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Gastronomia

Caruru de São Cosme e Damião se torna patrimônio da Bahia

Ana Paula Nobre

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Caruru
Foto: Arquivo pessoal de Táta Ricardo
Durante todo o mês de setembro, os baianos ofertam o caruru para homenagear santos e divindades da religião católica e do candomblé. Feito com quiabo cortado, camarão seco, azeite de dendê entre outros temperos, o caruru costuma ser servido primeiro às crianças, tradição que ficou conhecida também como “caruru de sete meninos”, para depois ser servido a todas as pessoas presentes na festa. Ainda de acordo com a tradição, quem encontra no prato um quiabo inteiro, deve oferecer um caruru no próximo ano. Essa manifestação cultural baiana que se repete todos os anos agora é patrimônio imaterial da Bahia, título aprovado pelo pleno do Conselho Estadual de Cultura (CEC) por unanimidade. O registro deve ser publicado no Diário Oficial da Bahia em 27 de setembro, dia de São Cosme e Damião.
A vice-presidente da Câmara de Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Natural (CPHAAN), conselheira Evanice Lopes, foi a relatora do processo e apresentou parecer favorável à aprovação do título. “Não nos deixa dúvidas de que a Festa do Caruru de São Cosme e São Damião é uma das principais e mais antiga manifestação religiosa popular baiana, reunindo características próprias na junção de símbolos místicos e elementos plurais do sincretismo religioso baiano como estratégia de festejar, celebrar e agradecer”, argumentou ela em defesa.
Emocionado, o presidente da Câmara de Patrimônio, que também é autor deste processo de patrimonialização, Táta Ricardo, comemorou a aprovação. “O princípio do patrimônio é de fato pertencimento, a gente não aprende na academia, na universidade… patrimônio é algo que a gente herda”, disse ele ao destacar que o caruru de São Cosme e Damião é uma das maiores manifestações populares de origem sacra do estado, mantida pelas pessoas, famílias e comunidades religiosas e culturais presentes em toda a Bahia. Táta também enfatizou a importância econômica dessa manifestação, que aquece a economia criativa e o mercado formal e informal em diversos municípios durante todo o mês de setembro.
O secretário de Cultura e presidente de honra do Conselho, Bruno Monteiro, também marcou presença na sessão plenária desta “manhã histórica” como ele mesmo definiu. Ele elogiou o relatório e parecer apresentados e celebrou a salvaguarda de mais essa tradição baiana. Bruno conversou com o governador Jerônimo Rodrigues durante a sessão, que recebeu a notícia com entusiasmo e disse que providenciará a publicação do registro especial no Diário Oficial do dia 27 de setembro, Dia de São Cosme e Damião.
A sessão plenária foi presidida pelo presidente do CEC, Gilmar de Faro Teles, que elogiou a parceria entre a Câmara de Patrimônio e o IPAC, que trabalharam juntos para garantir a salvaguarda do Caruru de São Cosme e Damião. O diretor geral do IPAC e conselheiro, Marcelo Lemos, também esteve presente na sessão.
Conselho Estadual de Cultura da Bahia (CEC) – Criado em 1967, é um órgão colegiado do Sistema Estadual de Cultura, que tem como finalidade contribuir na formulação da política estadual de cultura, através de discussões, decisões e trabalhos desenvolvidos pelas câmaras, comissões e sessões plenárias. A Câmara de Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Natural (CPHAAN) é um dos principais instrumentos de trabalho do Conselho, tendo como missão analisar e emitir parecer sobre pedidos de registros (patrimônios intangíveis) e tombamentos (bens materiais) encaminhados pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC).

Gastronomia

Vovó Cici se une a Marlene da Costa no livro “AJEUM BÓ: Histórias da Culinária Ancestral”

Jamile Menezes

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Vovó Cici se une a Marlene da Costa no livro “AJEUM BÓ: Histórias da Culinária Ancestral”

Preservar receitas que estão desaparecendo da mesa baiana, mas que resistem nos terreiros de candomblé como oferendas sagradas. Esse é o intuito do livro “AJEUM BÓ: Histórias da Culinária Ancestral”,  contendo saberes transmitidos oralmente por Vovó Cici de Oxalá, egbomi com mais de 50 anos de iniciação, griot e guardiã de itãs.

O livro será lançado no dia 20 de dezembro, no Quintal de Yayá, espaço gastronômico cultural em Salvador que abrigou a gestação do livro durante um ano.

“Viabilizado pelo Programa Rumos Itaú Cultural, “Ajeum Bó” foi construído com paciência, respeito e profundidade. “Trabalhamos com o tempo de Oxalá”, afirma Clarice, integrante da equipe, sobre a delicadeza necessária para registrar saberes tão preciosos.

Doutora Honoris Causa pela UFBA, Vovó Cici se une ao caderno de receitas herdado por Marlene da Costa, cozinheira especializada em culinária afro-brasileira e fundadora do Quintal de Yayá. Juntas, elas tecem um registro que une comida, história e espiritualidade, agora materializado em livro pela Editora Segundo Selo.

As receitas vão do acaçá ao efó, do abará ao mingau de carimã e ganham vida acompanhadas das narrativas dos orixás.

O livro é uma viagem sensorial pelos itãs (histórias sagradas), revelando a origem do Olubajé, a teimosia de Oxóssi, o encantamento da cozinha de Oxum e a história de Omolu, tudo entrelaçado com as receitas que dão corpo a essas memórias.

PROGRAMAÇÃO

Noite de autógrafos com Vovó Cici e Marlene da Costa

Degustação de pratos presentes no livro

Experiência imersiva com QR Codes que levam ao áudio das histórias contadas por Vovó Cici no próprio quintal onde foram gravadas

Celebração da cultura afro-brasileira em seu ambiente gerador

Serviço:

Título: Ajeum Bó: Histórias da Culinária Ancestral

Lançamento: 20 de dezembro de 2025

Local: Quintal de Yayá – Rua Professor Romulo Almeida, 585, Acupe de Brotas

Fotos: ismael Silva e Joelma Antunes

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Gastronomia

Afrochefe Jorge Washington encerra Culinária Musical em 2025

Kelly Bouéres

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Afrochefe Jorge Washington
Divulgação

No dia 14 de dezembro (domingo), a Casa Rosa, no Rio Vermelho, receberá a última edição do ano do projeto Culinária Musical. O Afrochefe Jorge Washington vai preparar sua tradicional Big Feijoada, famosa pelos 37 tipos de carnes, além do seu Arrumadinho de Fumeiro e da Casquinha de Siri. A festa que marca a despedida de 2025 terá entrada antecipada a R$ 40 (via pix e Sympla) e R$ 50 na portaria.

A tarde será aberta pela cantora lírica e popular Liz Gonçalves, que apresenta um repertório recheado de clássicos do samba.

A atração principal será o Grupo Negros de Fé, levando ao palco um repertório marcado pelo samba e por ritmos dançantes que traduzem paz, suingue, harmonia e não violência — onde letra e melodia se encontram para promover integração e consciência coletiva. O convidado especial da edição será o cantor Aloísio Menezes, conhecido por sua voz potente na ala de canto do Cortejo Afro.

A programação inclui ainda o lançamento do livro “Em cima da mesa, poesia sangra”, de Alex Brito, pernambucano, amante da Bahia, graduando em Letras Vernáculas e um dos nomes mais promissores da nova geração da literatura brasileira. Sua obra mistura influências de Cruz e Sousa e Manoel de Barros, com lirismo, crítica social e uma estética própria.

No Cantinho da Empreendedora, estará presente a Yalodê Cabelos, da empresária Bárbara Aguiar, que atua com educação, estética e empreendedorismo. No espaço serão disponibilizados turbantes, acessórios afros e produtos de cuidado para cabelo crespo.

SERVIÇO:

Culinária Musical
14 de dezembro (domingo), das 12h às 17h
Casa Rosa (Praça Colombo, nº 106 – Rio Vermelho)
 Ingressos antecipados R$ 40 (pix 71 98878-4634, com envio de comprovante), Sympla
Prato principal: R$ 80 (para duas pessoas)
Mais informações: @culinariamusical / @casarosasalvador

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Gastronomia

Sarau Culinária Criativa une comida e cultura na Ribeira

Kelly Bouéres

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Sarau Culinária Criativa
Donminique Santos

Nos dias 15 e 16 de novembro, a Quinta da Madragoa, na Ribeira, recebe o Sarau Culinária Criativa, uma experiência gastronômica e cultural que transforma a comida em linguagem artística, gesto e memória. A entrada é gratuita, com pratos vendidos a preços acessíveis.

Idealizado pela chef Jô Rocha, conhecida como Maria Bonita da Ribeira, o evento combina cozinha show, música e saberes populares. Entre as atrações estão Lilica Rocha, Escola de Samba Unidos de Itapuã, Samba de Roda de Tubarão, Xote Debochado, Billa Rey e Pocket Baile Black – DJ Allexuz.

O prato principal do sarau é a moqueca de bago de jaca com camarão, criação da chef que mistura sabores do mar e da terra com tradição popular. Segundo Jô Rocha:

“A cozinha é um lugar de invenção e encontro. No Sarau, a gente mistura o que vem do mato, da feira, da lembrança da infância, e transforma em experiência. É um modo de pensar e sentir a comida como cultura viva.”

A chef reforça que “a comida é o espetáculo. Cada receita é apresentada como obra, construída em diálogo com o público e com o território. A música costura o ambiente, acompanhando a experiência”.

O público também poderá participar de uma vivência formativa, aprendendo a preparar a moqueca de bago de jaca com camarão, seguida de mesa de debates sobre culinária criativa e saberes populares.

O Sarau Culinária Criativa é realizado pelo Coletivo Cacos, integra o calendário do Novembro Negro e valoriza o protagonismo de mulheres negras na gastronomia e nas artes da Bahia. O projeto foi contemplado pelo edital Territórios Criativos – Ano II, com recursos da Fundação Gregório de Mattos, Secretaria Municipal de Cultura e Turismo, Prefeitura de Salvador e Política Nacional Aldir Blanc (PNAB), Ministério da Cultura, Governo Federal.

SERVIÇO:

Sarau Culinária Criativa
Quinta da Madragoa – Ribeira, Salvador (BA)
15 e 16 de novembro de 2025
Das 12h às 19h
Entrada gratuita (comidas e bebidas vendidas à parte)

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