Audiovisual
Roteirista Hela Santana traz representatividade para TV

Foto Gabriel Fonseca
“Pessoas como eu, pretas no geral, não tem muita chance. Trans, então, tem menos chances ainda.” Essa é uma realidade vivenciada pela roteirista Hela Santana, mulher trans negra, baiana, radicada em São Paulo. Em meio às batalhas diárias de inserção no mercado audiovisual, Hela tem colhido os frutos de poder contar suas histórias na TV brasileira.
A roteirista integra a equipe da antologia ‘Histórias (Im)possíveis da Rede Globo, que exibiu ‘Falas de Orgulho’, na Semana do Orgulho LGBTQIAPN+. O episódio ‘Sísmicas’ contou a história de amor e resistência de Kátia, mulher trans, interpretada pela atriz Kika Sena, e Lena, mulher cis interpretada pela atriz Ana Flávia Cavalcanti.
“Pode parecer uma coisa muito sútil, mas que pra gente que é trans ou LGBT no geral sabe o que significa realizar mudanças de casa o tempo todo, porque às vezes a gente não tem família e vive se mudando. Eu, depois que fui expulsa de casa, morei em muitos lugares e não foi por escolha. Você fica um tempo em uma casa e de repente tem que ir pra outro lugar. Te abrigam por um tempo, depois você precisa ir e isso acaba gerando um trauma, porque parece que você não pertence a lugar nenhum.”
Hela também faz parte de time de roteiristas da série ‘Encantados 2’, que é a continuidade da série de comédia que está sendo exibida atualmente na TV Globo. A previsão é que em 2024, chegue aos cinemas de todo o Brasil o seu primeiro filme de longa-metragem como roteirista, ‘Pajubá’, um documentário sobre pessoas trans.
Dos textões das redes sociais para a TV
Hela Santana teve seu primeiro contato profissional com o audiovisual ao encantar o realizador Gil Baroni com sua resenha crítica feita no Facebook para o EP da Jup do Bairro. Depois disso, passou a trabalhar na comunicação do filme queer ‘Alice Júnior’. Após vivenciar a rotina nesse mercado, veio a pandemia e as coisas pareciam impossíveis para ela. Mas, o seu sonho de adolescente de trabalhar com audiovisual foi retomado ao ingressar em laboratórios de roteiros e autores, que aconteciam no formato online.
Em 2020, participou do LANANI – Laboratório de Narrativas Negras e Indígenas para Audiovisual dentro da programação do FLUP – Festa Literária das Periferias. Em 2021, escreveu para a série de animação “Os pequenos Crononautas”, pouco antes de ser contratada pela TV Globo para compor as salas de roteiro da antologia ‘Histórias (Im)possíveis’, e a 2ª temporada do sitcom “Encantado’s”.
“De repente, eu estava trabalhando com pessoas que eu estava estudando literalmente porque eu estudava muito sobre roteiro. A Renata Martins, uma das criadoras do ‘Histórias (Im)possíveis’, é a maior cineasta desse país pra mim e aí eu estava trabalhando com ela, além de outras realizadoras inspiradoras, como Grace Passô e Thais Fujinaga.”
Audiovisual
Edcity Fantasmão lança Macaco Sessions nesta quinta (20)
Edcity Fantasmão lança audiovisual Macaco Sessions nesta quinta (20), Dia da Consciência Negra, em uma edição histórica que valoriza a força da cultura preta e periférica. O groove que transformou o pagode baiano em símbolo de identidade e resistência ganha um novo registro, já disponível no YouTube da Macaco Gordo e nas principais plataformas de música.
“Esse é um trabalho que eu espero que conecte a energia do povo com a força da favela. As canções desse audiovisual são poesias cantadas das histórias de muitos. Revisitar esses clássicos, nesse formato tão único, mostra mais uma vez a força do que foi construído e ainda segue vivo”, afirma Edcity.
No repertório, o público encontra sucessos que marcaram gerações — como “É Pra Descer Quebrando”, “Conceito”, “Sou da Ralé”, “Black Power”, “Eu Sou Negão” e “Kuduro” — além de faixas inéditas nas plataformas, como “Veneno”, “Vem Morar No Gueto” e “Teve Que Ser Assim”. Sob direção de Chico Kertész, o audiovisual reforça o propósito do Macaco Sessions: valorizar a música brasileira em sua essência mais viva, aquela que nasce do povo, da rua e do gueto.
Criado em 2006, o Fantasmão foi um divisor de águas no cenário baiano, aproximando o discurso das favelas do centro do palco e unindo crítica social a um groove marcante. Agora, sob o comando de Edcity — voz original e criador do movimento — o projeto ganha um registro que reafirma a importância da arte preta como memória, potência e futuro.
Para acompanhar novidades, bastidores e agenda de shows, basta seguir os perfis oficiais de Edcity (@edcity) e do Fantasmão (@bandafantasmao).
Audiovisual
FECIBA Itinerante chega a Salvador de 26 a 29/11
A CAIXA Cultural Salvador apresenta, de 26 a 29 de novembro, o FECIBA Itinerante – Festival de Cinema Baiano, que chega à capital com dezenas de filmes e uma programação gratuita dedicada à ancestralidade, diversidade e infância. As exibições acontecem nas mostras Atualidades, Infantojuvenil, Identidades, Acessibilidade e Premiados nas Competitivas, todas acompanhadas por bate-papos com diretores e integrantes das equipes.
Em sua primeira edição em Salvador, o FECIBA Itinerante é apresentado pela CAIXA Cultural Salvador, realizado pela Voo Audiovisual e conta com patrocínio da CAIXA e do Governo Federal.
A abertura acontece no dia 26 (quarta-feira), às 19h, no Cineteatro 2 de Julho – IRDEB, com os documentários Gabi Guedes: Música e Ancestralidade, de Vanessa Aragão, e Reggae Resistência, de Cecília Amado e Pablo Conceição. Após a sessão, os diretores participam de um bate-papo sobre o processo do filme, que traz depoimentos de nomes fundamentais do reggae baiano, como Edson Gomes e Nengo Vieira.
Entre os destaques está o longa Saudade fez morada aqui dentro, de Haroldo Borges, pré-selecionado para representar o Brasil no Oscar 2025 e premiado em festivais nacionais e internacionais. A exibição acontece no dia 27 (quinta-feira), às 19h, na CAIXA Cultural Salvador, dentro da Mostra Atualidades.
De 27 a 29, toda a programação segue na CAIXA Cultural Salvador. Nas tardes de quinta e sexta (27 e 28), a Mostra Infantojuvenil exibe filmes de classificação livre, incluindo Alice dos Anjos, de Daniel Almeida Leite, que conversa com o público após a sessão. Inspirado livremente em Alice no País das Maravilhas, o filme se passa no sertão nordestino, onde uma menina negra encontra um mundo mágico ao seguir um bode.
“Levar a itinerância para Salvador é um gesto estratégico e simbólico para fortalecer o diálogo entre interior e capital, ampliando a circulação do cinema baiano e valorizando a diversidade de olhares que compõem nossa produção audiovisual”, afirma Edson Bastos, coordenador do festival.
A programação inclui ainda os filmes premiados na 8ª edição do FECIBA, realizada em Ilhéus, com produções gravadas em cidades como Salvador, Cachoeira, Itaparica, Cafarnaum e Teolândia.
Além das sessões, o festival oferece oficinas gratuitas com os cineastas José Araripe Jr. e Amanda Aouad.
No dia 27, às 16h, a Mostra Identidades apresenta filmes voltados à diversidade e ao respeito às populações LGBTQIA+, negras, mulheres, indígenas e pessoas com deficiência.
A Mostra Acessibilidade, no sábado (29), reúne sessões com legendas descritivas, janela de Libras e audiodescrição.
Serviço:
[Cinema] FECIBA Itinerante – Festival de Cinema Baiano
CAIXA Cultural Salvador – Rua Carlos Gomes, 57, Centro – Salvador/BA
Abertura: 26 de novembro (quarta), às 19h – Cine Teatro 2 de Julho – IRDEB
Programação: 27 a 29 de novembro na CAIXA Cultural Salvador Horários: 14h às 21h
Entrada gratuita
Classificação indicativa: sob consulta
Acesso para pessoas com deficiência
Informações: Site CAIXA Cultural | Instagram @caixaculturalsalvador
Patrocínio: CAIXA e Governo Federal
Audiovisual
Gravações de “O Baiano Precisa Ser Estudado” começam em Salvador
As gravações do longa-metragem “O Baiano Precisa Ser Estudado” começaram esta semana em Salvador. A produção reúne um elenco majoritariamente negro e baiano e se propõe a retratar afetos, cotidiano e identidade de forma contemporânea, evitando estereótipos e colocando a Bahia no centro da narrativa de maneira ampla e plural. As primeiras cenas foram rodadas na praia de São Tomé de Paripe, na orla do subúrbio.
O elenco reúne nomes como Clara Paixão (Samira), Jean Pedro (Wesley), Heraldo de Deus (Júlio), Ella Nascimento (Lila), Cassia Valle (Jacira), Luis Pepeu (Luiz), Cibele Marina (Maria José), Sancho (Sandro Rangel) e Hamilton Borges (Mario). Também participam Ray Alves (Seu Flor), Jamile Alves (Yalorixá), Jamile Dionisia (Ekedi), Gerson Souza (Seu Bahia) e Dani Souza (Rifeira).
A história acompanha Samira, que retorna à cidade natal após 21 anos para concluir uma pesquisa de mestrado sobre Baianidade, e Wesley, que tenta recomeçar a vida após o fim de um relacionamento, enquanto divide a guarda de um cachorro. A partir desses encontros, o filme explora relações, tensões e conexões afetivas que atravessam o universo baiano.
O projeto é uma realização da Ori Imagem e Som Produções Cinematográficas, com produção associada da Sujeito Filmes e Salamandra Produções, além de apoio da Quanta Estúdios. A criação e o roteiro são assinados por Heraldo de Deus; a produção é de Tom Pinheiro, que também dirige o longa; e a produção executiva é de Day Sena.
“O Baiano Precisa Ser Estudado” foi contemplado nos editais da Paulo Gustavo Bahia, com apoio financeiro do Governo do Estado da Bahia, por meio da Secretaria de Cultura, via Lei Paulo Gustavo, direcionada pelo Ministério da Cultura, Governo Federal.
SERVIÇO:
Filme: O Baiano Precisa Ser Estudado
Status: Gravações iniciadas em Salvador
Locações iniciais: Praia de São Tomé de Paripe – Subúrbio Ferroviário
Direção: Tom Pinheiro
Roteiro: Heraldo de Deus
Produção: Ori Imagem e Som
Produção Associada: Sujeito Filmes, Salamandra Produções
Apoio: Quanta Estúdios
Financiamento: Lei Paulo Gustavo Bahia – SecultBA / Governo do Estado
Previsão de lançamento: A confirmar
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