Audiovisual
Casa de Cinema Negro Baiano Chica Xavier é lançada na Bahia
O lançamento da Casa de Cinema Negro Baiano Chica Xavier, um espaço dedicado ao apoio e fortalecimento de produtoras negras do audiovisual da Bahia, é celebrado neste mês de dezembro. A iniciativa representa um marco na construção de um ambiente que valoriza a produção, formação e exibição de obras audiovisuais sob a perspectiva da negritude, promovendo o fomento cultural e econômico do setor.
A Casa foi idealizada coletivamente em 2020 por Day Sena, Marcos Alexandre, Heraldo de Deus, Daniele Souza, Marise Urbano e Fabiano Zang. Neste primeiro momento, o projeto se estrutura num formato digital e itinerante, e concentra todas as informações no instagram.com/casadecinemanegrochicaxavier.
O lançamento da CCNBA Chica Xavier acontece em um momento significativo, ressaltando a Bahia como um berço de criatividade e resistência, e reitera o compromisso de perpetuar a memória e o legado de Chica Xavier para as novas gerações. Segundo Day Sena, diretora audiovisual e co-idealizadora da Casa, o foco da iniciativa é oferecer formação e qualificação, reconhecendo as dificuldades enfrentadas por pessoas negras para acessar conhecimento nessa área, com o objetivo de multiplicar o saber adquirido por meio de cursos e experiências.
“Promovemos um ambiente leve e pessoal, mas valorizando o conhecimento que pode ajudar a validar profissionais no mercado, promovendo uma maior democracia na divisão de oportunidades no audiovisual”, revela Day Sena.
A Casa leva o nome de Chica Xavier, uma das maiores referências negras nas artes cênicas do Brasil. Nascida em Salvador em 22 de janeiro de 1932, a atriz deixou um legado histórico ao longo de seus mais de 60 anos de carreira no cinema, teatro e televisão. Chica se destacou em produções como Orfeu da Conceição (1956), Dancin’ Days (1978), Sinhá Moça (1986) e Nosso Lar (2010). Sua trajetória foi marcada pela representatividade e pelo fortalecimento da cultura afro-brasileira, com obras que exaltam a ancestralidade e a espiritualidade, como seu livro “Chica Xavier canta sua prosa” (1999).
A CCNBA Chica Xavier se apresenta como um espaço plural, comprometido com a descolonização das narrativas históricas, muitas vezes excludentes e silenciadoras das vozes negras. A proposta reforça a urgência de contar histórias que reflitam a diversidade de olhares e vivências do povo negro, combatendo as invisibilidades ainda presentes no setor audiovisual.
Além de ser um ponto de apoio para produtoras negras, a Casa busca estruturar, de forma política e cultural, uma cadeia produtiva que abrange todas as etapas da criação audiovisual, promovendo ações que impactem a formação de novos talentos, a difusão de conteúdos e o reconhecimento do cinema negro baiano como um pilar essencial para a identidade cultural do estado e do país.
As primeiras oficinas já estão com datas marcadas para ocorrer em Salvador na Sala Makota Valdina, sede da Salcine (Rua Portugal, 2 – Comércio). Confira o cronograma:
1. Narrativas negras – corpo e memória (Daniele Souza) – 17, 18 e 19 de dezembro/24
2. Elaboração de Projetos em Audiovisual (Day Sena) – 28, 29 e 30 de janeiro/25
3. Por uma narrativa sonora no cinema (Marise Urbano) – 18, 19 e 20 de março/25
4. Produção de Set para Cinema (Fabiano Zang) – 15, 16 e 17 de abril/25
5. Atuação para audiovisual (Heraldo de Deus) – 13, 14 e 15 de maio/25
6. Direção Cinematográfica (Marcos Alexandre) – 10, 11 e 12 de junho/25
Serviço
O quê: Oficinas e lançamento da Casa de Cinema Negro Baiano Chica Xavier
Quando: Dezembro de 2024
Onde: Salvador, Bahia
Inscrições no link
Mais informações: ccnbachicaxavier@gmail.com
Audiovisual
Projeto ‘Oroboro – Circuito Imersivo’ abre inscrições para artistas
Projeto inédito, o ‘Oroboro – Circuito Imersivo’ foi criado como uma ponte que conecta a música baiana à tecnologia de vídeo-captura em 360 graus. Com inscrições abertas até dia 10 de janeiro de 2025 (sexta-feira), será oferecido a três artistas maiores de 18 anos, residentes e atuantes no estado da Bahia, a oportunidade de gravar um videoclipe de uma de suas canções autorais. O material será produzido em Realidade Virtual, proporcionando ao espectador a sensação de estar imerso no próprio vídeo. O formulário de inscrição está disponível no link.
Serão aceitas inscrições de artistas solo ou grupos de até quatro integrantes, de todos os gêneros musicais, sejam iniciantes ou experientes, desde que possuam os direitos autorais sobre a obra inscrita. Cada artista ou banda poderá enviar até três músicas autorais, inéditas ou não, com ou sem letra, para a seleção. A escolha será feita pela equipe de curadoria, que avaliará a qualidade e o potencial do trabalho, com um olhar inclusivo para garantir a diversidade. Serão considerados critérios como identidade, gênero, idade, raça, etnia e se o candidato pertence à comunidade LGBTQIAPN+ ou é uma pessoa com deficiência.
“Esses três videoclipes vão contribuir para a salvaguarda da Bahia de hoje, do que nós, enquanto sociedade, artistas e produtores, estamos pensando e construindo neste momento. Acredito que, daqui a cinco ou dez anos, vamos nos debruçar sobre esse trabalho e veremos um registro muito específico de uma cena artística que provavelmente já terá se transformado e evoluído, não só por meio deste projeto, mas por outras inúmeras propostas que trazem a tecnologia para o campo das artes”, comenta Moisés, que também é diretor e roteirista.
De acordo com o idealizador do projeto, Moisés Victório Castillo, a inspiração veio da inquietação em estar atento às novas tecnologias e refletir sobre como elas interferem no cotidiano e na produção artística. Segundo ele, ampliar o alcance da experiência imersiva contribui para disseminar esse tipo de inovação ao grande público. “A gente concilia esse movimento natural de interação das pessoas com a virtualização e a gamificação da própria vida. Diferente de uma experiência cênica presencial, as produções audiovisuais são perenes e desempenham um papel fundamental como guardiãs da memória de um tempo, de um jeito de ser e de estar no mundo”, afirma.
A arte em novos cenários
Diante de uma nova geração totalmente inserida no ambiente digital e de um contexto que fomenta o fenômeno da gamificação das experiências, o “Oroboro” busca dialogar com essa tendência de mercado de forma acessível. As produções audiovisuais serão lançadas em março de 2025 por meio de plataformas de streaming com suporte à tecnologia de vídeo em 360 graus de alta resolução. Além disso, os conteúdos poderão ser apreciados com óculos VR (Realidade Virtual) e fones estéreo. Para garantir uma atmosfera imersiva coerente com o universo musical e sonoro de cada artista, a equipe criativa manterá um constante diálogo com os participantes selecionados.
Nesta primeira edição, o foco será a música, mas, segundo Moisés Victório Castillo, a ideia é expandir as linguagens artísticas no futuro, integrando expressões como dança, literatura, teatro e cinema. O “Oroboro – Circuito Imersivo” é uma realização da Bogum Ambiente Criativo, em parceria com a Multi Planejamento Cultural e Literaturista, e foi contemplado nos Editais da Paulo Gustavo Bahia com apoio financeiro do Governo do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura via Lei Paulo Gustavo, direcionada pelo Ministério da Cultura, Governo Federal. Paulo Gustavo Bahia (PGBA) foi criada para a efetivação das ações emergenciais de apoio ao setor cultural, visando cumprir a Lei Complementar nº 195, de 8 de julho de 2022.
Tecnologia mais acessível – Uma das principais entregas do projeto será a realização de sessões de escuta e fruição das obras produzidas em escolas da rede pública de ensino, com a disponibilização de óculos VR e fones estéreo. Considerando que algumas tecnologias possuem um custo elevado e ainda não são acessíveis para todos, o objetivo do “Oroboro – Circuito Imersivo” é proporcionar aos jovens da rede pública a oportunidade de vivenciarem essa experiência imersiva antes mesmo do público geral.
Com caráter inovador e potencial escalável, o produto final traz o espectador para o centro da experiência cênica, musical e sonora, promovendo um diálogo direto, pessoal e privilegiado, que acolhe o ouvinte como parte da performance. “A ideia é plantar a semente do novo e do que o mercado tem proposto, com tecnologias que estão se aperfeiçoando há muito tempo”, conclui Moisés, idealizador do projeto. Mais informações no site oficial.
Serviço
O quê: Inscrições abertas para o projeto ‘Oroboro – Circuito Imersivo’
Prazo: Até 10 de janeiro de 2025 (sexta-feira)
Leia o regulamento aqui
Audiovisual
XAUIM lança clipe que expõe os impactos da violência policial no Brasil
O cantor e compositor XAUIM apresenta o clipe de “Eles não ligam pra gente (Michael)”, uma música que denuncia a violência policial e a desassistência estatal à população negra. Inspirada em uma experiência pessoal de abordagem violenta vivida pelo artista, a música amplia o debate para a estrutura coletiva de opressão que afeta principalmente as populações marginalizadas no Brasil.
A Bahia, que lidera o ranking nacional de mortes por intervenção policial, segundo o Anuário de Segurança Pública, é o cenário de muitas dessas histórias. O clipe de “Eles não ligam pra gente (Michael)”, dirigido por Expinho, potencializa essa mensagem com a participação do grupo de teatro de rua A POMBAGEM, que dá corpo e voz a essa rede de pessoas atingidas pelo ciclo da violência estatal.
“Essa canção surgiu de um episódio que vivi. A partir dessa experiência, pensei em como essas violências não afetam apenas indivíduos, mas uma teia de relações inteiras dentro da população negra. Isso está na música e no clipe,” explica XAUIM.
A música, com um ritmo dançante e energético de Dancehall, contrasta com seu conteúdo sério e crítico. O título evoca a memória coletiva da frase “Michael, eles não ligam pra gente”, marcante no clipe de Michael Jackson, gravado no Pelourinho, em Salvador. A frase é retomada por XAUIM para questionar a atuação violenta do estado e o racismo estrutural. A letra também faz referência à intelectual Carla Akotirene, que em seu mais recente livro, “É Fragrante Fojado Doutor Vossa Excelência”, revela como a raça também estrutura o poder policial e judiciário do país.
“Quis gritar o nome de Carla Akotirene porque sua obra foi fundamental para que eu pudesse enxergar como a violência que sofri faz parte de um sistema maior. Essa música é um convite para refletirmos sobre as estruturas que normalizam essas opressões.” Além de sua força narrativa, o clipe traz elementos visuais impactantes, incluindo referências ao episódio vivido por XAUIM e à resistência popular.
Sobre XAUIM
O nome XAUIM, que significa sagui em tupi, reflete sua busca por equilíbrio entre as vibrações naturais e urbanas. Com músicas que transitam entre crítica social e leveza poética, o artista costura sons e histórias que dialogam com o passado e o presente da cultura baiana. Acesse o clipe e mergulhe na narrativa potente de “Eles não ligam pra gente” no link.
Audiovisual
Claudya Costta lança seu novo videoclipe “Dengo Coladin”
Já está disponível em todas as plataformas digitais o novo videoclipe da cantora Claudya Costta, intitulado “Dengo Coladin”, trazendo uma mensagem poderosa e envolvente sobre amor, liberdade e a celebração da cultura afro-brasileira. A música destaca a beleza e a profundidade do amor entre um casal afrocentrado, em uma fusão de ritmos que convida à dança e à expressão emocional. Com uma sonoridade contagiante, o trabalho é uma verdadeira ode à diversidade e à liberdade, incentivando todos a se soltarem e se conectarem com suas raízes e afetos. Veja vídeo no link.
“Dengo Coladin é um manifesto artístico que relembra a importância do amor em suas diversas formas, tanto individuais quanto coletivas”, conta Claudya Costta.
Conhecida por sua habilidade em transitar entre diferentes gêneros musicais, reafirmando seu compromisso em promover a cultura afro-brasileira e valorizar as relações afro-afetivas, as imagens mostram momentos de dança, alegria e cumplicidade entre os protagonistas, simbolizando a união e a força do amor como ferramentas fundamentais na construção de uma sociedade mais justa e igualitária.
O projeto foi contemplado nos Editais da Paulo Gustavo Bahia e tem apoio financeiro do Governo do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura via Lei Paulo Gustavo, direcionada pelo Ministério da Cultura, Governo Federal. Paulo Gustavo Bahia (PGBA) foi criada para a efetivação das ações emergenciais de apoio ao setor cultural, visando cumprir a Lei Complementar nº 195, de 8 de julho de 2022. Mais informações no Instagram.