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Literatura

Médica baiana e negra, de origem humilde, lança LIVRO INFANTIL sobre incentivo emocional neste sábado (01)

Ana Paula Nobre

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A médica Dra. Carina Laiola, baiana e negra de origem bem humilde da zona rural de Jaguaquara, cidade distante 337 km de Salvador (entre Gandu, Jequié, Maracás e Amargosa), teve que lutar muito para conseguir ser bem-sucedida social e profissionalmente. Criada por uma avó analfabeta foi estimulada permanentemente por essa avó para estudar e conseguir realizar seus sonhos, se tornando um exemplo de superação para a sua família. “Minha família era muito humilde; a minha avó Isaura, além de não saber ler e escrever, exercia trabalho braçal na ‘roça’ e seu esposo, meu avô, vendia produtos de agricultura e carne de porco na feira da cidade”, comenta Carina.

Essa história é contada no livro infantil ‘O colo da Vovó’, da Dra. Carina Laiola, que será lançado neste sábado (01.07), às 15h, no Museu Carlos Costa Pinto (Av. Sete de Setembro, 2490 – Corredor da Vitória), abordando a relação entre uma neta e uma avó (que na velhice fica CEGA), mostrando a importância do acolhimento, do estímulo e do apoio emocional na vida de uma pessoa, através de entes queridos. O livro é ainda como um libelo contra a falta de informações e o desconhecimento acerca da doença do GLAUCOMA na Bahia e no Brasil, já que a publicação surgiu a partir do ‘Projeto Olhar de Glau’ criado pela Dra. Carina.

A médica apaixonou-se pelo estudo do GLAUCOMA ainda na sua residência/especialização. Ao longo de anos, Dra. Carina observou que a informação ao paciente se dissipava após a saída dele do consultório. As dúvidas se repetiam e equívocos facilitavam a progressão do GLAUCOMA. A partir disso, surgiu o ‘Projeto do Olhar de Glau’, como uma interlocução sobre o GLAUCOMA perto de cada paciente e familiar, ultrapassando as barreiras do consultório.

CEGUEIRA e PERSONAGEM – Apontado como principal causador de cegueiras irreversíveis, o GLAUCOMA é um mal silencioso que pode afetar até 2,5 milhões de pessoas com mais de 40 anos no Brasil, segundo a Sociedade Brasileira do Glaucoma (SBG). Parte disso poderia ser evitado se o exame preventivo e as informações médicas orientadas chegassem plenamente à população brasileira, já que 70% dos 2,5 milhões de pessoas não sabem que sofrem com a doença, transformando-se depois em pessoas deficientes visuais e cegas.

As filhas de Carina, Isabela e Luísa, foram grandes incentivadoras da mãe e pediram um livro infantil baseado no ‘Projeto O Olhar de Glau’ com a representação da personagem ‘Glau’ pequena, como Luísa, e pré-adolescente, como Isabela. “Principalmente a minha filha caçula, Luísa, pedia um livro infantil já que ela gosta muito de ler”, diz Dra. Carina. Assim, surgiu o ‘O Colo da Vovó’, uma delicada história, inspirada em homenagem à avó Isaura da Dra. Carina.

INCENTIVO e RETRIBUIÇÃO – A avó Isaura teve papel de incentivadora na vida e na carreira da médica que cresceu em convívio na casa humilde dos avós, localizada em Jaguaquara, cidade distante 337 km de Salvador, entre Gandu, Jequié, Maracás e Amargosa. Dona Isaura trabalhava duro na ‘roça’, tinha uma vendinha e o esposo era feirante. “Como mensagem eu desejei passar que tem pessoas do nosso convívio que podem ser incentivadoras e produtoras de uma energia de realização; pelo fato da minha avó Isaura ter sido analfabeta, ela sempre me falava muito dos estudos, da escola e do trabalho”, completa Dra. Carina.

“Minha avó morreu com 103 anos e todo o incentivo que ela me deu na infância e juventude eu pude retribuir, cuidando e dando estrutura para que ela tivesse ao final uma vida segura e confortável”, finaliza Dra. Carina. Carina Laiola é graduada em Medicina (1999) pela Escola Bahiana de Medicina e Oftalmologista pela Residência Médica do Hospital Universitário Professor Edgar Santos. O livro tem 39 páginas, é colorido e próprio para assimilação infantil. O texto do livro é de Carina Laiola, ilustrações da Fluxo Agência, produção executiva de Eliana Oubiña, produção editorial da Editora Pé de Pitanga, revisão de Carol Fontes, com projeto gráfico e diagramação de Nila Carneiro.

SERVIÇO:

O quê: LANÇAMENTO do livro infantil ‘O Colo da Vovó’ da médica Dra. Carina Laiola

Onde: Museu Carlos Costa Pinto (Av. Sete de Setembro, 2490 – Corredor da Vitória, Salvador, Bahia – Tel. 71 3336-6081)

Quando: Sábado, dia 01.07, às 15:00h

Entrada GRATUITA

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Literatura

IFBA celebra Mãe Stella de Oxóssi em Festival Literário

Jamile Menezes

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Mãe Stella

O Instituto Federal da Bahia (IFBA) realiza, no dia 26 de setembro de 2025, na sede da Reitoria (Canela, Salvador/BA), a primeira edição do Festival Literário da Reitoria do IFBA.

Isabelle Sanches|Mãe Valnízia|Iraildes Nascimento

O evento integra as ações da Política de Arte e Cultura do IFBA, coordenada pela Pró-Reitoria de Extensão (PROEX), e busca consolidar-se como um espaço de promoção do livro, da leitura e da literatura, em diálogo com a arte e a cultura, valorizando a inclusão, a diversidade cultural, a acessibilidade e a democratização do acesso a bens culturais.

Ryane Leão

Nesta edição inaugural, o Festival homenageia o Centenário de Mãe Stella de Oxóssi (1925–2025), sacerdotisa do Ilê Axé Opô Afonjá, escritora e intelectual negra baiana, autora de obras como Meu tempo é agora e Òsósi – o caçador de alegrias. Sua trajetória e pensamento reafirmam a importância das religiões de matriz africana, da memória afro-brasileira e da luta antirracista, valores que inspiram e orientam as atividades do evento.

Dayse Sacramento/Coordenadora-Geral da Editora IFBA (EDIFBA)

As inscrições para as oficinas do I Festival Literário da Reitoria do IFBA já estão abertas. As vagas são limitadas (30 por oficina) e cada participante poderá se inscrever em apenas uma oficina, já que elas acontecem no mesmo horário.  Garanta sua participação preenchendo o formulário no link: https://forms.gle/SyWGbufF33666tG

Slam das Minas

Foto: Divulgação/Slam das Minas

O Festival conecta-se ainda a experiências literárias já realizadas em diferentes campi do IFBA, como a FLIFCAM (Camaçari), o Projeto Talentos Emergentes (Brumado) e a Festa Literária Nacional da Rede Federal (Jequié), consolidando-se como parte de uma política institucional de valorização da arte, da cultura e da literatura.

Programação – 26/09/2025 | Reitoria do IFBA – Canela (Salvador/BA)

10h às 12h – Oficinas

  • Oficina de Escrita Criativa – Ryane Leão
  • Oficina Metodologia Ancestralitura – Slam das Minas Bahia (Ludmila Singa, Negafyah e Má Reputação)

14h – Abertura oficial

  • Fala institucional da Pró-Reitoria de Extensão (PROEX), Nívea Cerqueira
  • Fala da Coordenação do Festival, Dayse Sacramento
 Ivana Freitas

Ivana Freitas

14h30 às 16h – Mesa Temática: Mulheres Negras e Literatura de Terreiro
Convidadas: Valnízia Pereira (Mãe Val), Iraildes Nascimento, Isabelle Sanches

16h30 às 18h – Sessão de Lançamentos de Livros

  • Ivana Freitas: O ponto e a encruzilhada: a poesia negra rasurando a memória, a história e a literatura oficial através da intertextualidade
  • Crislaine Rosa: Beije sua preta em praça pública: da apropriação do corpo à apropriação do espaço

18h às 18h40 – Intervalo Cultural

  • DJ Nai Kiese (Coreto da Reitoria)
Samba Ohana

Samba Ohana

19h às 20h30 – Mesa Temática: Escritas do Futuro – autoras negras e escritas da vida
Convidadas: Ryane Leão e Cristian Sales
Mediação: Dayse Sacramento

21h às 21h50 – Encerramento artístico

  • Apresentação musical: Samba Ohana

Foto destaque Mãe Stella: Antonello Veneri

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Literatura

Sarau de Se7e celebra diversidade e arte na sua sétima edição

Jamile Menezes

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O Sarau de Se7e nasceu a partir do livro Se7e Passos de Ameixa, escrito pelo ator, poeta e escritor Ednaldo Muniz

O Sarau de Se7e, evento gratuito reúne artistas da comunidade LGBTQIAPN+ e da cultura afro-brasileira no Centro Histórico com poesia, música, performance e resistência chega a sua sétima edição. A programação vai celebrar a palavra falada e as vozes da arte contemporânea. Esta edição acontecerá no Centro de Estudos Afro-Orientais – CEAO, no bairro Dois de Julho, no dia 03 de outubro, às 19h.

Os protagonistas desta edição serão artistas da comunidade LGBTQIAPN+, que ocuparão o centro da cena com suas vozes, narrativas e performances. Haverá na programação a Rainha Loulou, drag queen baiana; Lawá Ferreira, mulher transgênero, preta e transfeminista; Lua Teixeira, mulher trans, escritora e poetisa; Kuma França, homem trans preto; Meloyin Galvão, artista de rua e independente do cerrado mineiro; Máxima do Ébano, multi-artista, não-bináre; Próspera, artista multilinguagens, cria da BXD, neta do êxodo; Adayo, dofonitinho de Omolu, representando as crianças de terreiro.

A apresentação ficará por conta da Mestra de Cerimônia Tarry Cristina, acompanhada pela percussão de Jerfesom Pereira.

Origens

O Sarau de Se7e nasceu a partir do livro Se7e Passos de Ameixa, escrito pelo ator, poeta e escritor Ednaldo Muniz, e se consolidou como um espaço de afeto, escuta e expressão artística. Com atuação comunitária, o Sarau de Se7e atrai jovens, artistas independentes, educadores(as) e moradores do Centro Histórico, promovendo educação antirracista, valorização da identidade negra e a palavra como instrumento político e poético.

O evento tem apoio do CEAO, Madá Negrif, Dj Jeferson Souza, Rivaldo Nascimento, Bando de Teatro Olodum, Agô Empreende, Roberjan Magalhães, Cative Públicos Estratégicos e Lobo Som.

 

Serviço:

O que: 7ª Edição do Sarau de Se7e

Onde: CEAO – Dois de Julho
Quando: 03 de outubro
Horário: 19h
Quanto: Entrada gratuita

 

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Formação

Festa Literária Arte e Identidade divulga finalistas do Concurso Versos de Identidade

Jamile Menezes

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Festa Literária Arte e Identidade

 

Estão definidos os 10 jovens poetas de escolas públicas de Salvador e Região Metropolitana que estarão no palco do Espaço Juventudes, durante a 5ª Festa Literária Arte e Identidade, no dia 3 de outubro (sexta-feira). Às 15h30, os finalistas do Concurso Versos de Identidade Ano II subirão ao palco do Largo Quincas Berro D’Água para expressar sentimentos sobre identidade, resistência, arte e alegria enquanto ferramentas de luta, afirmação e existência.

As escolas que terão representantes disputando o pódio na premiação são: Escola Municipal Diácono Fernando Britto (Anathalia Kiara A. Quadros), Centro de Educação Profissional em Gestão Severino Vieira (Arthur O. Santos), Colégio Estadual Nelson Mandela (Camile Vitória E. Souza), Colégio Estadual Desembargador Júlio Virgílio de Sant’Anna (Claiton Neres), Colégio Estadual Teodoro Sampaio (Gabrielly S. Oliveira), Colégio Estadual Desembargador Pedro Ribeiro (Luis Alves), Colégio Estadual do Stiep Carlos Marighella (Paulo César Santos), Escola Municipal Pedro Paranhos (Sthefany A. Costa), Escola Municipal Conselheiro Luiz Viana (Sueli Barboza) e Colégio Estadual Cidade de Candeias (Ysllana Anunciação).

Os estudantes classificados nos 1º, 2º e 3º lugares serão premiados com troféu, prêmio em dinheiro, além de três livros da literatura negra infantojuvenil. Os poemas concorrentes abordam o tema desta edição, que é “Resistir é Festejar”, com versos que celebram a ancestralidade, a alegria e a potência da juventude negra e indígena como ato político, cultural e transformador.

“A nossa resistência traz a marca da dor, todavia também fala de amor, alegria e acolhimento. Li e reli cada poema sentido a vibração, o tom, o ritmo invadido intencionalmente pelo conteúdo proposto. Todos os poemas chegaram com as marcas daqueles que já sabem que não há história única e que escrever também é um ato de resistência para seguir festejando. Foi enriquecedor acompanhar essa costura”, comenta a escritora Márcia Márcia Mendes, coordenadora pedagógica da Festa Literária Arte e Identidade.

Para Márcia, que trabalhou na seleção dos poemas ao lado da curadora Karla Daniella Brito, a iniciativa possibilita que a leitura e a escrita sejam vividas como práticas sociais, dentro e fora do ambiente escolar.

“A escola é um lócus potente de ‘escrevivências’, termo cunhado por Conceição Evaristo, para lançar luz de uma escrita ancorada na memória individual e coletiva de cada pessoa. É desse solo encharcado de amor e, muitas vezes, carente do colo que a história negou, que meninos e meninas trazem para o papel os poemas”, conclui.

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