Audiovisual
“Enquanto meu coração bater” narra vida de liderança negra

A trajetória e a luta de Ivannide Santa Bárbara é contada no documentário “Enquanto meu coração bater”, um filme de média-metragem de 60 minutos. Através do registro de seu cotidiano, o enredo narra a história de uma das maiores lideranças negras de Feira de Santana e do Brasil. Ivannide teve sua vida pautada na busca do protagonismo negro na vida pública, sendo dirigente Nacional do MNU – Movimento Negro Unificado, ajudando a construir a Marcha das Mulheres Negras em 2015, além do seu importante papel na luta pela instituição da política de cotas nas universidades brasileiras.
A ideia do filme surgiu em meados de 2015 e as gravações iniciaram em 2022, através do financiamento coletivo e apoio de amigos, sendo possível registrar uma parte do cotidiano de Ivannide, entretanto, neste ano com os recursos disponibilizados através da Lei Paulo Gustavo, o filme está em andamento e seguirá para a sua conclusão. O Diretor do filme David Aynan, afirma ser uma honra falar sobre Ivannide. “Fazer um filme da história de Ivannide é um desafio, porque você está falando de uma personalidade importante da história da Bahia. Então é um desafio grande contar a história de uma personalidade como essa, num filme com essas características. Tenho ficado feliz com o resultado”, declara Aynan.
“Essa filmagem vai ficar na história e irá mostrar que o povo negro continua na luta desde quando foi sequestrado da África. Isso me dá um misto de orgulho, de felicidade e de dever cumprido. Eu me sinto muito bem, muito feliz com essa oportunidade de estar sendo personagem protagonista desse filme”, disse Ivannide Santa Bárbara.
O documentário produzido pela Palenque Filmes busca construir, através do afeto, um diálogo entre a personagem Ivannide, sua família e as pessoas presentes na sua história de vida. Para a protagonista deste filme, a história contada não será apenas sobre a sua luta, mas será mais uma página do livro do povo negro na diáspora. Ainda em construção, essa obra tão importante propõe uma reflexão sobre o papel histórico da mulher negra na formação da luta política no Brasil.

Foto: Divulgação
Este projeto foi contemplado pela Prefeitura de Feira de Santana, Secretaria Municipal de Cultura, Esporte e Lazer de Feira de Santana e da Lei Paulo Gustavo, Ministério da Cultura, Governo Federal. Mais informações no link.
Sobre o diretor
David Aynan é graduado em Cinema e Audiovisual pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia. Atua na área de direção, designer de som, roteiro e montagem . É membro fundador do Movimento de Cinema Negro Tela Preta. Foi Conselheiro da APAN (Associação dos Profissionais do Audiovisual Negro) e ministra oficinas de edição, roteiro e sonorização no cinema com foco em narrativa sonora.
Sobre a produtora
A produtora Palenque Filmes criada por David Aynan, foi constituída legalmente há 11 anos, com sede na cidade de Feira de Santana BA.
Audiovisual
Circuito Filmes que Voam! leva cineasta Joel Zito Araújo a Alagados

No dia 25 de setembro (quinta-feira), o projeto Circuito Filmes que Voam!, iniciativa da Borboletas Filmes, traz a Salvador o cineasta, escritor e professor Joel Zito Araújo, que conduzirá oficina de documentário, no Espaço Cultural Alagados, no bairro do Uruguai.
O Circuito Filmes que Voam! circula por bairros periféricos e espaços culturais de Salvador e região metropolitana, oferecendo programação gratuita de oficinas e sessões de cinema, com o objetivo de ampliar o alcance do cinema brasileiro, fortalecer a formação crítica e valorizar narrativas negras e indígenas.
“A proposta é fortalecer o pensamento crítico e o pertencimento cultural por meio do diálogo direto entre quem faz e quem assiste ao cinema. Esses encontros funcionam como espaços de escuta e construção coletiva, onde o público das periferias pode se reconhecer nas histórias contadas e também se enxergar como futuro protagonista do audiovisual brasileiro”, afirma Camila de Moraes, diretora da Borboletas Filmes.
No mesmo dia, às 19h, o público poderá assistir à série Nós Somos Pares, produção da Borboletas Filmes dirigida por Camila de Moraes. Composta por quatro episódios, a série mistura comédia e drama ao abordar amizade, amor e o poder das relações humanas em meio às turbulências da vida.
O elenco é formado por seis atrizes negras baianas: Namíbia Santos, Iolanda Soares, Dandara de Silva, Iracema Martins, Eva Andrade e Luiza Tavares, evidenciando a representatividade feminina negra na produção audiovisual.
Joel Zito Araújo
Reconhecido por sua trajetória dedicada à valorização da cultura negra e à reflexão sobre o racismo estrutural, Joel Zito compartilha com o público suas experiências e caminhos para pensar o documentário como instrumento de transformação social. Entre seus principais trabalhos estão A Negação do Brasil (2000), Filhas do Vento (2004), Cinderelas, Lobos e um Príncipe Encantado (2009), Raça (2013) e Meu Amigo Fela (2019), todos premiados em festivais nacionais e internacionais, como o Festival de Gramado, FESPACO e Ecrans Noirs Film Festival.
SERVIÇO:
Circuito Filmes que Voam!
Oficinas e exibições gratuitas
Data: 25 de setembro
Horário: A partir das 14h
Espaço Cultural Alagados
Atividade gratuita e aberta ao público
Audiovisual
Curta baiano “Nevrose” estreia em Festival de Atlanta (EUA)

O curta-metragem ‘Nevrose’ faz sua estreia mundial no Atlanta Women’s Film Festival, que acontece de 24 a 28 de setembro. Dirigido pela cineasta Ana do Carmo e com produção executiva de Rubian Melo, o filme terá exibição no dia 26 de setembro, em Atlanta, na Geórgia. Na trama, uma médica se torna obcecada em salvar vidas, após ser consumida pela culpa pela morte da filha. Tudo muda quando seu caminho se cruza com o de uma suicida que não deseja ser salva.
“É uma alegria imensa produzir cinema em nosso território e, a partir dele, conseguir cruzar fronteiras geográficas, levando nosso olhar e nossas histórias para o mundo. Ver nosso filme chegar a Atlanta é motivo de orgulho, sobretudo em um festival que celebra a assinatura artística de mulheres. Estar nesse espaço com uma obra concebida e realizada por uma equipe majoritariamente feminina e negra é reafirmar a potência e pluralidade do cinema baiano e brasileiro. Mais do que exibir um filme, é compartilhar perspectivas de mundo e repaginar imaginários, afirmando que temas existencialistas também nos pertencem”, comenta Ana do Carmo, diretora do filme.
Adaptado dos contos ‘Nevrose’ e ‘A Suicida’, de Délia, escritora do século XIX, o filme é derivado do corte da diretora do capítulo homônimo, que integrou o longa-metragem antológico ‘Insubmissas’.
Para a diretora Ana do Carmo, essa versão traz um novo olhar sobre a obra.
“Como artista, revisitar essa obra e mergulhar em um novo corte foi uma experiência transformadora. Cada ajuste de ritmo, cada cena ressignificada, abriu caminhos para aprofundar ainda mais a dimensão dramática das personagens. Trabalhar esse novo olhar foi também um exercício de escuta: compreender os silêncios, as pausas, os gestos que dizem tanto quanto as palavras. Trazemos na nossa narrativa um convite a encarar o abismo que nos habita e, ao mesmo tempo, reconhecer a força que emerge ao atravessá-lo”, relata.
Com produção executiva de Rubian Melo, ‘Nevrose’ é realizado pela Daza Filmes e Saturnema Filmes e tem distribuição da Tarrafa Produtora e Distribuidora. O suspense de 16 minutos traz em seu elenco a atriz Josi Varjão, como a protagonista Francisca, além de Tainah Paes como Elizabete, Sara Barbosa como Romina e o ator Jota Silva como Jorge.
Após o Atlanta Women’s Film Festival, nos Estados Unidos, a próxima parada é no Rio de Janeiro, no “Encontro de Cinema Negro Zózimo Bulbul: Brasil, África, Caribe e outras Diásporas – 18 anos”, onde ‘Nevrose’ faz sua estreia nacional. O evento ainda não divulgou data de realização.
Sobre a Saturnema Filmes
Focada em produção de filmes de gênero, como ficção científica, terror e fantasia, a Saturnema Filmes se destaca por sua equipe 100% negra. A produtora baiana acumula mais de 30 prêmios, realizou curtas-metragens selecionados para mais de 30 festivais e exibidos em mais de 10 países. Em 2026, grava o primeiro longa-metragem da produtora Sol a Pino, com direção de Ana do Carmo e produção executiva de Rubian Melo.
Audiovisual
Cineasta Luciano Vidigal participa de exibição e debate em Alagados

O cineasta Luciano Vidigal (RJ), diretor e roteirista do longa Kasa Branca,participa, nesta quinta-feira (18/9) do projeto Circuito Filmes que Voam!, promovido pela Borboletas Filmes. O filme, que esteve entre os seis finalistas para representar o Brasil na categoria de Melhor Filme Internacional no Oscar 2026, será exibido gratuitamente no Espaço Cultural Alagados, no bairro do Uruguai, e, após a sessão, o diretor participará de um bate-papo com o público.
Kasa Branca conta a história de três adolescentes negros que vivem na periferia da Chatuba, em Mesquista, no Rio de Janeiro. O filme, inspirado em histórias reais, apresenta a relação de cuidado e amor entre Dé e sua avó Dona Almerinda. Sem nenhuma estrutura familiar, o rapaz é o único encarregado de cuidar da idosa, que vive com Alzheimer, e da subsistência dos dois.
O filme venceu no Festival do Rio o prêmio de Melhor Direção de Ficção e também conquistou os prêmios de Melhor Trilha Sonora Original, Fotografia e Ator Coadjuvante.
O cineasta Luciano Vidigal também é fundador do coletivo Nós do Morro e referência na valorização de narrativas negras no cinema nacional. Foi o primeiro cineasta brasileiro oriundo da favela a ganhar prêmio internacional com o seu filme “Neguinho e Kika” (2005) no Festival de Marselha, na França, em 2005. Roteirizou e dirigiu um dos episódios do longa-metragem “5X Favela” (2010), que abriu o Festival de Cannes e foi produzido por Carlos Diegues.
O Circuito Filmes que Voam! é uma iniciativa da Borboletas Filmes que leva cinema e formação audiovisual a bairros periféricos e espaços culturais de Salvador e região metropolitana. Saiba mais aqui.
SERVIÇO:
Circuito Filmes que Voam!
Exibição do longa “Kasa Branca”
Data:18 de setembro
Horário: 19h
Espaço Cultural Alagados
Atividade gratuita e aberta ao público
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