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Música

Clube do Samba fortalece sua história após polêmica em rede social

Jamile Menezes

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“Respeite quem pode chegar onde a gente chegou”. Assim começa a mais recente postagem do perfil do Clube do Samba (@clubedosamba1) no Instagram. Uma homenagem ao compositor Jorge Aragão, que imortalizou a obra prima do samba (Moleque atrevido)?

Não (apenas).

É mais uma carta cantada e aberta aos mais de 20 mil seguidores que acompanham a trajetória do Clube do Samba, evento semanal dos respeitados Seu Wilson e Dona Nelma, que vem se destacando dentre os Sambas mais frequentados e reconhecidos em Salvador nos últimos anos. Mas que, recentemente, foi inserido em uma polêmica que mistura alguns ingredientes do bolo da tal apropriação cultural.

Banda Rara Raiz

Em uma coluna publicada ontem (3/6), em jornal de grande circulação em Salvador, e reproduzida, em parte, nas redes sociais do mesmo, o “pertencimento” ao Clube foi questionado. “É para brancos? É só para negros?”. Tudo isso porque uma frequentadora negra teria publicado, em sua rede pessoal, uma inquietude quanto à grande presença de pessoas brancas no evento cultural, seguida por outros que concordavam e pediam a “retomada” da festa pelos negros. Afinal, quem pode ter a carteirinha do Clube do Samba?

Mas antes de tanta celeuma, de “incômodos” e “discussões coletivas” lançadas nas redes e que geram engajamento e likes, vocês conhecem o Clube do Samba, sabem de onde ele veio e como ele chegou a ser tão importante pra cidade que tem até disputa por ele?

“E a gente chegou muito bem / Sem desmerecer a ninguém / Enfrentando no peito um certo preconceito e muito desdém / Hoje em dia é fácil dizer / Que essa música é nossa raiz /Tá chovendo de gente que fala de samba e não sabe o que diz..”

Wilson e Nelma

“O Clube do Samba é hoje e sempre foi ao longo dos seus quase 19 anos de funcionamento, um local de alegria, afeto e respeito às diversidades. A nossa luta tem um objetivo especial, e quem frequenta sabe: fazer as pessoas saírem muito mais felizes. Sinceramente, não conheço nada mais democrático do que uma roda de samba”, observa Dona Nelma.

Pra quem chegou na roda agora dos lados de lá, o Clube do Samba de Seu Wilson e Dona Nelma foi criado há 19 anos (era Associação dos Amigos do Samba Brasileiro), já passou pelo Sindicato dos Bancários, ali na Carlos Gomes, pela Praça do Reggae, Casa Colonial 17, até chegar e ficar até hoje no antigo Bar Fundo do Cravinho, no Pelourinho.

Você conhece ali? Lá, no início de tudo, os bambas veteranos chegavam nos primeiros acordes da banda residente, “Rara Raiz”, criada também por Wilson há mais de 16 anos, e faziam do lugar um espaço de resistência às lutas diárias do dia, um espaço pra encontrar, reencontrar, relaxar e se sentir “de volta” às raízes.

Afinal, este é ou não é o objetivo do samba, criado nos morros e periferias entre Bahia e Rio de Janeiro, no início do século XX, com forte influência africana?

O próprio Wilson já disse em outros momentos que “quando os brancos chegavam na porta, se assustavam e iam embora”. Tanto que hoje a tradicional placa na porta que diz “Entre: hoje tem Roda de Samba” é pra não deixar dúvidas nos “curiosos”, dentre os ainda amedrontados, mas que querem uma diversão “diferente, popular” e os que já dominam os passos e o ritmo.

“Muito antes de ser Clube do Samba, o nome do bar era Quilombo; anos depois o nome mudou para Fundo do Cravinho e, atualmente, se chama Clube do Samba. Eu consigo perceber o que cada pessoa que cruza nossa porta sente: uma energia ancestral, que transforma em uma sinergia que envolve todos. E é essa energia ancestral o verdadeiro poder de atração de gente de todo lugar. Quem nunca veio aqui, precisa vir pra entender”, assegura Wilson.

Mas venha sabendo…

Fato é: são mais de 20 anos de história, mais de 5 mil rodas de samba realizadas. O Clube do Samba já rodou a cidade, virou bar e hoje é uma manifestação cultural que chama jovens, adultos, idosos, bambas de todas as gerações; é bloquinho de Carnaval pelas ruas do Pelô e Campo Grande; é lugar de homenagens em suas paredes e ações a grandes nomes da luta negra na Bahia-Brasil-Mundo; é espaço de atenção e acolhimento a gêneros diversos; é onde os veteranos se unem aos millenials, que se juntam aos Z’s, Alphas, e por aí vai…

E o recado dos dois afro-empreendedores, que empregam outros muitos trabalhadores negros negras, e que sabem a dor e a delícia de já terem sido “incômodo” e tema de “discussões coletivas” quando resolveram empreender e continuar, também é o de Jorge Aragão:

Por isso vê lá onde pisa, respeite a camisa que a gente suou / Respeite quem pode chegar onde a gente chegou / E, quando pisar no terreiro, procure primeiro saber quem eu sou / Respeite quem pode chegar onde a gente chegou

 

Quer conhecer esse espaço ancestral?

Onde: Largo do Terreiro de Jesus, 05

Aberto: Terça-feira, Sexta-feira, Sábado e Domingo

Horários: aberto a partir das 17h

Valores: pulseira R$ 30 /sócio R$ 120 mensais

Música

III Arraiá Reggae acontece de graça no Pelourinho com bandas e Djs

Jamile Menezes

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Arraiá Reggae

Nos dias 22, 23 e 24 de junho, das 18h às 23h, a Casa Cultural Reggae realiza a III Edição do Arraiá Reggae na Praça Jubiabá, Pelourinho. Com uma grade extensa, os amantes do gênero já terão uma alternativa para curtir o período junino na cidade. A festa é gratuita e terá vendas de comidas típicas.

Anfitriões tradicionais do Arraiá reggae, Kamaphew Tawa e a Banda Aspiral do Reggae vão guiar o evento, que contará ainda com: Jô Kallado e Banda, Banda Defensores da Natureza, Vivi Akwaba, Jahcaman e Banda Os Conscientes, Zion Sounds, Ronaldo Formigão e Banda Misturakaya e convidados.

O III Arraiá Reggae terá ainda Dj Akani, Dj Ras Peu e Dj Tau, que vão alimentar a line com sequências para animar o público regueiro fiel. A Praça Jubiabá será coberta, terá Espaço Kids com pula-pula e vendas típicas juninas.

 

SERVIÇO

O que: III Arraiá Reggae

Quando: 22, 23 e 24 de junho 2025

Onde: Casa Cultural Reggae (Praça Jubiabá, Pelourinho)

Quanto: Gratuito

 

PROGRAMAÇÃO

DIA 22/06

19h Dj Tau

20h Jo Kallado

21h Dj Akani

22h Kamaphew Tawa e banda Aspiral do Reggae

23h Encerramento

Dia 23/6

19h DJ Ras Peu

20h Defensores da Natureza

21h20 Jahcaman e banda Os Concientes

22h20 Dj Ras Peu

23:30 Encerramento

 

Dia 24/6

18h Zion Sounds

19h Vivi Akwaba

20h Kamaphew Tawa e banda Aspiral do Reggae

21h40 Ronaldo Formigão e banda Misturakaya

22h30 Encerramento

 

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Música

Mamah Soares lança “Banho de Abô”

Iasmim Moreira

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Mamah

O cantor, compositor e multiartista baiano Mamah Soares lança nesta quinta-feira (13) o single “Banho de Abô”, que chega a todas as plataformas digitais como um convite sonoro à ancestralidade, à cura e à dança. A faixa, marcada pela fusão entre os toques sagrados do candomblé e as linguagens da música eletrônica, conta com participação especial do pernambucano Otto e produção de Caio Leite, com coprodução do próprio Mamah.

Com mais de 25 anos de carreira, Mamah é reconhecido por sua atuação junto a nomes como Carlinhos Brown, BaianaSystem, Xênia França, Gloria Groove e até o canadense Shawn Mendes. Em “Banho de Abô”, o artista reafirma seu compromisso com a musicalidade afro-brasileira, reverenciando os orixás e a sabedoria das folhas sagradas, em especial Ossãe e Xangô — forças evocadas nos banhos de abô, rituais de purificação e proteção no candomblé.

O single mistura o ritmo do ijexá, popularizado na música brasileira por Gilberto Gil e João Donato, com cantos em iorubá e português, percussões tradicionais — como agogô, surdo virado e xequerê — e beats eletrônicos sutis. A sonoridade ainda é atravessada por elementos afro-cubanos, como os timbales, criando um som que reverencia o passado enquanto se abre ao presente.

“Essa música é uma oferenda sonora. Um chamado à memória ancestral e à cura do corpo e da alma”, define Mamah, que assina a composição ao lado de Ney Cardoso, músico do grupo Aguidavi do Jêje, referência na cena percussiva afro-baiana. Ney também contribuiu com a pesquisa e o aprofundamento nos significados das folhas e no uso do iorubá, idioma da África Ocidental que reforça o elo entre música, espiritualidade e identidade negra.

Lançado pelo selo Kaxambu Records, “Banho de Abô” reafirma o tambor como tecnologia ancestral, que segue pulsando mesmo nas pistas contemporâneas. “Com esse som, eu quero que as pessoas sintam o poder do tambor e da palavra como instrumentos de cura. É tradição e futuro caminhando juntos”, conclui Mamah.

Ouça “Banho de Abô”  nas plataformas digitais.
Mais informações: @mamahsoares

Foto: José de Holanda

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Música

Varanda Quabales traz block parties para o Nordeste de Amaralina

Iasmim Moreira

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Quabales

Nesta sexta-feira (13 de junho), o Nordeste de Amaralina será palco de mais uma edição do Varanda Quabales, evento gratuito que transforma a rua em frente ao Centro Cultural Quabales (Rua Aurelino Silva, 385) em um verdadeiro palco a céu aberto. A programação começa a partir das 17h e segue até as 22h, reunindo shows, discotecagem e uma  jam session com artistas da cena instrumental baiana.

A noite começa com apresentação de Ragin Morais, conhecido como um dos vocalistas da Quabales Banda, que se apresenta em versão intimista de voz e violão. Em seguida, o público confere o show solo de OKINGBASS, com destaque para o groove do contrabaixo. Na sequência, os DJs Bennett, Sista Kátia e Una assumem a entrada da Quabales Banda, às 19h30.

Encerrando a programação, uma jam session reúne músicos da banda Quabales com instrumentistas da cena de jazz de Salvador, promovendo um intercâmbio criativo e espontâneo. O público também poderá participar do open mic, com microfone aberto para cantores, MCs e outros artistas interessados em se expressar.

Idealizado pelo músico Marivaldo dos Santos — multi-instrumentista baiano radicado entre Salvador e Nova York — em parceria com a produtora Fernanda Mello, o evento propõe uma experiência multissensorial inspirada no conceito de block party, festas de rua populares em bairros nova-iorquinos.

“A Quabales Banda traz para a rua energia contagiante e músicas autorais, citações e releituras de grandes sucessos”, destaca Marivaldo. “É um movimento cultural que leva o público a diferentes emoções e promove conexões entre artistas e comunidade”, complementa Fernanda.

SERVIÇO

Evento: Varanda Quabales
Data: 13 de junho de 2025 (sexta-feira)
Horário: Das 17h às 22h
Local: Rua Aurelino Silva, 385 – Nordeste de Amaralina, Salvador (BA)
Entrada: Gratuita

Foto: Rafael Paixao

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