “cortam o tempo” e imaginam a vida antes do comércio transatlântico de pessoas escravizadas usando um cálculo de progressão geométrica.

“A matemática, para nós, não é só cálculo. É uma linguagem de travessia, de permanência, de invenção. Ela serve tanto para construir futuro quanto para resgatar o que nos foi tirado”, afirma Marcelo.

SERVIÇO:

Podcast “Operações Negras”

Série em CINCO episódios.

Próximas datas: 21 e 28 de agosto.

Ouça no seu tocador favorito: https://tr.ee/iyqMEl

Fotos Anastácia Flora Oliveira

 

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