Religião
Ilê Axé Odé Ominsilê comemora 30 anos em Salvador

Foto: Adeloyá Ojú Bará
O Ilê Axé Odé Ominsilê celebra 30 anos de história como um dos terreiros mais tradicionais do Brasil. No dia 29 de outubro, uma celebração será realizada no seu barracão na Estrada Velha do Aeroporto, em Salvador, para comemorar a trajetória da casa. A criação do Ilê Axé Odé Ominsilê está atrelada à história de vida de Pai Luis de Logun, filho da Iyalorixá Odete de Exú, que foi responsável pela sua iniciação no Candomblé Ketu para o orixá Logun-edé, em 1985.
O babalorixá se consagrou então sacerdote do culto aos orixás ao receber em 1992 o seu daká das mãos de Mãe Odete, uma das mais respeitadas mães de santo da Bahia, para dar continuidade à tradição do seu avô em linhagem espiritual, o lendário Manuel Rufino.
Assim, em 12 de outubro de 2000, Pai Luis inaugurou seu barracão na Estrada Velha do Aeroporto, onde anualmente são oferecidos dois bois ao Caboclo Boiadeiro, tornando-se o único babalorixá da Bahia a manter dois terreiros em atividade simultaneamente. Pai Luis expressa seu orgulho também nos seus mais de 700 filhos iniciados, todos registrados na Federação do Culto Afro, e nos mais de trinta dakás conferidos. Entre os inúmeros filhos, netos e bisnetos que ajudou a iniciar, estão Adelmo Casé, Márcia Short e Graça do Ilê Aiyê.
Religião
Encontro convoca homens de Axé contra violência de gênero
Salvador sediará nesta sexta-feira (19), o encontro “Da casa que nos forma ao mundo que construímos – Um chamado aos homens de axé pela vida das mulheres”. Aberta ao público, a iniciativa propõe um espaço de diálogo comunitário, político e ancestral voltado ao enfrentamento da violência contra mulheres. Acontece no Santuário Zé Pilintra, no bairro do Comércio, em Salvador.
Realizado pelo Santuário Zé Pilintra em parceria com a Marcha do Empoderamento Crespo, o encontro parte da compreensão de que os terreiros são casas de formação ética e comunitária e que o enfrentamento à violência de gênero também passa pela reflexão e pelo compromisso assumidos dentro dos espaços de axé.
O debate reunirá homens e mulheres do candomblé, lideranças religiosas, integrantes de movimentos sociais e convidados, em um formato horizontal, empático e colaborativo, baseado na escuta qualificada e na troca de experiências.
Em 2023, o Brasil registrou o maior número de feminicídios desde a tipificação do crime, segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, e a maioria das violências contra mulheres segue ocorrendo no ambiente doméstico.
“O terreiro é uma escola civilizatória. É onde aprendemos cuidado, pertencimento e responsabilidade. Se a violência cresce fora, precisamos ter coragem de olhar para dentro das nossas casas e revisar práticas, silêncios e pactos que não protegem a vida das mulheres”, afirma Naira Gomes, Yaô de Oxum, presidenta e cofundadora da Marcha do Empoderamento Crespo.
O encontro marca o início de um processo coletivo de construção de uma Carta de Princípios e Práticas, que será desenvolvida ao longo do projeto, com a participação de diferentes casas de axé, e que deverá se desdobrar em uma iniciativa itinerante em Salvador e na Bahia.
“O cuidado nasce em casa — e a responsabilidade também. Este encontro histórico, baseado nas perspectivas da ancestralidade e da responsabilidade e coletividade, inaugura um caminho para que o axé esteja, de forma clara e pública, ao lado da vida das mulheres”, reforça o Babalorixá da Conceição, presidente do Santuário Zé Pilintra em Salvador.
SERVIÇO
O quê: Encontro “Da casa que nos forma ao mundo que construímos – Um chamado aos homens de axé pela vida das mulheres”
Quando: 19 de dezembro (terça-feira)
Horário: 18h
Onde: Santuário Zé Pilintra — Rua Corpo Santo, nº 15, Comércio, Salvador/BA
Religião
21ª Caminhada Pela Paz homenageia Exú, Mensageiro da Paz
A 21ª Caminhada Pela Paz, Pela Vida e Contra o Racismo Religioso acontece em Salvador, reunindo comunidades religiosas, artistas e comunicadores para reforçar o combate à intolerância e ao preconceito. O seminário da edição, “Exú, o Mensageiro da Paz”, será realizado no Terreiro do Cobre, Engenho Velho da Federação, no dia 8 de novembro, às 15h, desmistificando preconceitos sobre o Orixá Exú.
“O tema deste ano homenageia Exú, força que abre caminhos e conduz transformações”, afirma a organização.
O seminário contará com Egbomi Marlene de Exú (Axé Bomboxé), Rychelmy Esutobi (Ilê Asé Ojisé Olodumare), Sergio Laurentino (Bando de Teatro Olodum e Ilê Axé Oluayê Onissogum), e a multiartista Nildes Sena. O escritor Nelson Maca participa com intervenção poética, e a mediação é do jornalista André Santana.
A Caminhada será no dia 15 de novembro, com concentração a partir das 14h, na Praça Mãe Runhó, fim de linha do Engenho Velho da Federação. O cortejo percorre ruas históricas do Engenho Velho, Federação, Garibaldi e Vasco da Gama, passando por terreiros tradicionais como a Casa Branca, Gantois, Terreiro de Oxumaré, Bogum, Tumba Junsara e Tanuri Junsara.
Criada em 2003, a Caminhada surgiu como resistência às perseguições e violência contra os povos de axé e se consolidou como um dos maiores atos de fé, diversidade e convivência plural na Bahia.
“Ao som dos atabaques, com cantos, rezas e palavras de ordem, celebramos as heranças africanas que fundamentam a religiosidade negra e a história do Brasil”, afirmam os organizadores.
SERVIÇO:
Seminário: “Exú, o Mensageiro da Paz”
8 de novembro de 2025, às 15h
Terreiro do Cobre – Rua Apolinário Santana, 154, Engenho Velho da Federação
21ª Caminhada Pela Paz, Pela Vida e Contra o Racismo Religioso
Quando: 15 de novembro de 2025, a partir das 14h
Onde: Praça Mãe Runhó – fim de linha do Engenho Velho da Federação
Informações para imprensa: André Santana (71) 98873-7047 / Meire Oliveira (71) 99995-5308
Música
Irmãos no Couro celebra oito anos no Casarão das Yabás
No dia 27 de setembro, o projeto Irmãos no Couro completa oito anos tendo como finalidade a preservação e a manutenção da identidade e do saber ancestral afro brasileiro, utilizando como principais ferramentas os toques, as cantigas e os conhecimentos que vem sendo transmitidos por gerações.
Tudo começou com a reverência àqueles encarregados de despertar as divindades através dos toques como os Mestres Nem (Tio Patinho – Terreiro do Cobre), Reinaldo, Tata Landemunkosi, e Nelson, Tata Jimungongo (Nzo Tanuri Junsara) e os Alagbé Edvaldo Araújo, Asogun Arielson Chagas (Terreiro da Casa Branca), bem como transmitir o conhecimento adquirido no convívio com eles.
Sediado no centenário Nzo Tumba Junsara, localizado no bairro do Engenho Velho da Federação, em Salvador, o Irmãos no Couro realiza oficinas de atabaques, formação de orquestra junto aos Clarins da Bahia, confecção de instrumentos tambor ìlú e xequerê, formação da banda de samba de terreiro e viola.
A partir da formação da Escola de Toques é que nasceu, em 2019, a Orquestra Irmãos no Couro, passando a uma fomentar a outra.
Neste dia 27 de setembro, quando celebra oito anos de criação, o Irmãos no Couro prepara mais uma edição e será no Casarão das Yabás (R. Martin Francisco, 15 – Garcia), a partir das 20h. Os ingressos serão vendidos a R$ 25, até a limitação do espaço. Terá participação de Orisun, Juraci (Samba Trator), Alacorin e Geo da Viola.
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