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Música

Savannah Lima emociona com videoclipe “Odara” e lança no YouTube hoje (12)

Ana Paula Nobre

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Foto: DJ Branco

A cantora e compositora baiana, Savannah Lima, apresentou o seu segundo videoclipe, “Odara”, na última quarta-feira (9), no Vale do Dendê, Pelourinho. Profundamente emocionada, a artista fez um pocket show com músicas que saúdam os orixás, e convidou integrantes da equipe e pessoas que fizeram parte da gravação para darem seu depoimento. Depois, exibiu o vídeo em primeira mão para amigos e convidados. O lançamento oficial para o público, no Youtube, será hoje (12), às 18h, no Dia das Crianças.

“A data foi muito bem pensada, pois foi uma música que fiz para uma criança. Odara é uma menina que existe, fez parte da minha vida, a vi crescer e falar “mamãe” no meu colo. Ela é filha de uma pessoa muito importante pra mim e neta de Dinha do Acarajé. O clipe é um presente, então quero que outras crianças negras, indígenas, portadoras de deficiência, que não tem a liberdade de brincar porque moram em zona de risco, que não recebem presentes porque a mãe e o pai não tem pra dar, que seja um presente para todas essas crianças, e também as pessoas mais velhas, porque todo mundo tem uma criança interior.  Sintam-se presenteados com esse trabalho”, deseja a artista.

Savannah Lima e Cicinha Alcântara | Foto: Ana Paula Nobre

Para a atriz mirim, Cicinha Alcântara, que já trabalha com publicidade, foi a sua primeira participação em um videoclipe. “Pra mim, foi muito gratificante, ainda mais estar com duas mulheres que são representatividade aqui na Bahia. Três gerações de Odara onde eu fui a mais nova. Eu amei participar”, diz. A música foi composta em 2019, e Savannah gostaria de ter gravado o clipe em 2020, mas não era o momento, afirmando que foi um grande presente não ter sido naquela ocasião. “Tinha que ser agora com essas pessoas e com esse recurso. Na época, não era uma possibilidade e não teria a participação especial de Negra Jhô, que fez toda a diferença”, afirma.

Representando a grande mãe ancestral, Negra Jhô foi canal para trazer a sua verdade nas cenas, já que se conhecem há anos e apresenta uma referência de força, honra à ancestralidade e às raízes africanas. “Savannah é filha, é amiga, é parceira, vi começar e decolar e sei que ela tem muita história pra contar. Ela merece prêmios e mais prêmios. Odara é o que a gente bebe, o que a gente come, o que a gente sente, o que a gente caminha, é o nosso sangue. Participar desse clipe fez eu me sentir mais forte. Juntas seremos sempre mais fortes e sem luta não há vitória. Eu sou uma mulher Odara. Quando ela me convidou, foi só gratidão. Agradeço a minha mãe, a minha avó, aos meus seios, ao meu útero, à minha ancestralidade”, comemora.

Savannah Lima e Negra Jhô | Foto: Beni Lopes

Fruto de um projeto contemplado no edital Paulo Gustavo Bahia, promovido pela Secult-BA e Governo Federal, para a cantora, “afirmar isso nesse lugar da política pública nos garante a dignidade de realizar o nosso trabalho e de levar também a possibilidade de trabalho para tantas outras pessoas, porque para fazer um videoclipe pelo menos foram 22 pessoas envolvidas direta e indiretamente. O resultado tem menos de 4 minutos, mas uma importância tão grande, um fundamento tão grande e um alcance enorme que vai reverberar durante muitos anos na nossa vida pela experiência que foi”, pontua.

“A forma como o trabalho foi conduzido, com um projeto que tem essa representatividade, acessa um lado diferente na gente. Quando fazemos um trabalho comercial e outro artístico, que tem uma causa, uma proposta de construção de legado, se torna muito mais fluido”, avalia o diretor do videoclipe, Adriano Zatara. A música traz na melodia a rítmica da capoeira como elemento chave. No arranjo também se encontra o sotaque musical característico das regiões do vasto nordeste do Brasil, lembrando a sonoridade presente em rodas de viola e de samba de roda.

Sobre o videoclipe

No clipe da música “Odara”, o clima emana da leveza e da ludicidade presentes na infância de uma criança negra de origem humilde que encontra no seu dia a dia, aproveitando os espaços e modos culturais com os quais têm relação, a forma para criar e desenvolver o seu universo de criatividade e subjetividade. Assim, árvores, troncos, pedras, água, animais, sombras, sons, cantos, danças e ritmos, ou qualquer outra coisa que possa ser lida por ela como possibilidade de expressar a sua imaginação, são elementos presentes no videoclipe.

Por essa razão, foram escolhidas como cenário para as gravações as ruínas da primeira igreja do município de Vera Cruz , na Ilha de Itaparica, na Baia de Todos os Santos. A Igreja do Nosso Senhor de Vera Cruz, construída em 1560, é a terceira mais antiga no país. Este monumento, mesmo tendo sido construído por jesuítas, carrega em suas ruínas a simbiose entre as paredes que restaram da Igreja e a árvore gameleira, que é um símbolo sagrado para o povo de Candomblé. Esta árvore vive há mais de trezentos anos no local e representa Iroko, o Orixá que é o próprio tempo e ancestralidade. O culto a Ele feito aos pés da gameleira é realizado pelo povo de santo há muito tempo e este local é por si só uma representação de resistência da crença dos povos negros que viveram naquela região.

Sobre Savannah Lima

Cantora, compositora, atriz, poetisa e apresentadora, Savannah Lima é uma multiartista negra, nascida em Salvador, que transforma letras em canções desde os 12 anos, com uma voz que transita entre potência e sensibilidade ao mesmo tempo. Iniciou a carreira como banking-vocal, mas não demorou a ganhar destaque e ser convidada para integrar os vocais da Banda Percussiva Feminina Didá, grupo do pelo Mestre Neguinho do Samba. o criador do ritmo Samba-reggae.

Na sua trajetória de 20 anos de carreira, Savannah Lima dividiu o palco com artistas consagrados como Margareth Menezes, Cadinhos Brown, llê Aiyê, Daniela Mercury, Ivete Sangalo e Arlindo Cruz. Também cantou com nomes da nova geração como Majur, Bia Ferreira e a banda instrumental baiana Panteras Negras. Idealizou, dirigiu e produziu o show “Oferendas”, exaltando a natureza, os Orixás e fortalecendo a luta no combate à intolerância religiosa, realizando apresentações em Salvador e São Paulo. Em 2023 e 2024 lançou sua primeira música autoral com um videoclipe oficial, a canção ‘Orixa”.

Também realizou o primeiro desfile do retorno do Bloco Baile Black, no Circuito Mestre Bimba e o show “Soul Samba-Reggae”, contemplado no edital Carnaval do Pelô. Nos festejos juninos fez show no Pelourinho homenageando os sambas do Recôncavo e as Cirandas. Como ativista  se apresentou no Seminário de Celebração do Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial, no Salão Nobre da Reitoria da Ufba, cantando o hino nacional e o hino da independência da Bahia; também na 6a Conferência da Diáspora nas Américas, evento internacional, que contou com a presença de diversas lideranças e personalidades sociais, políticas e artísticas, a exemplo da Ministra da Cultura Margareth Menezes e a Ministra da Igualdade Racial Anielle Franco.

Em sua carreira como atriz formou-se na Oficina de Performance Negra do Bando de Teatro Olodum e atuou na peça Sortilégio II, com direção do premiado Ângelo Flávio e texto de Abdias do Nascimento. Viajou o Brasil com o espetáculo “Guerreiro”, do Circo Picolino. Atuou no filme ADA, da cineasta Rafaela Uchoa, e foi escolhida melhor atriz coadjuvante no Festival Palma Cine 2020. Como apresentadora fez a cobertura Oficial do Carnaval do Circuito Mestre Bimba no Nordeste de Amaralina, em 2020 e 2023. Em 2021 e apresentou a segunda edição do “Festival Panteras Negras Convida”, realizado no estúdio do llê Aiyê.

Gastronomia

Culinária Musical celebra 8 anos e lota Casa do Benin

Jamile Menezes

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A Casa do Benin, no Pelourinho, ficou lotada durante a celebração de 8 anos do Culinária Musical, projeto do Afrochefe Jorge Washington que ocupa a Casa do Benin há sete. A celebração ocorreu no domingo (9/3) e reuniu mais de 150 pessoas, dentre artistas e o fiel público que o acompanha nessa quase uma década de história envolvendo sua gastronomia afrobrasileira, empreendedorismo, afetividade e uma diversidade de linguagens artísticas.

O comando musical ficou por conta da cantora Denise Correia e sua banda Naveiadanêga. Presenças ilustres marcaram o evento, confirmando a relevância do projeto na cena cultural de Salvador. Nomes como Lazzo Matumbi, Vovô do Ilê Aiyê, o cantor e compositor, João Gonzaga e Serginho e a banda Adão Negro como convidados especiais da edição.

Culinária Msuical

João Gonzaga

Na tarde de celebração teve destaque para a união entre artistas mulheres, lembrando o Dia Internacional da Mulher, comemorado no dia anterior. Riane Mascarenhas, Josy Clímaco, Rita Mata, Vanessa Aragão uniram-se à parceira e musa do projeto, Denise Correia, soltando suas vozes em um grande coro feminino.

Para o anfitrião, Jorge Washington, são 8 anos vitoriosos. “É uma luta a cada evento. Infelizmente não conseguimos patrocínio pra fazer de uma forma tranquila. É um desafio ter um projeto cultural que, por trás, envolve outros agentes, outras pessoas. As marcas deveriam chegar por que é um projeto de sucesso. Ainda assim, o sentimento é de alegria e de realização”, disse o anfitrião.

Da união de um ambiente agradável com boa música, ótimo papo com amigos e comida que remete aos almoços em família – daqueles que ficam eternizados na memória afetiva– é que surgiu em 2017, o projeto Culinária Musical. O evento mensal tem conquistado um público fiel, sendo um encontro de arte e formação a cada edição, além de um ponto de convergência de cantores (as) e compositores (as) negros e negras da cidade.

Culinária Msuical

Além da gastronomia e da música, a iniciativa abriga também lançamentos de livros, desfiles de moda, performances de dança, intervenções poéticas e empreendedorismo negro feminino, com o Cantinho da Empreendedora. Sem falar no microfone aberto a cada edição, com o qual novos talentos podem soltar a voz na música e na poesia.

Gastronomia, encontros e oportunidades

Além de suscitar a apreciação de deliciosos pratos, trazendo memórias afetivas e suas ligações com a cozinha afro-brasileira raiz, a edição de aniversário ofereceu ao público o prato customizado ‘Bacalhau a Martelo do Afrochefe’, assado na brasa com feijão fradinho e farofa com camarão seco e o ‘Arrumadinho de Fumeiro’, ‘Casquinha de Siri’, ‘Moela ao molho de cerveja’ e opção vegana. Um deleite para quem já acompanha a investidas gastronômicas de Jorge no Culinária Musical.

Unidos pela gastronomia, mas também pela música, o evento vem promovendo ao longo destes oito anos encontros das mais variadas vertentes. “As pessoas que vem se apresentar aqui geralmente não estão no grande público, então, proporcionamos lançamentos de livros, recital de poesia, artes plásticas, moda, entre outras linguagens. Você começa a dar visibilidade pra outras pessoas também, e isso é muito bacana”, explicou Jorge.

A literatura e as artes visuais foram contempladas nesta edição de aniversário,com o lançamento do livro “A de Afro – Uma Pequena Enciclopédia Visual da Bahia Negra”, produzido pelo ilustrador Patek e pela pedagoga Isadora Cruz. A obra tem objetivo de homenagear 26 personalidades, coletivos, territórios, manifestações e tradições culturais do estado da Bahia, através de ilustrações e uma pequena biografia. O encarte educativo intitulado “Caminhos Pedagógicos do A de Afro”, contendo 10 práticas pedagógicas inspiradas nos homenageados da obra, também faz parte do material. Dentre as personalidades homenageadas está o Afrochefe, que também é ator do Bando de Teatro Olodum e produtor cultural.

O Cantinho da Empreendedora foi com a Ocupação Aláfia, grupo de mulheres negras empresárias que mantém uma feira regular na Casa do Benin. O Cantinho já é um espaço carimbado no Culinária Musical, que mensalmente reúne empreendedoras negras para dar visibilidade a seus negócios, além da oportunidade de comercializar seus produtos.

“A gente, particularmente, faz produtos personalizados, mas também com muitas mulheres negras, como Maria Felipa, Carolina de Jesus. Então, em nosso estande, é certeza de encontrar produtos fortes e que marcaram as mulheres daqui da Bahia. No Culinária Musical você sente que tem uma singularidade, é a segunda edição que a gente está participando”, diz Viviane Muniz da Ohanna’s Estampas Criativas.

Público & Espaço 

“Cerca de 70% do público é fiel”. Quem dá essa estimativa é o próprio Jorge, avaliando a partir das pessoas que frequentam assiduamente, como dona Marinalva Freitas. Ela conta que conheceu quando ainda era na Fazenda Garcia. “Jorge começou na Casa de Pedra, e eu moro quase em frente. Um dia estou em casa, aí passa Lazzo Matumbi. Fiquei desesperada. Procurei saber e descobri. Chamei todos os meus amigos e fomos, e daí em diante não perdi mais. O Culinária Musical é um evento que reúne só gente bonita e culta, a verdade é essa”, diz alegre.

Opinião compartilhada pela terapeuta e esteticista, Nayara Conceição, que frequenta o Culinária há quase três anos e escolheu o evento para comemorar seu aniversário, junto com Jorge Washington. “Depois que conheci, não perco por nada. Hoje é o meu aniversário e deixei de ir pra outro lugar pra vir pra cá. Aqui consegui ser a Naiara que sempre queria ser, principalmente quando Jorge me chamou a primeira vez para apresentar meu trabalho no empreendedorismo. Depois disso, só voei. Desejo que o projeto continue, por que ele precisa ganhar o mundo”.

Muitas pessoas passaram a conhecer a Casa do Benin por conta do projeto, possibilitando que a visibilidade do local ampliasse. O Culinária Musical acontece no local há sete anos. “Para nós é uma alegria receber o Culinária Musical. É um projeto que nos engrandece muito e que fortalece esse espaço, pois já construiu ao longo desses anos um público fiel que veio pra cá e passou a acompanhar não só o Culinária, mas também a programação que acontece proposta por nós. É uma construção que reafirma a Casa do Benin enquanto um espaço potente, de referência da cultura negra, afro-brasileira, afro-baiana e afrodiaspórica africana”, avaliou Igor Tiago, gestor da Casa do Benin.

Juntando um público cada vez maior e mais renovado a cada edição, o Culinária já se consolidou na agenda cultural da cidade, sendo também uma grande vitrine para artistas locais. O Afrochefe atribui o sucesso ao fato de ser “um evento diferenciado. As pessoas são acolhidas, independentemente da idade, da cor, do sexo, do tamanho. Aqui a gente respeita tudo. Quem chega é bem acolhido”, declarou.

“O Culinária Musical é uma referência, inovador porque ele une música, culinária, e Jorge, como sempre inquieto, traz também a perspectiva da economia criativa. O Culinária é esse mosaico de encontro de linguagens artísticas que reúne pessoas maravilhosas de energia positiva para celebrar a vida. Jorge Washington tem essa missão de reunir as pessoas para trocar afeto, dengo”, diz Fábio Santana, mestre de cerimônia e também ator do bando.

Confira outros depoimentos de quem passou por lá:

Lazzo Matumbi

“Eu sempre falei pra Jorge que esse trabalho que ele faz é super importante. Ser um comunicador dentro da comunidade negra. A comunidade negra precisa cada vez mais se aquilombar. E o trabalho que ele faz, trazendo uma boa comida, uma boa música, e um bom bate-papo, é um motivo lógico e fácil pra gente se aquilombar e ser feliz. Porque a gente vem, encontra os amigos, faz amigos, e sai daqui querendo voltar de novo. Então esse é o grande lance. Eu lembro quando estava começando na Casa de Pedra no Garcia, e ele me convidou. Sou super feliz de ver um amigo e irmão chegando no lugar que ele tem que chegar e ser merecido. Parabéns pelos oito anos de culinária musical, que venham mais oito anos”.

Serginho, vocalista do Adão Negro

“Quando a gente chega aqui, a gente entende, reforça, eu acho que o entendimento do que é a devoção. Tem um sentido de devoção muito forte no que a gente faz, no que todos eles fazem. Então, você sabe aquele negócio: vamos ali dar uma refrescada, retomar as energias, se aquilombar. São eventos como esse que estão sustentando a comida da casa, como minha avó dizia. É esse aquilombamento, esse sentimento de pertencimento que se renova quando a gente chega aqui no Culinária. Então, estou feliz”.

Denise Correia

“Eu sou uma artista muito honrada, porque conheço o Culinária desde quando ele começou. Eu não tirei esse nome. Sou parceira de Jorge Washington há muito tempo. Além de visibilizar artistas emergentes, o Culinária está dando sempre oportunidade para a gente mostrar nosso trabalho. E Jorge, sempre muito visionário, alia a culinária com a música, exaltando também outros tipos de linguagem artística. Então culinária musical para mim é tudo. Obrigada, nosso Afrochefe Jorge.

Próxima edição – Abril

Em abril, o Culinária Musical será realizado em outro espaço, na Casa Rosa, no bairro do Rio Vermelho e a atração principal será artista Juliana Ribeiro. Acompanhe o perfil @culinariamusicalafrochefe para mais informações.

Fotos: Kafulu

Texto: Ana Paula Nobre / Edição: Jamile Menezes
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Música

Cantora Irma Ferreira apresenta show ‘Em Cantos de Oriṣà’

Ana Paula Nobre

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Foto: Israel Fagundes

A cantora Irma Ferreira coloca em cena um show especial: “Em Cantos de Òríṣá”, dia 28 de março (sexta-feira), às 20h, no Sesc Casa do Comércio. A apresentação, que celebra a riqueza das tradições afro-religiosas, também marca o aniversário da artista. Neste show, Irma compartilha com o público a conexão entre a música e a ancestralidade, por meio de Oríkìs (cantigas), Àdùrás (rezas) e Itans (histórias) dos Orixás do panteão Nagô Vodun, bem como canções brasileiras que exaltam a cultura negra. Com um repertório que atravessa o sagrado, a artista propõe um mergulho sonoro e espiritual.

No palco, Irma estará acompanhada por um talentoso trio de músicos: Luan Badaró (percussão), Ruan de Souza (violão) e Beto Lemos (violoncelo). Juntos, eles trarão as canções do álbum “Em Cantos de Òríṣá”, lançado em 2023 pelo selo AJABU! Record, que teve grande repercussão internacional. “Em Cantos de Orisà” contará também com a participação especial da cantora carioca Quel, que vem do Rio especialmente para a apresentação.

“Em Cantos de Òríṣá” preserva a essência do disco, mas expande suas possibilidades ao vivo, com releituras cuidadosas dos Oríkìs e Àdùrás, buscando revelar as características dos Orixás cultuados. O resultado é um concerto de 1h20min que equilibra uma abordagem musical inovadora com elementos tradicionais do culto afro-religioso.

Foto: Israel Fagundes

A concepção do projeto “Em Cantos de Òríṣá”

Irma Ferreira revela que a ideia do projeto surgiu durante o isolamento social da pandemia da Covid-19, em 2020. O primeiro registro, uma cantiga para Oxalá (Ojo igbi), publicado em seu Instagram, gerou uma grande conexão com o público, que recebeu a música como um alento e um processo de cura. O impacto desse momento motivou Irma a desenvolver a série de vídeos “Em Cantos de Òríṣá”, ao lado de Angélica Ferreira (Egbome de Ogun) e Everton Neves (Ogan de Logun Edé e pesquisador). A série disponibilizou cerca de 130 cantigas, rezas e itans dos Orixás, alcançando milhares de pessoas.

Esse projeto se desdobrou no EP “Cantos e Rezas” (2021), seguido pelo disco “Em Cantos de Òríṣá” (2023) e, agora, ganha vida no palco, com a estreia do show homônimo.

Foto: Israel Fagundes

A celebração do aniversário no palco

Para Irma Ferreira, realizar esse show no dia de seu aniversário é um presente especial: “É um dia para celebrar a vida e, pra mim, não há lugar melhor para isso que no palco, em Salvador, perto da família, dos amigos e das pessoas que amo. Sobretudo, cantando para Orixá, nesse projeto que abraça o povo de terreiro, o meu povo.”

Com mais de 15 anos de experiência na música de concerto e na ópera, Irma Ferreira vive um momento de grande realização profissional. Atualmente doutoranda e professora de Canto Lírico na UFBA, a cantora vem consolidando sua carreira tanto no Brasil quanto no exterior. Recentemente, integrou a turnê com o grupo Ofá e interpretou a personagem Rahda na ópera-canção de Aldo Brizzi e Gilberto Gil.

O show “Em Cantos de Òríṣá” inaugura uma turnê nacional, dando início a uma nova fase em sua jornada artística. Com parcerias significativas e um repertório escolhido com muito cuidado e respeito, Irma reafirma seu compromisso com a ancestralidade e a cultura afro-brasileira.

Serviço

O quê: Show “Em Cantos de Òríṣá” – Irma Ferreira

Quando: 28 de março de 2025, às 20h

Onde: Sesc Casa do Comércio – Salvador/BA

Ingressos no Sympla

Bilheteria Sesc Casa do Comércio – 71 981214429 ou 71 981218853

Classificação: Livre

 

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Música

Ressaca do Reggae acontece no Pelourinho e celebra presença da mulher no gênero

Ana Paula Nobre

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Foto: Lucas Malkut

Neste sábado (8/3), Dia Internacional da Mulher (8M), o Bloco Aspiral do Reggae vai homenagear as mulheres que compõem o cenário do gênero jamaicano na cidade. A ressaca do Reggae vai reunir foliãs e foliões que acompanharam o Bloco na Avenida e ainda ficaram com gosto de quero mais. Será na Casa Cultural Reggae (Praça Jubiabá, Pelourinho), a partir das 18h30.

“Há muitas mulheres aqui em Salvador que levam suas carreiras à frente em meio a um cenário ainda muito masculino, que é o Reggae. Mas estamos aqui para resignificar isso”, diz a organizadora, Jussara Santana.

Na grade, terá apresentações da Dama do Reggae, a maranhense Célia Sampaio e da cantora Kelly Matos, que levarão repertórios de clássicos em suas vozes potentes e performances marcantes. Para a organizadora da Ressaca do Reggae, que já está em sua sétima edição, Jussara Santana, a iniciativa tem o intuito de dar destaque às mulheres que fazem reggae em Salvador e em outros espaços.

Foto: Lucas Malkut

A noite terá, ainda, shows de Kamaphew Tawa e banda Aspiral do Reggae, DJ Maico Rasta e Makonnen Tafari. Os ingressos serão vendidos a R$10 no local.

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