Literatura
Escritora Aislane Nobre lança livro “Jimú: Memória das Águas”

A escritora itaparicana, Aislane Nobre, lança o livro “Jimú: Memória das Águas”, dia 9 de novembro (sábado), às 14h, na Casamendoeira, localizada no Povoado do Cruzeiro, sede da Andarilha Edições, editora da publicação. A casa que é um borrar de memórias ancestrais será espaço para o espiralar de histórias, escritas da oralidade familiar, dos olhos que escutam, dos ouvidos que sentem. Contos vividos a partir das andanças pelos caminhos encantados das ruas da Ilha de Itaparica.
A obra, que será distribuída gratuitamente no evento e em instituições culturais e educacionais do Recôncavo da Bahia, se baseia nas memórias de Edith Nobre, que desde a infância vivencia os mistérios da religiosidade afro-brasileira e é inspiração para a personagem principal, a menina Jimú. O livro oferece ao leitor uma imersão nas tradições religiosas afro-brasileiras – orixás e egunguns.
As narrativas – que capturam a rica conexão espiritual e cultural familiar – foram escritas e ficcionadas pela artista visual Aislane Nobre, sua sobrinha e, vez por outra, testemunha ocular dessas andanças ficcionadas. “As histórias de Jimú fazem parte de quem eu sou. A história da Blusa Bordô, por exemplo, aconteceu comigo. E muitas vezes sou Jimú, pois o livro foi construído a partir das memórias de minha tia e das minhas’’.
Distribuição
Além da Ilha de Itaparica e do Povoado do Cruzeiro, “Jimú: Memória das Águas” também será lançado no dia 13 de novembro, às 15h, no Museu Afro-Brasileiro da Universidade Federal da Bahia (MAFRO/UFBA), em Salvador. Aislane lança o livro também em Paulo Afonso, em três datas diferentes, dias 18, 22 e 23 de novembro, ambos às 09h, no Colégio Democratico Quiteria Maria de Jesus, no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia – IFBA e no Instituto SER TÃO Cultural – Povoado Juá, respectivamente.
Nesta primeira edição impressa, revisada e ampliada, o livro conta com 22 textos. A escritora disponibiliza ainda 10 vídeos que narram algumas das histórias presentes no livro, que podem ser acessados no site oficial do projeto e no YouTube, com áudio e tradução em Libras, ampliando a experiência de leitura para um público mais inclusivo.
A edição conta com a apresentação de Juliana Piauí, o prefácio de Cléo Martins, diagramação de Thais Mota e Andréia Silva, capa e grafismos de Tassila Custodes, e ilustrações de Ludmila Mendes de A. Nobre, Nathália Nobre da Silva, Luiza da S. Nobre, Isabelle Mendes de A. Nobre, Maria Júlia Nobre da Paixão e Aislane Nobre e posfácio de Edith Nobre e Maisa Paulo. Vale pontuar que, após os lançamentos, o livro será vendido no site www.universojimu.com.br.
Nascida na Ilha de Itaparica, Aislane é uma artista visual, escritora e candomblecista, cujas obras são profundamente influenciadas pela espiritualidade e tradição afro-brasileira. Atualmente realiza seu doutorado no Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais (PPGAV-UFBA). Em sua atual pesquisa, intitulada “Ewás, uma poética da transformação: cor da pele e afetividade de uma família inter-racial no processo criativo contemporâneo”, investiga questões de cor e afetividade, utilizando como base a cosmovisão Yorubá.
O projeto de lançamentos de “Jimú: Memória das Águas” foi contemplado nos Editais da Paulo Gustavo Bahia e tem apoio financeiro do Governo do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura via Lei Paulo Gustavo, direcionada pelo Ministério da Cultura, Governo Federal. Paulo Gustavo Bahia (PGBA) foi criada para a efetivação das ações emergenciais de apoio ao setor cultural, visando cumprir a Lei Complementar nº 195, de 8 de julho de 2022.
Serviço:
O quê: Lançamento “Jimú: Memória das Águas”, da escritora itaparicana Aislane Nobre
Quando: 9 de novembro, às 14h
Onde: Casamendoeira, Povoado do Cruzeiro
Entrada gratuita, com distribuição de livros
Mais informações: @universojimu
Literatura
Prêmio Pallas 2025 abre inscrições para autores negros

Estão abertas a partir desta sexta-feira (9), ao meio-dia, as inscrições para o Prêmio Pallas de Literatura 2025, voltado exclusivamente para autores negros com romances inéditos. A premiação, que tem como principal objetivo ampliar o acesso e a representatividade de pessoas negras no mercado editorial brasileiro, recebe obras até as 15h do dia 30 de junho por meio do site www.premiopallas.com.br.
Voltado para brasileiros e estrangeiros residentes no Brasil autodeclarados negros, a partir de 18 anos, o prêmio quer descobrir e apoiar vozes negras na ficção nacional. A iniciativa da Editora Pallas, que completa 50 anos em 2025 com um catálogo focado em culturas africanas e afro-brasileiras, se consolida como espaço de visibilidade para autores que historicamente enfrentam barreiras para publicar seus livros.
Além de publicar a obra vencedora, a editora oferece mentoria com o escritor Henrique Rodrigues, que atua como curador da premiação, compartilhando conhecimentos sobre o mercado editorial e estratégias para inserção em eventos literários.
Na edição de 2024, a escritora brasiliense tatiana nascimento foi a vencedora com o romance “Água de maré”, lançado recentemente. Tatiana, que prefere ter seu nome grafado com letras minúsculas, destacou a importância de ter sido reconhecida pela qualidade literária de uma obra que levou dez anos para ser escrita e chegou a ser rejeitada por outras editoras.
Segundo a editora Mariana Warth, “o Prêmio Pallas 2024 nos trouxe uma autora muito experiente e muito importante, com um romance que atravessa questões de afetos e transição de gênero. Uma honra tê-la em nossa casa editorial. Que a nova edição revele ótimas histórias aos nossos leitores”.
Sobre a inscrição:
A obra deve ser um romance inédito, com 100 mil a 500 mil caracteres com espaços, em formato PDF, sem identificação do autor.
Ao contrário da edição anterior, autores que já tenham publicado outros romances podem participar, desde que a obra inscrita seja inédita.
O formulário estará disponível no site oficial entre 9 de maio e 30 de junho.
Foto: Capa do livro “Água de maré”, da vencedora do prêmio de 2024, tatiana nascimento
Literatura
Silvio Humberto lança livro que investiga os efeitos do racismo na economia baiana

O economista, professor e vereador Silvio Humberto lança no próximo dia 8 de maio, às 17h30, o livro “Um retrato fiel da Bahia: sociedade-racismo-economia”, na Biblioteca Central do Estado da Bahia, no bairro dos Barris. O evento contará com uma roda de conversa com os professores Rita Dias, Luiz Fernando Saraiva e Walter Fraga Filho, seguida de sessão de autógrafos com o autor.
Resultado da tese de doutorado defendida na Unicamp em 2004, a obra analisa as raízes do desenvolvimento econômico brasileiro a partir de uma perspectiva racial, destacando como o racismo estruturou as relações de trabalho no pós-abolição e moldou a sociedade baiana até os dias atuais. A publicação tem apresentação de Luiz Fernando Saraiva e prefácio de Walter Fraga Filho, sendo lançada pela Editora Nandyala.
“Este é um livro que busca revelar como as elites baianas mantiveram seus privilégios mesmo após o fim da escravidão, articulando raça e classe para garantir a continuidade de sua dominação”, resume Silvio Humberto.
Um dos capítulos centrais do livro é intitulado “Negros em Movimento”, no qual o autor valoriza as estratégias de resistência e sobrevivência da população negra no período pós-escravidão.
Pesquisa, memória e crítica
Dividido em cinco capítulos, o livro parte de uma carta do autor ao seu pai, Humberto Ribeiro da Cunha, e avança por temas como a transição para o trabalho livre na zona açucareira, o controle racial em Salvador, as políticas de repressão cultural e o impacto da imigração. Silvio também se debruça sobre o que chama de “Carnaval-candomblé” — fenômeno que articula religiosidade, identidade negra e cultura popular.
O título da obra é inspirado na canção “Retrato da Bahia”, do sambista Riachão, também nascido no bairro do Garcia, assim como o autor.
Sobre o autor
Silvio Humberto é doutor em Economia pela Unicamp, mestre pela UFBA e professor adjunto da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), onde leciona há mais de 30 anos. Também atua no Laboratório de Estudos sobre Conexões Atlânticas e Experiências Diaspóricas Indígenas e Africanas (Lecadia), da mesma universidade.
Fora da academia, é fundador e presidente de honra do Instituto Cultural Steve Biko, referência na luta por igualdade racial e acesso de estudantes negros ao ensino superior. Atualmente, cumpre seu quarto mandato como vereador de Salvador, com atuação destacada na formulação de políticas públicas voltadas à equidade racial.
SERVIÇO
O quê: Lançamento do livro “Um retrato fiel da Bahia: sociedade-racismo-economia”, de Silvio Humberto
Quando: 08 de maio (quarta-feira), às 17h30
Onde: Biblioteca Central do Estado da Bahia, Barris – Salvador
Entrada: Gratuita
Literatura
Gislayne de Santana lança livro sobre trabalho de cuidado e feminismo negro na LDM

A assistente social, pesquisadora e feminista negra Gislayne de Santana Souza lança nesta quarta-feira (30), às 19h, o livro (Des) Universalizando o Cuidar, na Livraria LDM do Shopping Bela Vista. A obra é resultado de uma pesquisa acadêmica e mergulha nas desigualdades de gênero, raça e classe que atravessam o trabalho de cuidado, especialmente aquele desempenhado por mulheres negras em unidades de acolhimento para crianças e adolescentes.
Com base em experiências observadas durante sua atuação como analista técnica em Serviço Social no Ministério Público do Estado da Bahia, Gislayne constrói uma crítica à ideia universal do cuidado, frequentemente tratada de forma neutra nas políticas públicas e nos debates sociais. Ao contrário disso, ela evidencia como esse trabalho é historicamente atribuído e invisibilizado quando realizado por mulheres negras.
“Tive contato com unidades de acolhimento para crianças e adolescentes a partir da minha atuação como analista técnica, assistente social, no Ministério Público do Estado da Bahia. Nesses locais pude visualizar, através de inspeções periódicas, o trabalho de cuidadoras e de mães sociais, bem como a invisibilidade dessas profissionais do trabalho que elas realizam”, destaca a autora.
(Des) Universalizando o Cuidar articula referenciais do feminismo negro e do feminismo decolonial, propondo uma leitura crítica e interseccional da prática do cuidado. A obra reúne dados e análises que apontam como as estruturas sociais machistas e racistas continuam impactando o cotidiano de mulheres negras, mesmo diante de avanços em políticas de gênero e raça.
O livro já esteve em exposição no Ministério Público da Bahia e foi bem recebido pelo público da instituição. Agora, o lançamento oficial se propõe a ampliar o alcance do debate e fortalecer a visibilidade dessas profissionais que atuam em condições muitas vezes precárias e sem reconhecimento.
“Desejo que essa narrativa consiga ajudar a sociedade a ter um olhar mais acolhedor com as mulheres negras, que apesar de pequenos avanços sociais em questões de gênero e raça, continuam sendo invisibilizadas na nossa sociedade que tem construído relações machistas e racistas”, afirma Gislayne.
Sobre a autora
Gislayne de Santana Souza é soteropolitana, mulher negra, feminista e doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Estudos Interdisciplinares sobre Mulheres, Gênero e Feminismo da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Mestre na mesma área, é graduada em Serviço Social pela UCSAL e atua como analista técnica no Ministério Público do Estado da Bahia. Sua pesquisa está voltada ao trabalho de cuidado desenvolvido por mulheres negras, políticas públicas para crianças e adolescentes, e à violência de gênero. Também realiza palestras e formações sobre o tema.
Serviço
O quê: Lançamento do livro (Des) Universalizando o Cuidar
Quem: Gislayne de Santana Souza
Quando: 30 de abril (quarta-feira), às 19h
Onde: Livraria LDM do Shopping Bela Vista – Salvador (BA)
Entrada: Gratuita
Mais informações: @gislayne.santana2024