Formação
Seminário Oro Dudu debate papel da arte e educação no combate ao racismo

O Bando de Teatro Olodum e a Wilson Sons promovem, no dia 30 de setembro, às 14h, no Espaço Cultural da Barroquinha, o Seminário Oro Dudu – Lei 10.639/03, Educação e Arte, atividade que integra a programação do projeto ERÊ Bando 35 anos.
Destinado a profissionais da Educação em geral, o seminário discutirá o tema “O papel da Educação e da Arte na construção de uma sociedade inclusiva, próspera e antirracista”, com ênfase na Lei 10.639/03, que torna obrigatório o ensino da História e Cultura Afro-Brasileira em todas as escolas do país.
O evento visa mobilizar docentes, gestores e demais profissionais da rede escolar para a implantação e o fortalecimento da lei nas práticas pedagógicas.
A palavra “Oro Dudu”, que significa “fala preta” em iorubá, dá nome ao seminário e afirma a centralidade das vozes negras no debate sobre educação, arte e cidadania.
As inscrições são online estão abertas ao público neste link.

Camila Souza
Palestrantes confirmados:
Camila Souza de Jesus – Mestra em Educação pela UFBA, licenciada em Pedagogia e bacharela em Artes; coordenadora pedagógica do Colégio Estadual Doutor Ailton Pinto de Andrade e do Projeto Capoerê – Núcleo Plataforma; desenvolve pesquisas sobre capoeira, cultura e tecnologias digitais.
Antônio Cosme Lima da Silva – Professor da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), doutorando em Estudos Étnicos e Africanos (POSAFRO/UFBA) e mestre em História Regional e Local (UNEB).
Ao apresentar o tema “O papel da Educação e da Arte na construção de uma sociedade inclusiva, próspera e antirracista”, o professor Antônio Cosme explica:
“Eu vou traçar um panorama na história da educação, mostrando que a educação foi um instrumento utilizado, sobretudo, pelas classes dirigentes dominantes para o projeto de nação excludente. Mas, por mais contraditório que pareça, é através da educação e das artes também que podemos reverter essa situação”, destaca.
Antônio Cosme
Antônio Cosme adianta ainda que abordará a educação de uma forma ampla, ou seja, conceber a educação para além da escolarização.
“Então mostrar como é que o racismo se estrutura ou se ancora, sobretudo em uma ideia de superioridade moral, intelectual e estética das populações europeias, que apostam que nós, africanos e descendentes, não temos a capacidade de entender, de compreender, de nos formar. Portanto, a educação, na sua fase de escolarização, se torna dispensável para essas populações”, pontua Cosme.
A realização do Seminário Oro Dudu integra as ações comemorativas dos 35 anos do Bando de Teatro Olodum, uma das mais importantes companhias negras do país, e reforça seu compromisso com a promoção da diversidade, da equidade e do combate ao racismo por meio da Educação, da Cultura e da Arte.
O Projeto Erê – Bando 35 anos é patrocinado pela Wilson Sons, via Programa de Isenção Fiscal Viva Cultura, da Prefeitura de Salvador, Secretaria Municipal da Fazenda (Sefaz), Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Secult) e Fundação Gregório de Mattos (FGM).
Serviço:
O quê: Seminário Oro Dudu – Lei 10.639/03, Educação e Arte
Quando: 30 de setembro de 2025 (terça-feira), às 14h
Onde: Espaço Cultural da Barroquinha – Praça Castro Alves, Salvador/BA
Público-alvo: Profissionais da Educação (docentes, gestores, coordenadores pedagógicos e demais profissionais da rede escolar)
Inscrições: gratuitas e online
Formação
MOVER oferece mais de 60 mil bolsas para formação de pessoas negras

O Movimento pela Equidade Racial (MOVER) lança uma grande formação online para pessoas negras por meio da iniciativa “MOVER o seu Futuro”. Serão oferecidas mais de 60 mil bolsas em diversos programas para todas as etapas da carreira. O MOVER é uma associação sem fins lucrativos que, por meio de conscientização, fomento ao desenvolvimento de carreiras e à inovação inclusiva de pessoas negras, visa promover e acelerar a equidade racial. Atualmente, é formado por 57 empresas que atuam de forma colaborativa.
O “MOVER o seu Futuro” busca ampliar o acesso à educação e ao desenvolvimento profissional de pessoas negras por meio de bolsas de estudo. A expectativa é de gerar 3 milhões de oportunidades de capacitação, conexão com emprego e empreendedorismo para pessoas negras até 2030.
“Juntamos diversos parceiros para oferecer oportunidades voltadas para cada momento de carreira das pessoas negras, desde aqueles que estão iniciando no mercado de trabalho, até aqueles que já estão ou almejam posições de liderança. Nossa meta é fortalecer trajetórias individuais e impulsionar mudanças estruturais no mercado de trabalho”, afirma Luciene Malta, head de Comunicação e Relações Institucionais do MOVER.
Para saber quais os melhores cursos para se inscrever, os participantes terão acesso a um teste rápido online. A partir de repostas sobre interesses pessoais e profissionais, a plataforma do MOVER indicará os cursos para o perfil de cada participante. Também será possível realizar inscrição em mais de um curso de forma simultânea.
CURSOS
Afreektech: Voltado a jovens negros interessados em tecnologia e carreiras digitais, o programa Afreektech, realizado pelo Movimento Black Money com apoio do MOVER, oferece trilhas em áreas como marketing digital com IA, ciência de dados, vendas B2B e transformação digital. O objetivo é democratizar o acesso ao mercado de tecnologia e reconhecer trajetórias por meio de certificações e uma comunidade de apoio.
Lideranças do Futuro: Desenvolvido em parceria com o Instituto Four, é um programa online gratuito destinado a profissionais negros que almejam cargos de liderança. O objetivo é desenvolver competências de gestão de carreira, liderança de alta performance e protagonismo, por meio de masterclasses com líderes renomados, além de conteúdos de autoestudo com atividades práticas e certificação.
Anhanguera Cursos Livres: Com bolsas exclusivas para pessoas negras, o programa oferece cursos livres em áreas como negócios, tecnologia e marketing. O objetivo é promover inclusão acadêmica e profissional, oferecendo formação contínua para impulsionar trajetórias de carreira. A grade contempla cinco eixos: Tecnologia e Inovação; Liderança e Gestão de Pessoas; Comunicação e Marketing Digital; Gestão Empresarial; e Sustentabilidade e Inclusão
Estácio Cursos Livres: Serão oferecidas bolsas para cursos livres e destinados exclusivamente a pessoas negras. A iniciativa busca expandir oportunidades de formação acadêmica e profissional em áreas estratégicas para o mercado de trabalho.
MOVER Mundo: Voltado a pessoas negras que desejam aprender idiomas para ampliar suas oportunidades profissionais, o programa oferece curso online gratuito em parceria com a EF. Com duração de seis meses, serão oferecidas trilhas personalizadas de aprendizagem em quatro idiomas (alemão, espanhol, francês e sueco) com foco no conteúdo geral, profissional e de negócios. Ao se inscrever, fica liberado o acesso ao curso dos quatro idiomas de uma única vez e o usuário poderá navegar pela plataforma online na formação que preferir, alternando entre eles.. Os cursos contam com certificado internacional.
MOVER Mais Negócios: Realizado em parceria com o Sebrae, a iniciativa é destinada a empreendedores negros (MEI, ME e EPP), que buscam fortalecer negócios já existentes e ampliar as oportunidades de integração com grandes empresas. O foco está em capacitação sobre temas relevantes. Ao todo, são 30 mil vagas disponíveis. Uma outra iniciativa importante, são as rodadas de negócios e networking dos empreendedores com empresas associadas ao Mover, ao longo do ano alguns participantes são contemplados com um convite para participar desta ação.
Plataforma PROA: um curso online desenvolvido pelo Instituto, que tem como objetivo preparar jovens entre 17 e 22 anos, vindos de escolas públicas, a se capacitarem para o mercado de trabalho; o curso foca no desenvolvimento de habilidades socioemocionais e competências técnicas, além de oferecer apoio para a conquista do tão sonhado primeiro emprego.
Coletivo Coca-Cola Jovem: Curso 100% online, gratuito e ofertado em diferentes plataformas, como o Whatsapp e aplicativo, é feito para jovens em situação de vulnerabilidade social entre 16 e 29 anos. O programa capacita e conecta jovens a vagas de emprego que estejam alinhadas com os seus perfis, considerando uma base de mais de 400 empresas parceiras. O programa oferece 12 videoaulas criadas com base no conceito de nanolearning (pílulas de conteúdo) para capacitar jovens sobre o mundo do trabalho, com dicas de elaboração de plano de vida e preparação para entrevistas de emprego. Após a formação, os jovens recebem um certificado e podem se cadastrar em uma comunidade que oferece vagas exclusivas para os formandos.
Todos os cursos serão online e possuem duração de 40 horas, com direito a certificado. As inscrições ficarão abertas até 15 de outubro neste link.
Formação
Escola Afro-brasileira Maria Felipa realiza 5ª edição da Afrotech

A Escola Afro-brasileira Maria Felipa realiza a 5ª edição da Afrotech, feira de ciência e tecnologia afro, inspirada no livro Histórias Pretas das Coisas, da professora doutora e idealizadora da escola, Bárbara Carine. O lançamento é no próximo dia 13 de setembro, no quadrilátero da Biblioteca Central do Estado da Bahia (Barris) e seguirá no foyer até o dia 20 de setembro.
A Afrotech é uma iniciativa que tem como objetivo ampliar o olhar das crianças, das suas famílias, e do público em geral, sobre a história da ciência e da inovação. As invenções são produzidas pelos alunos da Escola Afro-brasileira Maria Felipa, com base na obra de Bárbara Carine.
Os trabalhos buscam ressignificar as narrativas hegemônicas que sustentam o chamado “milagre grego”, uma tese que atribui à civilização grega a origem da maioria dos conhecimentos científicos.
A feira está organizada em setores tecnológicos, aproximando os conhecimentos ancestrais das vivências cotidianas das crianças e de suas comunidades.
“Mais do que expor trabalhos, a Afrotech convida as crianças, as famílias e a comunidade a repensarem as narrativas hegemônicas, que invisibilizam as contribuições africanas para a humanidade e, assim, construírem as suas próprias histórias, fortalecendo e reafirmando as suas identidades”, afirma a diretora da Escola Afro-brasileira Maria Felipa, Cristiane Coelho.
Dessa forma, a Afrotech fortalece a missão da Escola Afro-brasileira Maria Felipa de valorizar os saberes ancestrais e incentivar a inovação com consciência histórica e cultural.
Escola Afro-brasileira Maria Felipa
A Escola Afro-brasileira Maria Felipa é a primeira com esse registro no Brasil e se dedica à formação de cidadãos com criticidade e consciência. A matriz, em Salvador, foi criada pela Profª Drª, e escritora, Bárbara Carine, com o intuito de oferecer uma educação afrorreferenciada para a sua filha, mas, para além dela, educando todas as crianças para o desenvolvimento humano, combatendo todas as formas de opressão.
A educação da Maria Felipa valoriza a diversidade, promove o respeito às diferenças e conecta o aprendizado das crianças à cultura, história e transformação social.
Apesar de ser uma instituição privada, a escola possui grande impacto social, e conta com um programa de bolsas que oferece 20% das vagas para crianças negras e indígenas em situação de vulnerabilidade social.
A Maria Felipa trabalha a inclusão de crianças neurodivergentes; o ensino trilíngue (português, inglês e libras), visando o empoderamento e acesso dos educandes do ensino infantil e do ensino fundamental I; projetos culturais e artísticos únicos.
Dentre esses projetos, há: Marielle Vive, dia de tributo à vereadora Marielle Franco; o Olojá Street; a Semana de Arte Negra e Indígena; o AVANTE; a Afrotech, uma feira de ciência e tecnologia afro.
Também oferece cursos presenciais e on-line de formação de professores(as) na perspectiva antirracista, já tendo impactado cerca de 10.000 educadores em todo Brasil.
Serviço
O que: Afrotech – Feira de Ciência e Tecnologia
Quando: 13/09, a partir das 13h, até o dia 20/09
Onde: Biblioteca Central do Estado da Bahia
Valor: gratuito
Público-alvo: estudantes, famílias e comunidade em geral
Formação
Projeto Vozes da Feira estreia mostras no Dia do Feirante (25) em São Joaquim

No dia 25 de agosto – Dia do Feirante – o projeto Vozes da Feira, protagonizado pelos atores Jorge Washington de Luciana Souza (Bando de Teatro Olodum) e o cantor e compositor, Dão Black, apresentam as Mostras Finais do projeto, resultado das aulas realizadas ao longo do mês de julho e agosto na Feira de São Joaquim. As sessões de “As águas de São Joaquim” serão itinerantes pela feira, a partir do Píer, abertas ao público, sempre às 15h.
Idealizado pela Wilson Sons, um importante operador de logística portuária e marítima do país, o Vozes da Feira forneceu oficinas de Música e Teatro para feirantes e seus ajudantes que trabalham na Feira de São Joaquim, em Salvador. Foram 15 encontros, todas as quartas e sextas-feiras, resultando na performance cênica-musical “As águas de São Joaquim”.
Serão 15 alunos e alunas, que mostrarão as técnicas e improvisos aprendidos ao longo do projeto. Para integrar a formação sem prejudicar suas atividades econômicas, os feirantes tiveram ajuda de custo para participarem das aulas.

Foto Nathane Santana
Com o projeto Vozes da Feira, a Feira de São Joaquim ganhou ainda mais visibilidade enquanto espaço de fruição cultural e de realização artística. Por sua importância neste âmbito, a Feira de São Joaquim pode se tornar Patrimônio Cultural Imaterial da Bahia, mediante Projeto de Lei que segue em apreciação na Assembleia Legislativa da Bahia.
A potência do projeto chegou até à Academia, sendo tema de tese de doutorado da pesquisadora Leodinéia da Costa Reis, intitulada “As águas que percorrem o meu corpo guardam memórias” e aprovada na PUC-Rio. A pesquisa parte do rio Nilo e conflui com Água de Meninos, local onde iniciou São Joaquim. O projeto Vozes da Feira entra como uma metodologia baseada no etno-método, entendendo que a arte é uma forma legítima e democrática de conhecimento. Através do teatro, as/os feirantes expressam seus saberes e suas vozes ganham lugar de fala.
“As águas que percorrem o meu corpo guardam memórias”, aprovada na PUC-Rio. A pesquisa parte do rio Nilo e conflui com Água de Meninos, local onde iniciou São Joaquim. O projeto Vozes da Feira entra como uma metodologia baseada no etno-método, entendendo que a arte é uma forma legítima e democrática de conhecimento. Através do teatro, as/os feirantes expressam seus saberes e suas vozes ganham lugar de fala.
O ator Jorge Washington celebra essa expansão e reconhecimento do projeto. “Começamos com o intuito de trazer arte para essas pessoas que, às vezes sem perceber, fazem arte em suas formas de mercar seus produtos. Identificamos isso durante as aulas, conhecendo-os e agora com as mostras vamos ao auge do Vozes da Feira que já é pauta nacional, acadêmica e, esperamos que em breve, seja ampliado para mais formações contemplando ainda mais feirantes”, finaliza.
Programação
Após o dia 25 de agosto, as sessões abertas da performance cênica-musical “As águas de São Joaquim” acontecerão nos dias 27 e 29 de agosto e 3 de setembro, sempre às 15h.
SERVIÇO
O que: Projeto Vozes da Feira – Mostras “As águas de São Joaquim”
Quando: 27 e 29 de agosto e 3 de setembro, sempre às 15h
Onde: Feira de São Joaquim (Av. Eng. Oscar Pontes – Comércio)
Aberto ao público
Fotos Nathane Santana
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