Religião
EU VEJO VOCÊ – Ipadê das Rosas Negras reanima o teatro independente

Foto Joan Souza
No último final de semana, no dia 21 de fevereiro, o projeto EU VEJO VOCÊ – Ipadê das Rosas Negras chegou ao fim. Era uma programação gratuita e online, com transmissão ao vivo no canal do Youtube do espetáculo Rosas Negras e na página do Facebook. Houveram 6 exibições do espetáculo Rosas Negras e 3 mesas temáticas sobre o universo do teatro negro.
Durante o período de 12/2 a 21/2, Fabíola Nansurê, atriz, bailarina e coreógrafa, representou o solo que dá vida ao espetáculo Rosas Negras. Além disso, as mesas temáticas Ipadê das Rosas Negras contaram com a participação de artistas negras com reconhecimento no teatro nacional e baiano.
As artistas convidadas conduziram os diálogos de acordo com as suas experiências. Para “A Trajetória da Atriz Negra na Cena Teatral Baiana”, Berna Alves e Vera Lopes estavam presentes. Em entrevista, Vera Lopes, atriz e uma das fundadoras do Grupo de Teatro Caixa Preta, do Rio Grande do Sul, destacou a mobilização do teatro no evento: “Realmente, nós mulheres negras das artes, das artes cênicas, somos mulheres de muita garra porque com todas as adversidades a gente consegue colocar em cena espetáculos de uma grandeza, uma beleza, como Rosas Negras”.
Nas outras mesas temáticas “Corporeidade Negra na Cena teatral Baiana” e “Visualidades e Poéticas de Encenação no Processo de Montagem do Espetáculo Rosas Negras”, estavam as duplas Edeise Gomes e Edileuza Santos, Tina Melo e Diana Ramos, nesta ordem.
Teatro na pandemia
Com dramaturgia de Onisajé, direção de Diana Ramos e direção musical de Jarbas Bittencourt, o espetáculo Rosas Negras traz a beleza, sensibilidade e inteligência da mulher negra, com a intenção de reverenciar a ancestralidade feminina.
Para Fabíola Nansurê, a realização do projeto EU VEJO VOCÊ – Ipadê das Rosas Negras, com exibições do espetáculo Rosas Negras, aconteceu em um momento difícil por causa da pandemia. Fabíola também diz que as artistas negras independentes se encontram em uma situação ainda mais delicada: “Não podemos mais nos apresentar no teatro. E a gente tem que continuar na cena, não é? Principalmente as artistas, que precisam desse lugar para serem vistas, para serem lembradas”.
Em outros momentos, a atriz Fabíola Nansurê também se reinventou para se adequar ao cenário pandêmico. No 1° Ciclo de Lives – Eu vejo você, em que Fabíola atuou como apresentadora, artistas negras de todo o Brasil compartilharam suas experiências no mundo das artes. No Recital Afro-Poético, Fabíola dividiu o protagonismo em um videoarte, com Márcia Lima e Manu Moraes. A base dessas produções é o espetáculo Rosas Negras, apoiado pelo mesmo terreiro e ponto de cultura há anos, o Ilê Axé Oyá L’adê Inan.

Mãe Rosa de Oyá
Ilê Axé Oyá L’ade Inan
Atuando como uma casa de axé, cultura e arte, o Ilê Axé Oyá L’adê Inan recebeu o projeto EU VEJO VOCÊ – Ipadê das Rosas Negras.
A yalorixá e incentivadora cultural, Mãe Rosa de Oyá já apoiou mais de 40 atividades artísticas. Desde 2008, foram aproximadamente 10.000 espectadores. Ainda assim, mãe Rosa afirma “Se muito já foi feito, agora temos que fazer ainda mais, nosso povo merece nosso melhor”.
Filha de Nanã e àjòyé de Iansã, Fabíola Nansurê acredita que estar dentro de um Ilê Axé prestando homenagens às mulheres negras foi sensacional: “É o resultado da energia que foi mexida e lançada ao universo”.
Agora, as expectativas estão sobre a próxima iniciativa da equipe do espetáculo Rosas Negras, que está criando um catálogo de atrizes negras do estado da Bahia. Em breve, ele estará disponível nas plataformas digitais.
O projeto EU VEJO VOCÊ – Ipadê das Rosas Negras teve apoio financeiro do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura e da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Programa Aldir Blanc Bahia) via Lei Aldir Blanc, direcionada pela Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo, Governo Federal.
Religião
Encontro convoca homens de Axé contra violência de gênero
Salvador sediará nesta sexta-feira (19), o encontro “Da casa que nos forma ao mundo que construímos – Um chamado aos homens de axé pela vida das mulheres”. Aberta ao público, a iniciativa propõe um espaço de diálogo comunitário, político e ancestral voltado ao enfrentamento da violência contra mulheres. Acontece no Santuário Zé Pilintra, no bairro do Comércio, em Salvador.
Realizado pelo Santuário Zé Pilintra em parceria com a Marcha do Empoderamento Crespo, o encontro parte da compreensão de que os terreiros são casas de formação ética e comunitária e que o enfrentamento à violência de gênero também passa pela reflexão e pelo compromisso assumidos dentro dos espaços de axé.
O debate reunirá homens e mulheres do candomblé, lideranças religiosas, integrantes de movimentos sociais e convidados, em um formato horizontal, empático e colaborativo, baseado na escuta qualificada e na troca de experiências.
Em 2023, o Brasil registrou o maior número de feminicídios desde a tipificação do crime, segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, e a maioria das violências contra mulheres segue ocorrendo no ambiente doméstico.
“O terreiro é uma escola civilizatória. É onde aprendemos cuidado, pertencimento e responsabilidade. Se a violência cresce fora, precisamos ter coragem de olhar para dentro das nossas casas e revisar práticas, silêncios e pactos que não protegem a vida das mulheres”, afirma Naira Gomes, Yaô de Oxum, presidenta e cofundadora da Marcha do Empoderamento Crespo.
O encontro marca o início de um processo coletivo de construção de uma Carta de Princípios e Práticas, que será desenvolvida ao longo do projeto, com a participação de diferentes casas de axé, e que deverá se desdobrar em uma iniciativa itinerante em Salvador e na Bahia.
“O cuidado nasce em casa — e a responsabilidade também. Este encontro histórico, baseado nas perspectivas da ancestralidade e da responsabilidade e coletividade, inaugura um caminho para que o axé esteja, de forma clara e pública, ao lado da vida das mulheres”, reforça o Babalorixá da Conceição, presidente do Santuário Zé Pilintra em Salvador.
SERVIÇO
O quê: Encontro “Da casa que nos forma ao mundo que construímos – Um chamado aos homens de axé pela vida das mulheres”
Quando: 19 de dezembro (terça-feira)
Horário: 18h
Onde: Santuário Zé Pilintra — Rua Corpo Santo, nº 15, Comércio, Salvador/BA
Religião
21ª Caminhada Pela Paz homenageia Exú, Mensageiro da Paz
A 21ª Caminhada Pela Paz, Pela Vida e Contra o Racismo Religioso acontece em Salvador, reunindo comunidades religiosas, artistas e comunicadores para reforçar o combate à intolerância e ao preconceito. O seminário da edição, “Exú, o Mensageiro da Paz”, será realizado no Terreiro do Cobre, Engenho Velho da Federação, no dia 8 de novembro, às 15h, desmistificando preconceitos sobre o Orixá Exú.
“O tema deste ano homenageia Exú, força que abre caminhos e conduz transformações”, afirma a organização.
O seminário contará com Egbomi Marlene de Exú (Axé Bomboxé), Rychelmy Esutobi (Ilê Asé Ojisé Olodumare), Sergio Laurentino (Bando de Teatro Olodum e Ilê Axé Oluayê Onissogum), e a multiartista Nildes Sena. O escritor Nelson Maca participa com intervenção poética, e a mediação é do jornalista André Santana.
A Caminhada será no dia 15 de novembro, com concentração a partir das 14h, na Praça Mãe Runhó, fim de linha do Engenho Velho da Federação. O cortejo percorre ruas históricas do Engenho Velho, Federação, Garibaldi e Vasco da Gama, passando por terreiros tradicionais como a Casa Branca, Gantois, Terreiro de Oxumaré, Bogum, Tumba Junsara e Tanuri Junsara.
Criada em 2003, a Caminhada surgiu como resistência às perseguições e violência contra os povos de axé e se consolidou como um dos maiores atos de fé, diversidade e convivência plural na Bahia.
“Ao som dos atabaques, com cantos, rezas e palavras de ordem, celebramos as heranças africanas que fundamentam a religiosidade negra e a história do Brasil”, afirmam os organizadores.
SERVIÇO:
Seminário: “Exú, o Mensageiro da Paz”
8 de novembro de 2025, às 15h
Terreiro do Cobre – Rua Apolinário Santana, 154, Engenho Velho da Federação
21ª Caminhada Pela Paz, Pela Vida e Contra o Racismo Religioso
Quando: 15 de novembro de 2025, a partir das 14h
Onde: Praça Mãe Runhó – fim de linha do Engenho Velho da Federação
Informações para imprensa: André Santana (71) 98873-7047 / Meire Oliveira (71) 99995-5308
Música
Irmãos no Couro celebra oito anos no Casarão das Yabás
No dia 27 de setembro, o projeto Irmãos no Couro completa oito anos tendo como finalidade a preservação e a manutenção da identidade e do saber ancestral afro brasileiro, utilizando como principais ferramentas os toques, as cantigas e os conhecimentos que vem sendo transmitidos por gerações.
Tudo começou com a reverência àqueles encarregados de despertar as divindades através dos toques como os Mestres Nem (Tio Patinho – Terreiro do Cobre), Reinaldo, Tata Landemunkosi, e Nelson, Tata Jimungongo (Nzo Tanuri Junsara) e os Alagbé Edvaldo Araújo, Asogun Arielson Chagas (Terreiro da Casa Branca), bem como transmitir o conhecimento adquirido no convívio com eles.
Sediado no centenário Nzo Tumba Junsara, localizado no bairro do Engenho Velho da Federação, em Salvador, o Irmãos no Couro realiza oficinas de atabaques, formação de orquestra junto aos Clarins da Bahia, confecção de instrumentos tambor ìlú e xequerê, formação da banda de samba de terreiro e viola.
A partir da formação da Escola de Toques é que nasceu, em 2019, a Orquestra Irmãos no Couro, passando a uma fomentar a outra.
Neste dia 27 de setembro, quando celebra oito anos de criação, o Irmãos no Couro prepara mais uma edição e será no Casarão das Yabás (R. Martin Francisco, 15 – Garcia), a partir das 20h. Os ingressos serão vendidos a R$ 25, até a limitação do espaço. Terá participação de Orisun, Juraci (Samba Trator), Alacorin e Geo da Viola.
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